domingo, 31 de agosto de 2008

Lados positivos e negativos da partida

Positivo

Gostei muito da estréia do Everton. O garoto de 19 anos vestiu o Manto Sagrado pela primeira vez logo num Fla-Flu e não se intimidou, muito pelo contrário, ele demonstrou muita personalidade e uma ótima técnica, sempre objetivo.

Negativo

1) As falhas(?) do Bruno.

Pelo primeiro gol, não sei se foi falha, tenho minhas dúvidas. Já pelo segundo, ele foi muito displicente. Segunda partida consecutiva que ele compromete o resultado da equipe.

Bruno é um bom goleiro, mas acho que às vezes a sua autoconfiança exagerada atrapalha.

2) A falta de um homem-gol.

Infelizmente o Obina é aquilo que a gente conhece. Mas, mesmo não jogando tão bem, acho que o Caio Jr. errou ao substitui-lo pelo Maxi. O time ficou sem a "referência" lá na frente e o futebol do Marcelinho Paraíba caiu.

Espero que com a recuperação do Vandinho e com a estréia do Josiel tenhamos jogadores que saibam definir um jogo.

Mesa de Bar - FLAMENGO x Fluminense
Maracanã - 18:10h

Foi também num domingo frio e de manhã chuvosa, com um gramado pra lá de esquisitão, que o Mengão titular sofreu para golear o mistão do FlorminenC no Turno, sem Thiago Neves e assemelhados, mas com o recreador Renato Gaúcho no banco, que mordido pela derrota ante o rival, tripudiou por ainda estar na disputa da Libertadores.


O gol marcado de pênalti por Leonardo Moura (já aprendeu, Ibson?), sofrido pelo Juan lá pros 40 minutos do segundo tempo, sacramentou a vitória pelo elástico placar de 1x0 e garantiu os 3 pontos. Queria eu que o colecionador de BMWs, e o animador de festas ainda estivessem por lá, hoje, contra um Flamengo em reformulação. Mas isso, vamos discutir no antes e no durante.


Em mais um clássico carioca no ingrato horário de 18:10h do domingo, vou insistir na pergunta (perdoem-me o caps lock): QUANDO ALGUÉM VAI TER PEITO DE EXPLICAR POR QUE OS CLÁSSICOS CARIOCAS PASSAM ÀS 18:10h, PARA QUEM TEM PAY-PER-VIEW, ENQUANTO OS CLÁSSICOS PAULISTAS PASSAM PARA AS PRAÇAS ONDE NÃO HÁ JOGO DE INTERESSE LOCAL?


No horário de 18:10h, o Brasil inteiro vai assistir no SportTV Cruzeiro x Coritiba, exceto MG, que assiste Portuguesa-SP x Atlético-MG. Os outros estados do Brasil, se quiserem ver o Mengão, ou qualquer outro time do Rio, têm que pagar.


Se isso não é uma campanha para menosprezar o futebol carioca, não sei o que é. E não é de hoje. Na minha opinião, caberia ao Flamengo 50% dos direitos televisivos do Campeonato Brasileiro. Uns 30% para dividir entre os nanicos do Rio. E os 20% restantes, que se dividisse entre os demais 16 coadjuvantes, que precisam dessa "forcinha" para terem suas imagens divulgadas. E tenho dito!


Comentemos o antes e o durante!


Valei-me, S.Judas Tadeu!

TIRINHAS - Seja na Terra, Seja no Mar (X)










André Dahmer e Arnaldo Branco são os autores da série de tirinhas "Seja na Terra", publicada durante um certo tempo no jornal Vencer, que circula no Rio de Janeiro. Os cartunistas cederam ao Blog da FlamengoNET o direito de reprodução das tirinhas aqui no Blog, uma a cada semana. Para ver mais trabalhos dos autores, visite os sites: Arnaldo Branco <www.gardenal.org/mauhumor/ > e André Dahmer - <www.malvados.com.br/>. Amplie a imagem com um clique sobre ela. Para ver outras tirinhas, clique sobre o Marvadores "Tirinhas Seja na Terra".

Espanta-tricolor

O GloboEsporte.com acaba de divulgar as três finalistas do concurso Musa do Brasileirão de cada um dos clubes que disputam a Série A - neste ano os corintianos ficaram de mãos vazias (sem trocadilho).

As três do Mengão são as candidatas ao lado, todas do Rio de Janeiro - Renata Jakubovic (27 anos), Anninha Leifeld (25 anos e que, entre as três, tem a minha preferência) e Suellen Vale (19 anos). Para quem quiser conferir outras imagens, tirar as dúvidas e definir a que melhor representa as cores do Mengão, o link é este aqui (clique aqui).

Em dia de Fla-Flu, é mais do que conveniente publicar estas imagens. Um bom modo de evitar que aquele pessoalzinho das Laranjeiras - sabidamente pouco afeito a esse, digamos, conteúdo - tenha a ousadia de vir aqui dar as caras ou sabe-se lá o quê.
Afinal, o Blog da FlamengoNET é dedicado ao único pentacampeão brasileiro de futebol masculino, como bem definiu meu amigo Arthur.


* Clique sobre a imagem para ver as imagens das candidatas à musa. Pela ordem: Renata Jakubovic, Anninha Leifeld e Suellen Vale. Elas aguardam seu voto.

sábado, 30 de agosto de 2008

O CADERNINHO DO SIMÕES LOPES
Flamengo x Fluminense (Brasileiros 1971-2008)

Jogos
: 36
Vitórias: 13 (36%)
Empates: 9 (25%)
Derrotas: 14 (39%)
Gols pró: 41
Gols contra: 36

Resultado mais comum: Fluminense 1x0 - 7 vezes
Maior sequência sem perder: 5 jogos -1988 a 1992

Maior seqüência sem ganhar: 6 jogos – 1971 a 1977
Jogadores que fez mais gols: Zé Carlos e Renato Abreu - 3 gols

Primeiro jogo:
Flamengo 0x1 Fluminense (10/10/1971)
Último jogo
:
Flamengo 1x0 Fluminense (1/6/2008)
Maior goleada:
Flamengo 5x0 Fluminense (2/12/1989, em Juiz de Fora)
Time: Zé Carlos, Josimar, Júnior, Rogério e Leonardo (Marcelinho); Aílton, Zico (Uidemar) e Luís Carlos; Renato Gaúcho, Bujica e Zinho.
Gols: Zico, Renato, Luís Carlos, Uidemar e Bujica.

Jogos memoráveis:

Flamengo 1x0 Fluminense - 1978
Flamengo 5x0 Fluminense - 1989
Flamengo 2x1 Fluminense - 1990
Flamengo 2x1 Fluminense - 1991
Flamengo 3x1 Fluminense - 1996
Flamengo 5x2 Fluminense - 2002
Flamengo 4x1 Fluminense - 2003
Flamengo 4x1 Fluminense - 2006
Flamengo 1x0 Fluminense - 2007

O enigma

Por mais que eu pense, não consigo entender ou decifrar o caso mais enigmático do Flamengo nos últimos anos: Jônatas.
Que eu me lembre, nenhum só dos comentaristas e blogueiros aqui deste pedaço contestou a convocação dele para seleção, pouco antes de ser vendido. Concluo que futebol ele tem, e bom. Aliás, fez parte de um meio de campo bastante razoável, numa época em que não tínhamos muito dos que nos orgulhar em matéria de jogadores revelados na base.
Pois ele foi para a Espanha, onde conheceu uma outra realidade em termos de marcação, dinâmica de jogo, esquemas táticos, certo? Era de se supor, portanto, que tivesse voltado mais maduro, mais solidário, mas decisivo. Mas o que vimos, nas poucas vezes em que ele entrou em campo nesta sua segunda passagem, foi imaturidade, displicência, dispersão. E o pior de tudo – sem preparo físico.
Aqui cabe outra pergunta – como é que um profissional de carreira internacional, na elite do futebol, pode chegar a setembro, depois de passar por todo o período de pré-temporada e de aprimoramento da forma física pela qual o elenco passou desde o começo do ano, completamente fora de suas condições físicas mínimas? Porque ou estou maluco ou ele não esteve em forma nem um dia sequer deste ano. Acho louvável e faz parte do papel de líder a posição do Fabio Luciano incentivando o cara nesse momento de indefinição. Mas considerando apenas o salário que ele está recebendo todo mês no Flamengo eu acho que cabe a pergunta que alguns tem feito de forma esparsa nos comentários aqui do Blog – o que está acontecendo, por que ele não entra em forma, como não consegue se firmar como titular num time que tem Jailton, Cristian e Toró? Ou, radicalizando no outro sentido – por que ele permanece no elenco?

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Comunicado da Administração do Blog

Por falta de tempo motivada por razões profissionais, o jornalista e amigo Ricardo Amorim não poderá prosseguir com a coluna às sextas. Em seu lugar, a Suderj informa, entra André Monnerat. Colaborador de longa data do Blog da FlamengoNET, Monnerat tem 29 anos, é carioca e trabalha com marketing e internet. Nas horas vagas, joga de cartunista e músico, além de responder pelo blog Sobre Flamengo.

Amorim continua como colaborador eventual (obrigado, parceiro!) e também pode ser lido num blog que assina sobre uma das predileções da nossa equipe, o Cerveja Só.

Equipe Blog da FlamengoNET



COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

E se Joel Santana não tivesse ido embora?


O circo estava armado no Maracanã para a despedida do Papai Joel. Com o América do México já em campo, a diretoria preparou uma grande festa para o treinador milagreiro no gramado – camisa personalizada, corredor de jogadores batendo palmas, placa entregue. Joel estava ao mesmo tempo emocionado e preocupado. “Tem jogo, vamos ganhar o jogo!”, repetia.

