terça-feira, 19 de agosto de 2008



COLUNA DA TERÇA-FEIRA - Alexandre Lalas





Os omissos





Hoje teve coletivo, Kléberson e Aírton entraram no time titular, Obina, Toró e Christian saíram e o resultado foi seis a zero para os titulares. O time entrou com Bruno; Leonardo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Jaílton, Aírton, Ibson e Kléberson; Maxi e Marcelinho Paraíba. Em tese, esse deverá ser o time que entrará em campo contra o líder Grêmio, na próxima quinta. Isso se nosso bravo Caio Junior não fizer a mesma coisa que tem feito nos últimos tempos: treinar um time e escalar outro.

O jogo contra o Santos escancarou de vez os problemas e as limitações do Flamengo. Na entrevista coletiva após a partida, Caio Júnior falou: “Jogamos melhor com dez do que com 11 jogadores. Fizemos um primeiro tempo muito ruim. E, por causa disso, tenho que refletir e analisar”. As modificações promovidas pelo treinador pode ser um indício de que a era da “tropa de choque” tenha, finalmente, chegado ao fim na Gávea. Tomara.

Como bem reparou Caio Junior, o time jogou melhor com dez do que com onze. E isso passa longe do discurso fácil da “superação” e coisa e tal. Jogou melhor porque um meio-campo formado por Jaílton, Ibson e Erick Flores é melhor do que um formado por Jaílton, Christian, Ibson e Toró. Vamos lá: Jaílton jogando de primeiro volante é bem melhor do que fazendo o terceiro zagueiro. Ibson de segundo volante é melhor do que Toró e Christian juntos. E Erick Flores, embora não seja um ponta-de-lança como Renato Augusto e Marcinho, sabe armar o jogo. Coisa que Toró e Christian se recusam a fazer.

Ibson e Leonardo Moura têm sido dois dos mais criticados jogadores do Flamengo nas últimas partidas. De fato, nenhum dos dois têm jogado metade do que sabem. Mas ambos não se omitem. Buscam o jogo o tempo inteiro, por mais que errem. Sobre Christian e Toró não podemos dizer a mesma coisa. Em momento nenhum, nos últimos jogos, esses dois apareceram para tentar, pelo menos, auxiliar Ibson na armação do time. Os dois se escondem quando o Flamengo sai pro jogo. Jogam atrás da linha da bola. Quando recebem um passe, voltam a jogada imediatamente. Não arriscam, não tentam. Não colocam o deles na reta. Pior do que o erro, é a omissão.

Christian é indefensável. Oxalá que a expulsão sirva para que Caio Junior afaste de vez o jogador do time. Sua fase é triste. Já Toró parece mais perdido do que nosso técnico. Vive uma crise de identidade. Apareceu como meia-atacante, virou ponta, foi recuado para segundo volante por Ney Franco e jogou sua melhor partida contra O Figueirense, como primeiro volante. Daí, se machucou e voltou sem saber aonde joga. Contra o Cruzeiro, em tese, era para ter jogado como segundo atacante. Não apareceu nem no ataque e tampouco na marcação. Na semana que antecedeu o jogo contra o Santos, treinou na lateral-direita! Na hora H, Caio Junior desistiu da idéia e escalou Toró como armador. Mais uma vez, não foi nem armador, nem volante e muito menos lateral. Essa indefinição parece ter feito mal ao nosso voluntarioso jogador. O maior ladrão de bolas do começo do campeonato deu lugar a um acanhado volante com crise de identidade.

Vamos torcer para que Caio não mude de idéia em cima da hora e entre contra o Grêmio com o time que brilhou no coletivo. Dar um tempo de Christian e Toró vai fazer bem ao meio-campo do Flamengo. E também à minha paciência, que anda cada vez mais escassa com nossos jogadores.

Até terça!

Flamengo Net

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