Em campo, o time começou bem. Dominava amplamente o adversário, tocava bem a bola, alegrava uma torcida que fora despreocupada ao estádio – até ser surpreendido por um gol meio acidental do time do México. Mas não deu nem pra começar a se enervar; logo depois, Íbson sofreu pênalti, que ele mesmo bateu para empatar a partida. Em seguida, Souza desencantou e virou o jogo. No segundo tempo, o time deu olé e completou a vitória tranqüila com um gol de Obina no finzinho da partida. O Maracanã em festa gritava pedia que o treinador ídolo ficasse.

No dia seguinte, a bomba: Joel não ia mais pra África do Sul. Emocionado, desistiu da mudança. Em seu lugar, os africanos acabaram contratando Sebastião Lazaroni, segundo na lista de indicações de Parreira. Caio Júnior aceitou trabalhar como gerente de futebol, enquanto o homem da prancheta continuava à beira do gramado.

O Brasileiro começou com um empate melancólico no Maracanã vazio entre os reservas de Santos e Flamengo – e ninguém ligava. Os dois times se enfrentariam pela Libertadores, que era o que realmente importava. Leão dera entrevista relembrando seu título brasileiro pelo Sport, em 87, e perguntando se o Flamengo não correria do confronto outra vez. A classificação virava questão de honra.

No jogo de ida, o Flamengo conseguia segurar o Santos até os 30 do segundo tempo, quando Bruno falhou inacreditavelmente em um chute de longe de Molina. O Flamengo se lançou pra frente e levou mais um, em um contra-ataque. O clima ficou tenso, Souza arrumou confusão com Kléber e o juiz deu cartões vermelhos para o centro-avante rubro-negro e para Jônatas, que se envolveu de graça na história. Era a maldição da Vila Belmiro voltando a se fazer presente. No Maracanã, um gol de Obina logo no início deu esperança – mas o Santos conseguiu segurar o placar até o fim. O baiano teve a chance de ser herói, mas perdeu um gol de cabeça no último minuto que despertou a ira da torcida.

Restava olhar para o Brasileiro. Depois do empate da estréia, o time reserva perdeu para o Grêmio no Olímpico e para o Inter no Maracanã. O primeiro jogo após a eliminação seria o Fla-Flu, em que os reservas do adversário – mais preocupado com a Libertadores – conseguiram arrancar um empate. A pressão sobre Joel era insuportável; ele agüentou mais uma rodada no cargo, após uma vitória magra sobre o Figueirense, mas não resistiu à goleada de 4x0 para o São Paulo no jogo seguinte.

A diretoria tentou efetivar Caio Júnior no cargo, mas ele afirmou que pretendia mesmo seguir carreira agora fora de campo. Andrade assumiu como interino e perdeu os dois jogos em que dirigiu o time; a torcida não perdoou a tentativa de mudar a equipe com a entrada dos garotos Aírton, Éder e Erik Flores. Kléber Leite afirmava, no entanto, que tudo iria mudar com a chegada de Tite para comandar o time, junto com o novo reforço: Josiel, vindo a peso de ouro da Arábia para acabar com a falta de gols.

Mas tudo continuou dando errado e piorou quando os salários começaram a atrasar. Com o time em baixa, a diretoria não conseguiu negociar jogadores para fechar as contas. O fundo do poço chegou quando, em julho, jogadores se envolveram em uma confusão com prostitutas em Minas, após a derrota de 3x0 para o Atlético-MG (com dois gols de Marques e um de Petkovic). A diretoria anunciou multas como punição aos envolvidos, ironizadas por Tardelli e Marcinho na imprensa: “quando eles nos pagarem alguma coisa, a gente pensa em pagar essa multa também”. Tite pediu o boné, dizendo que era justamente por este tipo de coisa que nunca tinha vindo trabalhar no Rio.

A notícia do substituto de Tite foi inacreditável: Renato Gaúcho, recém-campeão da Libertadores pelo Fluminense em cima do Santos, trocava as Laranjeiras pela Gávea, em meio a especulações sobre o que seria o maior salário da história do futebol brasileiro. Ao mesmo tempo, depois da rescisão amigável com a Nike – que amargava um enorme encalhe de camisas rubro-negras em seus estoques -, a Olympikus era anunciada como novo fornecedor de material esportivo do clube, dando um grande presente à torcida: a contratação de Ronaldo Fenômeno, que prometia estar em condições de jogo até setembro.

A partir daí, começou uma incrível e inimaginável recuperação do Flamengo. Renato escalava o time com Obina, Souza e Josiel na frente e os três se revezavam na tarefa de fazer os gols do time em uma série improvável de vitórias. A equipe se baseava num forte bloqueio atrás, com Cristian, Rômulo e Jaílton, e nas arrancadas de Jônatas, que assumiu de vez a camisa 10. Depois da contusão de Léo Moura, Renato Augusto se encontrava na ala direita. Renato Gaúcho afirmava: ano que vem, seria bi da Libertadores com o Flamengo. Os outros que disputassem as demais vagas para a competição sul-americana, porque uma já era certa para o time da Gávea.

E é neste clima que teremos domingo um Fla-Flu sensacional. O Flamengo, já na décima posição e vindo de 8 jogos sem derrota, enfrentando o Fluminense de Joel, vice-líder da competição. Os ingressos já estão esgotados para ver a estréia de Ronaldo Fenômeno, que apesar de ainda fora de forma, fica no banco. Quem levará a melhor?

Quantos juniores no Flamengo são do Flamengo?

Isso pode não ser inadmissível. Mas é bem estranho.

Bem estranho.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A hora da verdade para Caio Junior

Finalmente teremos um parâmetro justo para avaliar a capacidade de Caio Junior. Até agora, boa parte das análises sobre o trabalho do técnico era contaminada - para o bem e para o mal. O treinador não inventou e manteve o competitivo time-base montado por Joel. Teve o mérito de fazer mudanças pontuais certeiras. Ao final de seus dois primeiros meses de Gávea, já era saudado por muitos como o "melhor da história recente do clube". Era uma ótima fase, dessas em que tudo dá certo. O Flamengo liderava o campeonato Brasileiro com sobras, aproveitando uma tabela favorável - recheada de jogos em casa - e circunstâncias perfeitas: adversários com times reservas, desfalcados, desfocados ou simplesmente fracos, como o caso do Ipatinga.

O sucesso rápido, inesperado até, fez com que o ex-jogador e ex-comentarista recebesse uma atraente proposta do Oriente Médio. Motivou uma campanha "Fica Caio", de torcedores maravilhados e dirigentes encantados. "A notícia não é boa - é ótima", disse o vice-presidente de futebol Kleber Leite, ao anunciar a permanência do nome em que apostara dois meses antes.

Mas no futebol - e no Flamengo, mais intensamente - certos sentimentos são volúveis. A saída de jogadores importantes num mesmo setor e a impressionante maré de azar - marcada por gols desviados, erros bizzarros de arbitragem, contusões absurdas e seguidas suspensões - trouxeram uma imprevista sequência de derrotas. O saldo foi um abrupto desencanto com o treinador, que manteve a serenidade mas mostrou uma certa dificuldade para administrar situações complexas, ao cometer erros de avaliação e de escalação, todos fartamente debatidos aqui.

O herói por pouco não virou vilão. A parcela mais lúcida da torcida debitou a conta nas costas dos dirigentes, que, sem um plano B, comeram mosca ao insistir na contratação de Felipe e Wagner Love. Mas o aproveitamento de 9% em oito jogos teve um custo alto, reduzindo a margem de erro para Caio. Agora, com a chegada de nove reforços (contra a saída de outros nove nomes, incluída a lesão de Tardelli e as moedas de troca para o Paraná Clube), Caio não tem muito do que reclamar. Não veio nenhum fora de série, é verdade, mas boa parte é formada por nomes de qualidade bem razoável para os padrões atuais. Jogadores experientes e jovens, de diversas posições e características. Um mix que permite armar a equipe como Caio bem entender.

A cobrança tende a aumentar no andar de cima. Ao dar por encerrada a temporada de contratações, Kleber Leite por mais de uma vez deu a entender que atendeu a todos os pedidos do treinador. A chegada de Éverton e Josiel corrobora as palavras do dirigente. Não atuaram sob o comando do paranaense, mas são bem conhecidos por terem vestido a camisa do mesmo Paraná Clube onde Caio se revelou como técnico. É em Curitiba que Caio, assim como Cuca, tem seu principal campo de observação, seus principais contatos e informantes.

A responsabilidade agora pesa sobre os ombros de Luiz Carlos Saroli. Depois de um Fla-Flu sempre imprevisível, e da viagem a Florianópolis para um jogo em que o retrospecto não favorece ao Flamengo, Caio Junior terá uma bem-vinda inter-temporada - de quase 10 dias - para preparar a equipe que enfrenta o São Paulo no Morumbi, em 14 de setembro. É muito tempo. Ele poderá testar as diversas opções, com as exceções de Fierro e Juan, ambos envolvidos com as Eliminatórias.

Ninguém mais sensato pode cobrar o título brasileiro nas atuais circunstâncias. Com a cochilada da diretoria rubro-negra, o Grêmio abriu uma boa distância, quase intransponível caso os gaúchos prossigam com sua regularidade em casa. E ainda assim, se o Grêmio falhar, Palmeiras e Cruzeiro apresentam condições mais confortáveis para chegar ao título.

Logo, Brasileiro não é obrigação para Caio. No entanto, ele sabe que precisa conduzir o clube à Libertadores de 2009 - de preferência, na fase de grupos.

Se no início ainda pisava em ovos, se em julho ficou sem ovos para fazer omelete, agora Caio tem condições de provar seu valor, montando um novo time, com a sua cara.

Por isso mesmo, a torcida será menos condescendente.

É ovação ou ovos.

***

Atualização às 21h20 de 28/08/2008.

Complementando: O Flamengo tem APENAS quatro compromissos no mês de setembro. Na segunda metade do mês, a equipe sequer terá que viajar. Tem dois jogos em casa. E de outubro em diante, mais 11 jogos. O que faz de setembro, sob esse aspecto, o mês mais tranquilo desde o início da temporada. Tempo de sobra para ajeitar o novo time.

Veja as rodadas:
24ª rodada - Qua, 03/09/2008 - Figueirense (Orlando Scarpelli)
25ª rodada - Dom, 14/09/2008 - São Paulo (Morumbi)
26ª rodada - Dom, 21/09/2008 - Ipatinga (Maracanã)
27ª rodada - Sáb, 27/09/2008 - Sport (Maracanã)

COLUNA DE QUINTA-FEIRA - Raphael Perret

A tendência é melhorar

Acompanhar os jogos do Flamengo deixou de ser o martírio que foi em julho para se tornar menos doloroso. Não que o time tenha voltado a exibir o futebol eficiente das dez primeiras rodadas nem tenha passado a se tornar favoritaço ao título. Mas tanto os resultados quanto a postura da equipe demonstram algo importante nesta virada de turno do Brasileiro: evolução.


Depois do vexame de ganhar dois pontos em sete jogos disputados, estamos invictos há quatro partidas. Tudo bem, duas delas terminaram empatadas, mas o contexto precisa ser considerado: nestes quatro jogos, ganhamos os dois disputados no Maracanã; não perdemos fora de casa; empatamos na Vila Belmiro e no Beira-Rio, tradicionais estádios que amaldiçoam a meta do goleiro rubro-negro; e derrotamos o líder do campeonato. Nas circunstâncias, portanto, o aproveitamento do Flamengo, nos últimos doze pontos, foi o minimamente esperado. E altamente esperançoso.

Embora ainda não tenha encantado, Marcelinho Paraíba se movimenta bastante e tem ótima visão de jogo (de costas, deu um passe primoroso que deixou Kleberson na cara do gol do Inter, domingo passado). Se aprimorar a velocidade, poderá ser infernal. Ibson ainda está devendo, mas já subiu de produção ao retomar o seu papel de volante, depois da chegada de Marcelinho e da volta de Kleberson. A ausência de Cristian, que já vinha sendo percebida mesmo quando ele estava em campo, e a irregularidade de Jaílton abriram espaço para Toró e Aírton, ambos em melhor fase. Maxi, começando o jogo, deu mais velocidade, enquanto Obina já mostrou seu valor entrando na etapa final (gols perdidos aos 47 do segundo tempo à parte). E a defesa subiu de produção. É só ver que tomamos gols, contra Grêmio e Inter, de uma falta bem cobrada e de uma falha rara do goleiro Bruno.

Só com um reforço o time já melhorou. Imaginem quando todos estiverem mais à vontade. Porém, insisto: a entrada de cada um deve ser cautelosa, pois o preço do desentrosamento, sob a chancela de promover a estréia imediata dos contratados, pode ser muito alto. Vieram muitos meias para jogar numa posição em que o entendimento com os companheiros é fundamental. Somente Josiel ou Vandinho, a meu ver, precisa ser escalado desde o início, pois Maxi ainda não é o atacante ideal para titular do Flamengo - vide a lentidão com que dominou a bola dentro da área colorada nas duas vezes em que recebeu passes da direita.

Por isso, os próximos jogos, apesar de difíceis, funcionarão como testes para que Caio Jr. encontre a formação ideal para o resto do campeonato: Fluminense, doido para subir na tabela e renovado com a volta dos Thiagos, e Figueirense, em Florianópolis, outra terra de áridos ventos para o Flamengo. Entretanto, seis pontos são bem possíveis e tornariam o confronto contra o São Paulo, no Morumbi, mais tranqüilo. Nesta partida, o empate não seria de todo ruim, uma vez que, em seguida, o Flamengo teria uma seqüência para deslanchar com a equipe já - presumivelmente - montada: Ipatinga, Sport, Náutico, Atlético-MG, Vasco e Coritiba. Com um detalhe: sairíamos do Maracanã somente para enfrentar o Timbu.

Sinceramente, nestes jogos o Flamengo tem que entrar pra reconquistar os 19 pontos perdidos naquela trágica seqüência do mês passado. Ou entra firme e recupera as diminutas chances de título ou admite o papel de coadjuvante no Brasileiro. Por enquanto, é torcer para que nosso técnico estude bem todas as possibilidades com o novo elenco e que cada jogador se supere e se entregue quando estiver defendendo o inestimável Manto Sagrado. Das arquibancadas, emanaremos todas as forças para levar o Flamengo ao topo. Novamente.

***

Tropa de elite - o Pedro Paulo reclamou, aí embaixo, da manutenção da cabeçada-de-área que é titular desde os tempos do Joel. Mas, Pedro, quem entra? Se Jaílton, Toró, Cristian e Jonatas não servem, quem será titular? Enquanto Aírton até pode preencher esse espaço (só precisa ser menos afobado), Ibson e Kleberson jogam melhor um pouco próximos ao ataque, e não à frente dos zagueiros. Acho que Caio Júnior escala os mesmos de sempre por falta de opção, e não por teimosia.

***

Fluminense - depois de uma expectativa da possibilidade de nove Fla-Flus em 2008, vamos ao terceiro e último do ano e, finalmente, com os dois times jogando com suas equipes titulares. É hora de ilustrar, em campo, a brutal diferença existente entre o Mengão e o pó-de-arroz na tabela do campeonato.

***

Off-topic - o Brasiliense acolhe os jogadores masters que marcaram época no Flamengo nos anos 90: estão por lá Iranildo, Junior Baiano, Athirson e Fábio Baiano. Aliás, é impressionante o poder virótico de nosso saudoso ex-lateral-direito. Em cada um dos três últimos Brasileiros, Fábio Baiano esteve em times rebaixados (Juventude em 2007, Ponte Preta em 2006, Atlético-MG em 2005). Não deve ser à toa que o Jacaré é, atualmente, o penúltimo colocado da série B.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Contratou para quê?

Desde a saída do Marcinho e do Renato Augusto, o Caio Junior reclama que não possui peças de reposição e pede contratações.... O Kleber Leite inventa um monte de factóide, mas contrata 9 jogadores, a meu ver, a maioria com condições plenas de serem titulares, e o Tiago Bosco e o Alex ainda oferecem um bom esquema tático.

Mas a chamada "Tropa de Elite" do Papai Joel insiste em aparecer de novo... Ora, se é pra manter Jaílton, Toró e Cristian como titulares, não era necessário contratações, bastava usar os cones como peças de reposição.... E ainda acho que o cone desarma mais que o Jaílton e demonstra mais vontade que o Cristian.... Daqui a pouco alguém ressuscita o Léo Medeiros.

Por fim, o que faz o Jonatas no elenco, pois não treina, não se esforça e está sempre fora de forma... E dizem que o futebol é profissional.... O que me dói é que o Flamengo pagou caro pelo empréstimo.

Saudações Rubronegras.

Fla versão 2008.2


Com as novas contratações, utilizei a planilha do jogo Football Manager para ilustrar as variações que, ao meu ver, podem ser bem trabalhadas pelo técnico Caio Júnior no âmbito tático.

No esquema acima, Marcelinho Paraíba faz a função de um meia-atacante pela esquerda, assim como o chileno Gonzalo Fierro, mas pelo lado direito.

Na retaguarda, Ibson e Kleberson serão responsáveis pela saída de bola do campo defensivo.

Com a configuração desses três zagueiros, escalei o Aírton pelo lado direito (ou alguém acha que ele é menos jogador que Jaílton e Cristian?), com a libertadade de preencher o centro do meio-campo quando o Fla estiver com a posse de bola.

Outra alternativa que pode surgir é a entrada do Everton (ou Sambueza) na vaga do Kleberson (ou até do Ibson). O garoto vindo do Paraná sabe preencher bem o lado esquerdo do meio campo, assim como o argentino.

Voltando a falar do sistema ofensivo, este esquema dá total liberdade para o trio Paraíba-Fierro-Josiel. Esses três possuem um ótimo poder de finalização, e quanto mais estiverem perto do gol adversário, melhor.

O nosso "camisa 9" deve ser o Josiel, mas acho que o Vandinho pode até ganhar essa briga pela titularidade.


Clique na figura para ampliá-la.

Coluna de quarta e novidade

Em viagem profissional ao exterior, excepcionalmente o colunista João Marcelo Maia não pôde enviar a coluna desta quarta-feira, assim como na semana passada. Em seu lugar, publicamos um texto inédito que recebemos de Luis Henrique Marques, um dos visitantes e colaboradores eventuais do Blog da FlamengoNET.

Aproveitamos para anunciar uma mudança. O "Texto da Semana" muda de dia - passa para sexta-feira, e será um espaço dedicado para textos mais autorais. Às segundas, entra uma novidade, a "Análise do Jogo", um espaço para comentários restritos ao que ocorreu na rodada anterior. Estamos cadastrando colaboradores.

Quem quiser participar, envie e-mails para blogdaflamengonet@gmail.com, com informações básicas: nome, idade, endereço, profissão e um texto em 15 linhas sobre o seguinte tema: "O melhor e o pior comentarista de futebol do Brasil são..." .

Minha mãe, meu amuleto da sorte

* Por Luis Henrique Marques

Quinta-feira, dia 21 de agosto de 2008, estava em casa e resolvi fazer um convite a minha mãe:

- Mãe! Vamos ao Maracanã hoje à noite?

Ela prontamente me disse:

- Vamos sim meu filho! Você quer que eu vá, eu vou!

O jogo era contra o Grêmio e foi apontado por muitos como vital para as pretensões do Flamengo no campeonato.

Particularmente, eu achava que era isso mesmo, que uma vitória nos daria o moral que precisávamos, uma espécie de recuperação da auto-estima rubro-negra.

Minha mãe tem 74 anos e como alguns aqui sabem, eu e ela passamos por alguns momentos muito difíceis na trajetória de nossas vidas, inclusive um deles já relatados na coluna "TEXTO DA SEMANA" promovido pelo Blog, onde foi o primeiro texto escolhido.

Pois bem, para contar esta nova história, vamos voltar ao campeonato do ano passado onde o Flamengo deu aquela arrancada maravilhosa. O jogo foi contra o Grêmio, no dia 21 de outubro de 2007, na semana daquele jogo minha mãe recebeu uma notícia muito difícil e que mudaria a sua vida para sempre.

Após uma mamografia e uma biópsia, foi constatado que ela estava com câncer de mama. Foi uma baita notícia triste, você pensa mil coisas e não sabe o que fazer para passar tranqüilidade para a sua mãe. Pensei comigo: "Bem, vai ter que operar, vai dar tudo certo e Deus dará um jeito!".

Para animá-la depois dessa notícia triste, resolvi levá-la ao Maracanã naquela partida contra o Grêmio, na semana passada. Ela me disse que o Flamengo faria dois gols, e realmente fez!

Ela ficou super animada, feliz em ver o Maracanã lotado, observava o jogo como se fosse um técnico e ainda dava instruções. Valeu muito à pena, pois esquecemos os nossos problemas naquele dia.

Depois de mais exames houve a cirurgia e minha mãe perdeu a mama direita, mas é como ela me disse:

- Eu quero é viver, pois eu nasci sem os seios, não me importo de perder um agora!

A cirurgia foi um sucesso e ela está recuperada e, ao ponto de dispensar os tratamentos de quimioterapia/radioterapia.

Voltando ao presente, como já disse anteriormente, fiz o convite e fomos ao Maracanã assistir o jogo justamente contra o mesmo Grêmio. Coloquei minha mãe no meio da FlaManguaça, perto da bateria e tudo, e novamente meu amuleto trouxe a sorte para o nosso Flamengo. Foi uma grande experiência, passar por tudo o que ela passou e ter a disposição de encarar aquela subida para a arquibancada. Além disso, era mais uma oportunidade de unir personagens que eu amo: Dona Zenaide e o Flamengo.

Saímos felizes após a suada vitória, certos de que teremos outros momentos felizes com nosso Mengão.

Nota do autor: a palavra Amuleto deriva do latim Amuletum, sinônimo coloquial de cliclâmen, planta que protegia contra venenos. O amuleto é considerado um escudo contra influências maléficas. Diz a cultura popular que ele deve ser usado junto ao corpo, como proteção e atrativo de sorte.

* Luis Henrique Marques, 33 anos, mora no Rio de Janeiro e é administrador de empresas. Trabalha com marketing de relacionamento com clientes.

terça-feira, 26 de agosto de 2008


COLUNA DA TERÇA-FEIRA - Alexandre Lalas


Contas e opções


Nos próximos dois meses, faremos dez jogos que dirão a que viemos nesse Brasileiro. Começamos no domingo contra o Fluminense, no Maracanã; daí saímos para pegar Figueirense e depois São Paulo; voltamos ao Rio para jogar contra Ipatinga e Sport; viajamos a Recife para pegar o Náutico; teremos três jogos em casa contra Atlético Mineiro, Vasco e Coritiba; e fechamos contra o Vitória, em Salvador. Nesse meio tempo, além do clássico contra o Inter, o Grêmio pega Botafogo e Cruzeiro, que enfrenta ainda São Paulo e Palmeiras, que também medem forças entre si. Começamos bem o returno, o time voltou a jogar bem, estamos com uma desvantagem considerável, mas dá pra chegar. Para isso, precisamos conquistar, pelo menos, 26 pontos nesses dez jogos. Um aproveitamento superior a 86%. Caso consigamos tal façanha, chegaremos à reta final do campeonato embalados e com ótimas chances de título. Embora bastante difícil, é possível conseguir tais resultados. O sonho do hexa talvez não esteja, ainda, adiado.

Para tanto, Caio Junior terá que conseguir outra façanha. Ajeitar o time com o campeonato em andamento. Depois de uma longa inércia, a diretoria do Flamengo despejou um caminhão de reforços no colo do treinador. A exceção de Eltinho, todos do meio para frente. Mudar tudo e colocar todos para jogar é suicídio. Nosso técnico terá que ser parcimonioso na hora de escalar os reforços. Até porque nos dois últimos jogos, muito graças à aposentadoria compulsória por desserviços prestados da tropa de elite santaniana, o time voltou a jogar bem.

As opções, outrora escassas, abundam. Kléberson entrou bem. Sua volta fez com que Ibson também evoluísse. Mas ainda há espaço no meio-campo para a entrada de outro jogador mais talentoso. Neste caso, poderíamos escalar Aírton como primeiro volante, com Ibson e Kléberson fazendo uma dupla de volantes-armadores e um ponta-de-lança mais avançado. Temos Everton, Sambueza, Fernandinho e até Marcelinho Paraíba para esta função. Para o ataque, além de Maxi, Obina, Marcelinho e do recuperado Vandinho, chegaram Josiel e Gonzalo Fierro. Ainda temos Erick Flores, Jonatas, Toró, Jaílton e Christian para o meio, e Paulo Sérgio e Fernandão para o ataque. Dá pra sair um time daí.

Contra o Fluminense, sem Ibson e Aírton, Caio Junior vai mostrar o que pretende. Nosso técnico pode optar por mexer o menos possível na estrutura do time e entrar com Toró (ou Christian) na vaga de Aírton e Jonatas (ou Erick Flores) no lugar de Ibson. Pode ser mais ousado e tentar uma formação mais ofensiva, com Everton (ou Sambueza) no meio. Pode também recuar Marcelinho Paraíba para a armação e entrar com outros dois atacantes. Caio Junior só não pode é ceder à tentação de escalar Jaílton, Toró e Christian juntos no meio-campo. Se fizer isso, é sinal de que não aprendeu com a seqüência de pancadas e más atuações que o time teve. E o sonho do hexa ficará, definitivamente, para o ano que vem...

Até terça!

Ciclo vicioso

Pedro Paulo, em seu post abaixo, escreveu justamente o que eu estava pensando em publicar:

Interessante que o Flamengo não se reforça para o Brasileiro, e sim para o Carioca, pois faltam apenas 3 meses para o fim do Campeonato.....

É lamentável que essa situação se repeta a cada ano. A diretoria contrata um "pacotão de reforços" do meio para o fim do ano. Esses jogadores contratados, na maioria das vezes, têm contrato até julho do ano seguinte.

O time entra com tudo no Campeonato Carioca e quase sempre é campeão.

Chega à Libertadores e o time vai bem nas fases iniciais.

No entanto, lá para maio, o clube começa a quebrar a cabeça para a renovação de contrato dos reforços que vieram em setembro do ano anterior.

O psicológico dos jogadores fica um tanto conturbado, com empresários e clubes bombardeando-os com milionárias propostas. O foco, que era a competição e o time, sai de cena.

A Libertadores acaba e entramos nos meses de junho, julho e agosto. É exatamente nessa época que o Campeonato Brasileiro se define, com jogos também no meio de semana. Coincidemente, é o período mais conturbado do clube no quesito vendas/contratações.

Até a diretoria renovar o elenco, o time fica instável e cai de produção. Aí chega a mesma diretoria e contrata o verdadeiro "pacotão" (às vezes a qualidade é deixada de lado). Mas, bem ou mal, com a vinda desses novos jogadores, o time volta a jogar bem, mas já é tarde, o Campeonato Brasileiro já está em sua fase final.

E assim o ciclo vicioso se faz presente na Gávea...

Gonzalo Fierro, el joven pistolero....



Se jogar metade disso e não for mascarado como o Valdívia, já terá valido o investimento....

PS: Interessante que o Flamengo não se reforça para o Brasileiro, e sim para o Carioca, pois faltam apenas 3 meses para o fim do Campeonato.....

Saudações Rubronegras

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Vale tudo eleitoral

A maior torcida do Brasil é do Corinthians. Antes que me apedrejem, a afirmação não é minha - tem a lavra do candidato à prefeitura de São Paulo Gilberto Kassab (DEM), em busca da reeleição.

No blog da sua campanha, o candidato aproveitou para fazer uma demagogia básica. De olho nos votos das camadas mais populares da cidade, Kassab disse ter planos para ajudar o Corinthians a construir um estádio. O assunto veio à tona numa visita do político à Federação Paulista de Futebol. Ao falar da preparação da capital paulista para 2014, quando o Brasil sedia a Copa do Mundo, Kassab afirmou: “Quem não quer que a maior torcida do país tenha seu próprio estádio?”, declarou, de acordo com notícia do site da campanha.

Talvez Kassab deva consultar o que dizem todas as pesquisas de opinião, coletadas pelos mesmos institutos acompanhados por seu comitê de campanha para sondar intenção de voto. Se fizer essa consulta, quem sabe o prefeito não tenha a chance de descobrir que sua promessa teve lugar em domicílio eleitoral errado.

TEXTO DA SEMANA - Joe Kliment ("Carioca")

Salve a torcida do Nordeste


Com o apelido de Carioca no Blog do maior time do mundo, fica evidente minha origem. Recentemente, por motivos profissionais, fui "exilado" para Fortaleza, no Ceará. Em se falando de exílio, ficou logo evidente que se Napoleão fosse esperto, mesmo, escolheria a Terra do Sol, e não Elba, que por sinal deve ser muito sem graça.

A cidade é bela, praias indescritíveis, povo hospitaleiro e comida de comer rezando e lambendo os dedos. A grande supresa, no entanto, veio de outra forma. No nosso amado Rio de Janeiro, berço da Nação, onde ensina a história que o brado de independência foi dado no Estádio Mário Filho, é corriqueiro encontrar pessoas trajando as cores do Mengão.

Vermelho e preto em Ipanema é tão comum quanto a marca da Coca-cola em botequim de esquina. Ao saber do meu destino, me preocupei em procurar pela internet informações sobre onde poderia assistir aos jogos, dividir informações rubro-negras, enfim, falar do único futebol que nos interessa, o CRF. Imaginava, em minha ignorância, que encontraria apenas um ou outro torcedor do Flamengo, travestido de Ceará, Fortaleza ou qualquer outro time local.

Quanta arrogância, a minha. Logo na chegada ao aeoroporto sou brindado com um taxista rubro-negro. Não havia dúvidas, vestia a camiseta da Raça Rubro-Negra. Ao passear pelas praias, entre uma e outra água de côco, me senti na rampa do Maracanã. Camisas rubro-negras iam e viam em todas as direções. Quinta, dia do jogo contra o Grêmio, vejo um moreno apressado, arrastando a namorada para atravessar a rua. Como ele também trajava o Manto, perguntei se o jogo ia passar na TV aberta. "Rapaz, se vai passar eu não sei, mas a turma tá se reunindo na casa do fulano, e se você quiser já está convidado. Vai ter churrasco, cerveja e mulher, mas só entra se for torcedor do Flamengo".

Já conhecendo a beleza das mulheres cearenses, resolví salvar meu casamento e assistir ao jogo no hotel. Amigos, depois de uma vitória como essa, seria natural encontrar ainda mais pessoas nas ruas trajando o manto, mas não tanto como o que encontrei. Em cada esquina, nos quiosques, shopping centers, enfim, em cada canto, uma camisa do Flamengo. Outros times? Bem, uma ou outra.

Me sinto em casa. Ou melhor, estou em casa.

É preciso que nós, cariocas, percamos essa soberba de acharmos que a torcida do Flamengo é no Rio, e que nos outros estados tem apenas um punhado de simpatizantes. Conversando com os cearenses, ficou claro que é o contrário. São Flamenguistas, e alguns apenas simpatizam com os clubes locais. Esse pessoal merece nosso respeito, e fico feliz em dizer que hoje, sou um homem mudado. Parabéns, torcedores nordestinos, e obrigado. Me ensinaram, com sua simplicidade, a dimensão do que é ser Flamengo.

* Joe Kliment, o "Carioca", 44 anos - 40 de Flamengo -, é consultor de tecnologia e empresário, mora no Rio e passa uma temporada em Fortaleza (CE).

COLUNA DE SEGUNDA-FEIRA - Hermínio Correa





Superação e regularidade


Jogar em Porto Alegre nunca foi fácil. Alguns talvez pudessem se iludir com a campanha irregular do Internacional, mas ainda assim foi extremamente aceitável o empate de ontem. Digo mais: considerando a combinação nos outros jogos da rodada que, se não foi perfeita, também não nos afastou dos líderes, a equipe saiu com um bom resultado.

A lição que considero mais importante dessa partida: ninguém se omitiu e o time demonstrou atitude. Mesmo novamente dominados no primeiro tempo, há que se considerar a providencial substituição feita pelo Caio ao sacar Jailton. O meio se tornou mais consistente e os guerreiros Toró e Airton anularam D’Alessandro no decorrer da partida. Obina novamente entrou no lugar do Max, mostrou ter sua estrela e, não fosse um capricho, faria o segundo no finalzinho. O valente Marcelinho cansou e veio Erick Flores, que embora tenha feito pouco, quase garante dois pontos importantíssimos na tabela. Com tudo isso o Flamengo mostrou no segundo tempo de ontem que, mesmo jogando nos domínios do adversário, está voltando a ter padrão de jogo e consistência. Para quem sabe que, neste segundo turno, precisa melhorar a pontuação fora de casa, a atuação nos 45 minutos finais foi uma boa demonstração de que podemos confiar sim na reação do time no campeonato brasileiro.

Se a situação na tabela incomoda, não é porque empatamos contra o Internacional ontem, mas sim porque perdemos em casa os confrontos diretos contra São Paulo, Vitória e Cruzeiro. São essencialmente aqueles nove pontos que o Flamengo tem que recuperar para que siga vivo na disputa pelo título. Além, claro, de fazer valer o fator Maracanã, como em nossa arrancada em 2007.

Na próxima rodada, clássico contra o Fluminense. De antemão dois desfalques: Ibson e Airton estão suspensos. Com uma semana inteira para trabalhar a equipe, confio no Caio Jr. e tenho grande expectativa pelo retorno ao ataque de Vandinho, jogador que deixou boa impressão. mesmo com pouco tempo em campo, e pela estréia de Sambueza, que, acredito, chegou para ser titular. Ainda sentimos falta daquele "camisa 10" que dê um pouco mais de qualidade ao meio campo e que alimente melhor nosso ataque. O importante é que o time mostra que se reencontrou e a chegada de Marcelinho Paraíba já fez diferença.

E já que é semana de Fla-Flu, não podemos deixar de lembrar: Se eu já acreditei na LDU como campeã da Taça Libertadores, não vou acreditar no Flamengo? Que no próximo domingo a Nação Rubro-Negra possa novamente fazer a sua parte, lotar o Maracanã e empurrar esse time para mais um importante triunfo sobre nossos rivais. Seja de olho no título ou em uma das vagas para a Libertadores, os três pontos dentro de casa serão essenciais - não se pode pensar em outro resultado que não a vitória em jogos no Rio.

Para quem acompanha o que escrevo a cada semana pode soar repetitivo, mas insisto: as palavras de ordem são superação e regularidade. Só precisamos voltar à liderança ao final da 38ª rodada. Até lá muita coisa vai ocorrer.

Sigo firme, acreditando no poder de reação que só o Flamengo é capaz de proporcionar.


Até segunda e saudações rubro-negras, sempre!

domingo, 24 de agosto de 2008

Bruno e o Flamengo

Sou da seguinte opinião: bola impossível, tem que entrar. Se o goleiro pegar, melhor pra nós.

Mas gente, o Bruno é o cara mais inconstante que já vi. Ele faz defesas lindas. E entrega ridiculamente, como hoje.

Ninguém vai me convencer que ele não quis matar no peito. Babaquice dele. E pior: seu pedido de desculpas não vai tirar os dois pontos a mais que o Poderoso traria.

Vi um jogo em que o Poderoso dominou por todo o segundo tempo. Que Jaílton jamais poderá envergar o Manto. Que, infelizmente, Toró é necessário. E que não podemos jogar sem atacante.

Marcelinho Paraíba, pelo que mostrou nos dois jogos passados, não pode ficar longe desse time. E Juan, todos nós sabemos e vimos seu futebol. Só o Dunga, anão imprestável, reparou agora.

Aguardemos as próximas rodadas. Tenho certeza, que voltaremos qo G4.

Conte Comigo Mengão.

Apesar dos pesares


Mesmo com Bruno em dia de Clemer e Obina em dia de Obina o resultado de hoje não foi tão ruim. Pelo quarto jogo consecutivo o Flamengo pontua.

Ainda não alcançamos a regularidade necessária, mas se lembrarmos que nenhum reforço estreou, além do Cavaleiro da paraíba, há um alento. Seja qual for o papel que cabe ao Flamengo neste Brasileiro ele será obtido com o tempo. Estamos nos mantendo no bolo enquanto os que estão na frente tropeçam.

O próximo jogo já tem seus problemas. Ibson e Airton não jogam o que parece garantir que teremos Jaílton e/ou Christian embora a boa atuação de Toró pareça garantir que ele vai nos poupar de um dos dois.

Cada jogo é uma decisão e essa já passou. No confronto direto temos 4 pontos contra um do Internacional. Se conseguirmos manter essa vantagem - ou algo próximo - contra todos os times que disputam a vaga na Libertadores ou o Brasileiro, será difícil não conseguirmos uma boa campanha.

Mesa de Bar - Internacional x FLAMENGO

Beira-Rio - 16:00h
Como disse o nosso bravo Juan após o jogo contra os gaúchos com código de barra - ainda antes de ser merecidamente convocado para representar o Balcão de Negócios de Futbeol S.A. (vulgo CBF): o que nos interessa é o título!

Que ele repita este mantra a alguns de seus colegas de plantel, e que a Comissão Técnica lembre disto, antes de pensar em contar com o Jônatas de novo. Sua personalidade auto-destrutiva não se aplica só a ele e à circunferência de seu corpo, mas começa a expandir-se contra o time sempre que pode.

E o Toró, após a redenção do fim do último jogo, que se lembre de sua atuação na derrota no ano passado, pelo placar de 3 x 0, tão semelhante quanto à palhaçadinha de mesmo placar contra o Santos de Luxemburgo no mesmo ano, quando o time resolveu não jogar.

A toada é a mesma: quem quer o título, como disse o Juan, tem que mostrar em campo, dentro ou fora de casa, que está com vontade de atingí-lo. Temos que conquistar fora os pontos necessários para o título, além de compensar os que perdemos em casa. Diferente disto, não se pode ser campeão.

Concorda? Discorda? Comentemos o antes e o durante.

Valei-me, S.Judas Tadeu!

Às margens do Rio Guaíba

* Por Mauricio Neves

Um antigo narrador da Rádio Gaúcha (tão antigo que os mais antigos referiam-se a ele como o speaker da Gaúcha) abria as transmissões das tardes de domingo assim: Porto Alegre, quinze horas. Dentro de mais alguns instantes viveremos outra batalha às margens do Rio Guaíba. Batalha às margens de um imenso rio, aquilo me soava épico, e aos oito anos de idade eu ouvia as jornadas esportivas da Gaúcha só para imaginar os duelos que antecediam o mais belo pôr-do-sol do sul do Brasil. Claro, desde que o Flamengo não estivesse jogando sob o vozeirão de Jorge Cury na Rádio Globo.

Um dia deu-se a coincidência: a batalha às margens do Rio Guaíba seria um jogo entre Internacional e Flamengo, pelo campeonato brasileiro de 1982. O jogo foi televisionado e, comandados por Zico, vencemos. Em tempo: vencemos um dos mais belos e emocionantes jogos dos nossos anos de ouro.

Aos vinte e três minutos Júnior lançou Adílio, que matou no peito e deixou Zico na cara de Gilmar Rinaldi. O chute bateu no goleiro, mas Zicão pegou a sobra e meteu de cabeça: um a zero. Porém, é preciso que se diga, era bravo aquele time do Internacional, que conquistaria meses depois o bicampeonato gaúcho: eles empataram com Mauro Pastor e viraram com Geraldão, já no segundo tempo. Imaginei que o speaker pampeano devia estar saudando os gols colorados com um entusiasmo de Camões, virada histórica, senhoras e senhores, virada histórica no gigante de concreto armado às margens do Rio Guaíba.

Fui tirado do transe quando meu pai gritou, é agora!, e lá estava Lico entrando na área pela ponta esquerda. Lico tocou para Zico, Zico dominou e tocou rápido para Adílio, Adílio mais rápido ainda para a direita, e lá vinha Reinaldo, fechando pela direita nosso ataque demolidor, uma bomba para empatar o jogo. Se você nunca viu esse gol, imagine o gol de Jairzinho contra a Inglaterra, em 1970, mas com a bola passando por um jogador a mais. Da esquerda para a direita, Lico, Zico, Adílio, Reinaldo: dois a dois.

Já estava em curso a virada sobre a virada histórica, e Lico invadiu pela esquerda de novo, tocando desta feita para Vitor, que entrara no lugar de Andrade. Zico marcadíssimo, Adílio idem, então Vitor aparou com o pé direito e enfiou a canhota na bola, à esquerda de Rinaldi. 41 minutos do segundo tempo, silêncio sepulcral às margens do Rio Guaíba: Mengo três, Inter dois.
Acabou o jogo, meu pai pegou o telefone para sacanear um compadre colorado que, incauto, telefonara eufórico quando do gol de Geraldão. Eu corri para o quarto, liguei o rádio e sintonizei na Gaúcha para ouvir o narrador dizer: - Impressionante, senhoras e senhores, impressionante o que fizeram estes homens de vermelho e preto nesta noite de 17 de março de 1982 às margens do Rio Guaíba. Nós assistimos à grandiosidade do futebol dos campeões do mundo, nesta noite, às margens do Rio Guaíba.

Eu dormi feliz.

(Publicado originalmente no dia 8 de setembro de 2004)

sábado, 23 de agosto de 2008

FOTO DA SEMANA (VIII) - A vibração de volta



















Imagem feita durante o jogo Flamengo 2 x 1 Grêmio, em 21 de agosto de 2008, pelo fotógrafo Celso Pupo. Com sua melhor apresentação em 10 jogos, o Flamengo encurtou a distância para o líder do campeonato, e ficou a dois pontos do G4.

CADERNINHO DO SIMÕES LOPES:
Flamengo x Internacional de Porto Alegre

Jogos: 40 - RJ (17), RS (22)
Vitórias: 12 (29%) - RJ (8), RS (3), MG (1)
Empates: 12 (29%) - RJ (4), RS (8)
Derrotas: 17 (41%) - RJ (6), RS (11)
Gols pró: 43
Gols contra: 61

Resultado mais comum: Flamengo 1x1 - 6 vezes
Maior sequência sem perder: 6 jogos -1974 a 1982

Maior seqüência sem ganhar: 9 jogos – 2003 a 2007
Jogador que fez mais gols: Zico - 5 gols

Primeiro Jogo:
Internacional 3x0 Flamengo (14/11/1971)

Último jogo:
Flamengo 2x1 Internacional (25/05/2008)

Maior vitória:
Flamengo 3x0 Internacional (29/09/1993)
Time: Gilmar, Jorge Antônio, Júnior Baiano, Rogério e Piá; Fabinho, Charles Paraense e Marquinhos (Éder Lopes); Marcelinho Carioca (Paulo Nunes) Casagrande e Edu Lima.
Gols: Marcão (contra), Marcelinho (falta) e Casagrande.



Jogos memoráveis:

Flamengo 2x1 Internacional - 1975

Flamengo 1x0 Internacional - 1980
Internacional 2x3 Flamengo - 1982
Flamengo 1x0 Internacional - 1987 (foto)
Flamengo 2x0 Internacional - 1992
Flamengo 3xo Internacional - 1993
Internacional 1x2 Flamengo - 1999
Flamengo 1x0 Internacional - 2001
Internacional 1x3 Flamengo - 2002
Flamengo 2x1 Internacional - 2008

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Juan

Houve um tempo no qual vibrávamos com a convocação de nossos jogadores. Um tempo que não volta mais, diga-se de passagem. Os anos passaram, e com a internacionalização do futebol, com a visibilidade que nossos campeonatos ganharam, ter um jogador convocado se tornou algo perigoso, quase que um campo minado.
Reclamar da convocação do Juan é meio estranho. O cara vem jogando bem faz algum tempo, e essa convocação foi mais do que tardia. Claro, estamos falando de um técnico que convoca alfredos afonsos, augustos rogérios, jôs e outras bombas para representar o país. Nada mais natural que ele deixe de fora quem joga bem.
Mas eis que, de repente, não mais que de repente, aparece o nome do nosso 6. Merecido? Sim. Mas o outro lado da moeda é que assusta. Meu amigo Ricardo Amorim levantou uma bola: os jogos acontecerão a 8 dias do fechamento da janela. Estranho, né? Se eu fosse maldoso, levantaria mais lebres, mas vou abstrair.
O fato é que ele vai, deve jogar, e provavelmente, em face dos jogos que teremos, vai arrebentar, como fez ontem no jogo contra o grêmio. Aliás, o jogo de ontem me fez lembrar do comentário de um amigo meu, gremista: "O meu time tem chances de ser campeão. O problema todo é se o roth se lembrar que é celso roth, e começar a fazer besteira." Por isso, temos que ganhar, ganhar, ganhar e esperar pelo tombo do nosso ex-treineiro.
É isso. Parabéns, Juan. Mas se eu disser que estou completamente feliz por esta convocação, estarei mentindo (me perdoem a gerundiada).
Nada mais digo.

Pela volta do MEEEEEEEEENNNNNGOOOOOOO



MEEEEEEEEENNNNNGOOOOOOO!!!!
MEEEEEEEEENNNNNGOOOOOOO!!!!

Eu sinto muita falta do MENGO. O berro mesmo. O grito mais ouvido no Rio de Janeiro e mais repetido no futebol mundial. Ou pelo menos, era. Hoje foi trocado por músicas de ocasião, por melodias mais longas que se perdem no meio de um lance e que são feitas para aparecem na televisão, como se a torcida do Flamengo precisasse disso para ser vista e admirada.

Eu sinto muita falta do MENGO. Aquele MENGO que apavora os rivais, que engole o Maracanã, que a cada escanteio era berrado como se a torcida estivesse convocando mais um jogador a ir para a área. As novas músicas são bonitas, legais, mas se transformaram na trilha sonora contínua das partidas, jogando o MENGO para um segundo plano onde jamais deveria estar.

Estão calando o MENGO. Esse grito conhecido no mundo todo. Mesmo quem não acompanha futebol sabe gritar com a entonação correta, o tempo perfeito e se sente bem ao final. Através dele, o torcedor extravasa sua raiva, sua angústia pelo gol que não sai e ainda cala a boca da torcida rival. Isso é o mais gostoso.

Um simples berro para todo o estádio dominar. O som que acompanha o Flamengo desde sempre. Nós ensinamos nossos filhos a cantar o MENGO quando ainda nem falam papai e mamãe. Não há quem cale a torcida. O jogador levanta os braços pedindo esse MENGO.

Todos os gritos têm seu espaço no Maracanã, mas nenhum deles pode suplantar o MENGO. Que cantemos todas as músicas, mas não deixemos o nosso brado mais alto ser esquecido.

Eu peço então a volta do MENGO. E que o time volte com ele a trilhar o caminho das glórias.

Acabou



Ganhar do líder do Brasileiro pode significar uma nova arrancada ou mero fogo de palha. Com a palavra, o time.

O jogo de ontem foi foda, mas acabou. Agora vamos jogar contra o Internacional, o melhor elenco do campeonato, mas longe ser o melhor time. E o jogo é lá.

Hoje, o Flamengo luta pelo G4 e o Colorado, também. Quem vencer vai dar um grande passo já que ajudará a eliminar um concorrente direto da disputa. O título do Brasileiro vai depender das próximas rodadas, mas antes de pensar nisso o Flamengo precisa voltar a vencer.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Xô uruca!!


Mesa de Bar - FLAMENGO x Grêmio
Maracanã - 20:30h


Se por um lado não temos o peso de sermos os líderes nesse confronto, vamos enfrentar mais um sério concorrente ao título no Maior do Mundo, onde perdemos para quase todos que o disputam.

É mais uma decisão, decididamente decisiva. A vitória é inexoravelmente fundamental e qualquer resultado diferente dela será capital para o novo(?) Flamengo nesse campeonato.

Hoje, a máxima do time que desafia os prognósticos tem que se apresentar, em regra, no Maraca. Nem que seja por um resultado tão comum como 1x0!

Concorda? Discorda? Discutamos o antes e o durante.

Valei-me, S.Judas Tadeu!

COLUNA DE QUINTA-FEIRA - Raphael Perret

Preparem seus calmantes

Só agora, quando começa o returno, a torcida do Flamengo pode discutir a chegada de mais de meio time de reforços: Marcelinho Paraíba, Sambueza, Everton (ainda há controvérsias), Josiel, Fernando e Fernandão, além de Eltinho e Vandinho, que já freqüentam a Gávea há quase um mês.

O Tiago já foi preciso: as novidades chegaram tarde demais. Parabéns, diretoria, etc. etc. Não temos tempo para mais reclamações. Portanto, o mais importante agora é avaliar o que pode acontecer.

Tarefa difícil. Primeiro, porque muitos dos jogadores são desconhecidos. Segundo, porque mesmo os famosos, que fizeram sucesso em outros clubes, não necessariamente repetem a performance quando vestem outro uniforme (principalmente se ele é vermelho e preto). Como otimista, acredito que não fica pior do que está - um time que tem posse de bola mas não sabe o que fazer com ela quando ultrapassa o meio-de-campo. Porém, uma simples análise da situação indica um cenário preocupante.

Pra começar, voltemos ao campeonato de 2007. Depois de meter 3 a 1 sobre o Goiás no Serra Dourada, na segunda rodada, o Flamengo despencou. Sofreu cinco empates e duas derrotas. Chegou Cristian, estreou contra o Grêmio no Olímpico e perdemos. Em seguida, vencemos o América de Natal em Juiz de Fora, mas empatamos com o Corinthians no Morumbi. Ibson volta ao Mengão e, com ele, perdemos para Santos e Atlético-PR. Fábio Luciano desembarca na Gávea e faz um dos gols na vitória sobre o Náutico por 2 a 1 no Maracanã. Foi o início de uma série de oito jogos com cinco vitórias, dois empates e uma derrota.

O retrospecto no ano passado confirma que a chegada de reforços não se traduz em uma melhora instantânea. Se com apenas três jogadores novos o time demorou a engrenar, imaginem com seis. Ou, na melhor das hipóteses, com os quatro que vão disputar vagas de titulares. Na Vila Belmiro, domingo, só a entrada de Marcelinho Paraíba, que chegara da Alemanha três dias antes, sacrificou a equipe. O empate acabou sendo um resultado razoável, diante de tudo que aconteceu.

O Flamengo ainda vai passar por um período de arrumação com os novos jogadores. As circunstâncias estão, neste momento, jogando contra: enfrentaremos hoje o líder do campeonato e, dos jogos seguintes, três serão fora de casa e um será um clássico. A adaptação pode custar caro. Por isso, as mudanças no time precisam ser cuidadosas e planejadas e Caio Júnior será fundamental nesse processo. Se, por um lado, Cristian e Obina devem ser sacados urgentemente, por outro é mais salutar testar as novas peças aos poucos, para evitar o risco de perdermos jogos por causa de falta de entrosamento.

Portanto, deveremos ter paciência com as próximas atuações do time. É possível sobreviver a esse momento de trocas e testes, mas será complicado. E olha que nem discutimos a qualidade individual dos novos jogadores: enquanto Marcelinho Paraíba tem qualidades e Everton é elogiado por especialistas, Sambueza é desconhecido, Josiel é mais um artilheiro de Brasileiro (os mais recentes contratados pelo Flamengo, Dimba e Souza, saíram da Gávea sob comemorações da torcida) e não se pode esperar muita coisa da dupla sertaneja de Fernandos.

Bem, como diz nossa música... conte comigo, Mengão, acima de tudo rubro-negro.

***

Mea culpa - preguei durante um tempo a escalação do Obina como titular. Fui atendido, o jogador correspondeu de início mas, agora, me obriga a fazer este pedido de desculpas por eu ter contribuído para tamanha inoperância do ataque rubro-negro nos últimos jogos. Os chutes grotescos e as jogadas incompreensíveis que construíram o folclore em torno do Obina já perderam a graça. Mas não acho que ele precise sair do Flamengo. Lembram-se das partidas em que ele foi importante? A vitória de 1 a 0 sobre o Paraná em 2005, o primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil de 2006, a vitória sobre o Goiás na volta do Sávio também em 2006, as finais do Estadual de 2008... Em todas elas, Obina entrou como substituto. Portanto, seu Manuel, aceite: você é, sim, jogador de segundo tempo.

***

Pessimismo - se conquistarmos ao menos a vaga na Libertadores, já ficarei mais satisfeito do que decepcionado. Manter presença na competição é importantíssimo para experiência e maturidade, virtudes essenciais para quem almeja o título sul-americano.

***

Otimismo - estamos invictos há dois jogos.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Josiel: bonde ou um bom atacante?



Veja aqui os gols que fizeram de Josiel, novo reforço do Flamengo, o artilheiro isolado do último campeonato brasileiro e dê seu veredito. Afinal, ele será útil ou será mais uma contratação fracassada para o ataque?

Quer ver mais?

1) http://www.youtube.com/watch?v=MHSVqJY4BSQ&feature=related

2) http://www.youtube.com/watch?v=jNfHHl_yroY&feature=related

Pouco mais do mesmo - II

Num dia foi Dimba. N'outro, o recente Souza. Ambos chegaram ao Flamengo nas temporadas seguintes à conquista da artilharia, na recorrente e infinita busca rubro-negra pelo artilheiro que acabará com a Maldição da Múmia Romariola, que condenou o Flamengo a milhões de anos sem um artilheiro que emplaque. Agora chega Josiel, artilheiro do Brasileiro 2007, pelo Paraná, "ironicamente" rebaixado.

Vandinho acabou de chegar, do Avaí, como o artilheiro da atual temporada e já se machucou. Nem teve tempo de mostrar se a Maldição realmente existe. Mas não preciso que ele atue nem de poderes paranormais para saber que Vandinho, Marcelinho Paraíba ou mesmo Josiel resolverão...

Mesmo depois do carrinho de compras cheio, não se pode confiar em resultados. O problema dos bravos que defendem o Manto é o mesmo daqueles dos últimos 13 anos: sem planejamento sério; sem elenco; e, sem se pagar os salários - ainda que sejam baixos para os "padrões" rubro-negros - rigorosamente em dia, não se pode cobrar de ninguém que faça corpo-mole, deliberadamente ou não, resultados e uma postura profissional.

Dimba e Souza nunca tiveram no Flamengo um meio-de-campo regular, capaz de municiá-los como tinham no Goiás (detalhe: estou falando do Goiás; não do Grêmio, Palmeiras, Cruzeiro ou SPFC, para citar alguns). Este ano, os laterais tiveram um pouco desta característica, mas bastava os técnicos adversários anulá-los, para se matar qualquer eficiência do ataque rubro-negro. Marcinho foi por um curto espaço de tempo a variável do esquema. Variável essa que foi logo reduzida a zero...

Fato é que sem um meio-campo criativo como opção aos laterais, que nem são lá essa regularidade toda, sem tática e sem salários em dia - para anular insatisfações e/ou eventuais sabotagens -, não há solução.

Assim como não houve com Dimba e com Souza... Pode não haver com Josiel, Paraíba, Vandinho, e quem mais for artilheiro nos anos vindouros...
* Corrigido pela Administração do Blog às 15h10.

CADERNINHO DO SIMÕES LOPES
Flamengo x Grêmio - Brasileiros (1971-2008)

Jogos: 43 - RJ (21), RS (19)
Vitórias: 13 (30%) - RJ (11), RS (2)
Empates: 15 (35%) - RJ (6), RS (7), MG (1), SC (1)
Derrotas: 15 (35%) - RJ (4), RS (10), MG (1)
Gols pró: 46
Gols contra: 49

Resultado mais comum: Flamengo 0x0 - 7 vezes
Maior sequência sem perder: 5 jogos -1979 a 1985

Maior seqüência sem ganhar: 13 jogos – 1985 a 1994
Jogador que fez mais gols: Luisinho Lemos - 5 gols

Primeiro jogo:
Flamengo 1x1 Grêmio (05/09/1971)

Último jogo:
Grêmio 0x0 Flamengo (18/05/2008)

Maior goleada:
Flamengo 5x1 Grêmio (24/11/1976)
Time: Cantarele, Toninho (Vanderlei), Dequinha, Jaime e Júnior; Merica e Tadeu (Adílio); Júnior Brasília, Luisinho, Zico e Luís Paulo.
Gols: Luisinho (3), Zico e Luisinho.

Jogos memoráveis:

Flamengo 5x1 Grêmio - 1976

Flamengo 2x0 Grêmio - 1979

Flamengo 1x0 Grêmio - 1982 (foto)

Flamengo 1x0 Grêmio - 2006

Flamengo 2x0 Grêmio - 2007


1, 2, 3...



O número já revela um certo exagero, mas enfim. O maior problema não é trazermos um meia da série C ou um atacante do Ameriquinha, da segunda divisão carioca.

O problema é só chegarem agora.

No dia seguinte à saída de cada um dos três principais jogadores de ataque - sim, estou incluindo o Souza - por uma questão até quantitativa deveríamos ter algum substituto. A contrapartida foi jogarmos sete rodadas sem um meia de ataque. Ridículo.

Quantos desses jogos o "detalhe" do gol não foi definido pela falta de alguém que soubesse como conduzir a bola no meio? Contra o Goiás e Botafogo fomos envolvidos porque os times tinham dois jogadores assim.

Josiel, Sambueza e Paraíba vão demorar a se nivelar fisicamente. Ewerthon e Fernandos não têm esse problema e já podem ir entrando como opções.

Não sei o que esperar do apoiador da série C e do ex-mequinha. Sambueza parece ser uma boa opção pro ataque e o Ewerthon recebeu elogios de Juan Saavedra, que já comprovou acertar em outras ocasiões. Já falei do Paraíba e acho que o Josiel não foi uma boa.

Resta esperar, torcer e rezar para o grupo não ficar dividido com a chegada de cinco jogadores. Ao menos o Éder (renovaram contrato com ele?) e o Rômulo vão ganhando ritmo pra 2009.

terça-feira, 19 de agosto de 2008



COLUNA DA TERÇA-FEIRA - Alexandre Lalas





Os omissos





Hoje teve coletivo, Kléberson e Aírton entraram no time titular, Obina, Toró e Christian saíram e o resultado foi seis a zero para os titulares. O time entrou com Bruno; Leonardo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Jaílton, Aírton, Ibson e Kléberson; Maxi e Marcelinho Paraíba. Em tese, esse deverá ser o time que entrará em campo contra o líder Grêmio, na próxima quinta. Isso se nosso bravo Caio Junior não fizer a mesma coisa que tem feito nos últimos tempos: treinar um time e escalar outro.

O jogo contra o Santos escancarou de vez os problemas e as limitações do Flamengo. Na entrevista coletiva após a partida, Caio Júnior falou: “Jogamos melhor com dez do que com 11 jogadores. Fizemos um primeiro tempo muito ruim. E, por causa disso, tenho que refletir e analisar”. As modificações promovidas pelo treinador pode ser um indício de que a era da “tropa de choque” tenha, finalmente, chegado ao fim na Gávea. Tomara.

Como bem reparou Caio Junior, o time jogou melhor com dez do que com onze. E isso passa longe do discurso fácil da “superação” e coisa e tal. Jogou melhor porque um meio-campo formado por Jaílton, Ibson e Erick Flores é melhor do que um formado por Jaílton, Christian, Ibson e Toró. Vamos lá: Jaílton jogando de primeiro volante é bem melhor do que fazendo o terceiro zagueiro. Ibson de segundo volante é melhor do que Toró e Christian juntos. E Erick Flores, embora não seja um ponta-de-lança como Renato Augusto e Marcinho, sabe armar o jogo. Coisa que Toró e Christian se recusam a fazer.

Ibson e Leonardo Moura têm sido dois dos mais criticados jogadores do Flamengo nas últimas partidas. De fato, nenhum dos dois têm jogado metade do que sabem. Mas ambos não se omitem. Buscam o jogo o tempo inteiro, por mais que errem. Sobre Christian e Toró não podemos dizer a mesma coisa. Em momento nenhum, nos últimos jogos, esses dois apareceram para tentar, pelo menos, auxiliar Ibson na armação do time. Os dois se escondem quando o Flamengo sai pro jogo. Jogam atrás da linha da bola. Quando recebem um passe, voltam a jogada imediatamente. Não arriscam, não tentam. Não colocam o deles na reta. Pior do que o erro, é a omissão.

Christian é indefensável. Oxalá que a expulsão sirva para que Caio Junior afaste de vez o jogador do time. Sua fase é triste. Já Toró parece mais perdido do que nosso técnico. Vive uma crise de identidade. Apareceu como meia-atacante, virou ponta, foi recuado para segundo volante por Ney Franco e jogou sua melhor partida contra O Figueirense, como primeiro volante. Daí, se machucou e voltou sem saber aonde joga. Contra o Cruzeiro, em tese, era para ter jogado como segundo atacante. Não apareceu nem no ataque e tampouco na marcação. Na semana que antecedeu o jogo contra o Santos, treinou na lateral-direita! Na hora H, Caio Junior desistiu da idéia e escalou Toró como armador. Mais uma vez, não foi nem armador, nem volante e muito menos lateral. Essa indefinição parece ter feito mal ao nosso voluntarioso jogador. O maior ladrão de bolas do começo do campeonato deu lugar a um acanhado volante com crise de identidade.

Vamos torcer para que Caio não mude de idéia em cima da hora e entre contra o Grêmio com o time que brilhou no coletivo. Dar um tempo de Christian e Toró vai fazer bem ao meio-campo do Flamengo. E também à minha paciência, que anda cada vez mais escassa com nossos jogadores.

Até terça!

Um postzinho sem-vergonha

Depois de assistir à brilhante escolha de Dunga, que colocou o meia-esquerda Anderson ("Mas Alex, ele joga assim no Manchester". "Dane-se o Manchester, esse moleque tem que jogar no ataque") na lateral direita pra marcar o "barangão" do Messi, vejo que nosso time contratará o potente e sensacional WHO para suprir nossas necessidades no ataque.
Ainda bem que estou de férias do futebol.
Obrigado, KL, you´ve saved my day.

Hexa mais longe. Do Parque Antártica

Se o Flamengo vai ganhar o agora dificílimo Hexa, ainda não sabemos. Mas com a cada vez mais provável demissão de Dunga, diminuem bastante as chances de Penta (e, depois, de Hexa) da Sociedade Esportiva Palmeiras, clube que começou o ano vitaminado pelo dinheiro da Traffic e com sérias pretensões de reestabelecer a hegemonia do biênio 1993/94 (era Parmalat) - lembrem-se que o mesmo fenômeno aconteceu em 98/99, com o rival Corinthians (era Hicks Muse). Depois do fracasso olímpico, o presidente da CBF Ricardo Teixeira parece ter o pretexto que precisava para dispensar - sem grandes contrangimentos - os serviços do capitão do Tetra, e anunciar a contratação de Vanderlei Luxemburgo. O treinador do Palmeiras pode sair sem qualquer dificuldade. Basta usar a cláusula contratual que o libera de multa rescisória caso receba convites para assumir a seleção brasileira ou um clube do exterior.

Sem sua maior estrela, a regularidade do Palmeiras (dono de um incrível aproveitamento em casa) tende a desandar. O mais provável é que as pretensões de título dos palestrinos sejam encerradas de forma melancólica. Para nós, menos mal. Significa menos um time para igualar o pentacampeonato, feito do time comandado pelo sensacional Capacete Junior, no já distante ano de 1992. Somos o primeiro penta.

Se isso alivia parcialmente a torcida, principalmente a que mora em cidades com forte presença de torcedores paulistas e já sofre com a insolência de sãopaulinos, é claro que tem pouca serventia para desculpar a péssima campanha do time nas últimas nove rodadas. A equipe (des) montada pela diretoria do Flamengo obteve apenas seis em 27 pontos possíveis, num aproveitamento de míseros 22% (inferior ao do Ipatinga em todo o campeonato, de 26% em 20 rodadas).

De todo modo, para descontrair, proponho um bolão informal, sem valer $. Exatamente quando (data e horário) será o anúncio oficial da demissão do técnico Dunga? Com vocês, as apostas. Quem acertar, eu publico um post anunciando o nome do palpiteiro-mor (e um pedido dos sete números mágicos da Timemania, que ainda não saiu para ninguém).

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

TEXTO DA SEMANA - João Tavares (Dão)

Segura essa vaga, garoto

Acho que entendo um pouquinho de futebol, porque o que nosso querido técnico levou alguns meses de treinamento e cinco jogos para comprovar, eu já tinha observado em apenas um jogo, e olha que nem foi um jogo completo - o então junior Airton (foto), no jogo contra o Bacalhau pelo campeonato estadual, simplesmente havia destruído. Chamou-me a atenção pelos desarmes precisos, sempre na bola e sem precisar dar porrada ou cometer faltas como os “colegas” de posição. Dominávamos aquele jogo, mas, infelizmente, e talvez até por falta de ritmo, o garoto acabou saindo com câimbras. O setor de meio-campo ficaria enfraquecido e o Vasquinho foi lá e empatou.

O garoto continuou treinando, ficando no banco de Jailtons e Cristians da vida sem reclamar, mesmo pegando o buzão da linha 382 que faz o trajeto Piabas-Carioca. É chão. Curiosamente, o menino de Nova Iguaçu tinha passado a morar no Ninho do Urubu, onde treinam os juniores, exatamente para evitar as longas horas de viagem. Quis o destino que ele tivesse que viajar outras longas horas assim que foi convocado a treinar entre os profissionais.

Daí veio o campeonato brasileiro e, no segundo tempo do jogo contra o Galo, no Mineirão, ele entra no time. Uma pedreira. Nervoso, já no primeiro lance abre demais os braços e acerta um alvinegro. O árbitro amarela o cara, mas ele não se intimida e simplesmente anula um tal de Danilinho que, mesmo com pouco mais de metro e meio, aterrorizava a zaga rubro-negra. Depois veio um clássico, outro contra o Bacalhau. O garoto simplesmente tira onda no meio campo e joga fácil, durante os 90 minutos. Nem parecia que estava jogando o Clássico dos Milhões. O Mengão domina o jogo e sapeca mais três pontos. Foi naquele jogo que ele começou a me lembrar um craque das antigas.

Marcinho e Renato Augusto já tinham sido vendidos e, logo depois, começaria uma seqüência de maus resultados que afetam as mentes da torcida e do técnico. Veio o jogo contra o Palmeiras lá no Chiqueiro. Toró sai da equipe no segundo tempo, sentindo a coxa e quem vem pra fogueira? Ele mesmo, o experiente Airton no auge dos seus 18 anos. E, mais uma vez, ele entra bem, com mais uma seqüência boa de desarmes. Na malandragem, arruma ainda uma expulsão do Léo Lima no fim, que depois causaria sua suspensão pelos “bons moços"do STJD.

Contra o Goiás - na minha opinião, sua melhor partida -, Airton substituiu Dininho e, logo de cara, deu um balão duplo no meio-campo, o segundo penteando o cabelo do Paulo Baier (ou o que restou dele). No Serra Dourada, ele mostrou que, além dos desarmes precisos, sabia fazer a ligação direta para o contra-ataque. Não limitava-se a passar a bola ao meia. Mais uma vez, fez com que eu lembrasse de um craque das antigas, que na década de 80 vestia a camisa 6 do Mais Querido.

Contra o Atlético Paranaense, confesso que não posso dizer como foi sua atuação, deixo para vocês, pois foi no mesmo horário da festinha de um ano do meu moleque e, com apenas duas mãos, não sabia se o segurava no colo, se bebia mais um copo ou se passava um rádio para que alguém me contasse do andamento do jogo no Maraca.

Bem, nesses cinco jogos pelo Brasileiro, muitos deles entrando somente no segundo tempo, Airton fez 15 desarmes e apenas cinco faltas. Mas já levou dois amarelos, aliás, o segundo bem merecido, pois deu um pontapé no jogador do Goiás já caído no gramado e quando a bola já tinha passado uns dois metros.

E é aí que volto a falar do grande jogador a quem ele me faz lembrar. Alguém que atende pelo apelido de Tromba. Desarmava como ninguém, sabia ligar direto o ataque e, de vez em quando, perdia a cabeça e acertava um pontapé no adversário, fator que o levava mais cedo ao chuveiro.

Podem achar que estou exagerando, mas quem trouxe o moleque do Nova Iguaçu foi o Adílio, que pode até não ser um ótimo técnico para base, mas jogava muita bola e conhece Andrade como ninguém.

Diante disso, humildemente eu peço: Airton, não me decepcione, segura essa vaga!


* João Claudio Tavares, o Dão, tem 28 anos, é formado em Turismo, trabalha como assistente administrativo e mora no Rio de Janeiro.

Foto: Agência/FOTOCOM.NET (publicada no Globo.Esporte.com em 07/08/2008 neste link).

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