COLUNA DE QUINTA-FEIRA - Raphael Perret
Obina já
Depois de entrar em campo no segundo tempo, sofrer um pênalti e criar as melhores chances do Flamengo na derrota para o São Paulo, sábado passado, Obina começou a pleitear uma vaga no time titular. Sempre humilde, o jogador que é melhor que Eto'o surpreendeu a todos. Mas será mesmo tão absurdo ter Obina em campo desde o apito inicial?
Destaco trecho de matéria do GloboEsporte.com sobre o desejo do jogador:
O próprio Obina faz sua propaganda. Ele recorda o momento que viveu em 2007, até a grave lesão no joelho.
- Minha melhor fase no Flamengo foi no time titular. Essa fama de jogador de segundo tempo é exagerada - afirma.
Os números ajudam Obina. Nos sete primeiros jogos do último ano, ele fez cinco gols.
E não foram cinco gols quaisquer. Dois deles foram feitos nos jogos da Libertadores em que ele participou como titular: 2 a 2 contra o Real Potosí, no alto do morro boliviano (ele fez o gol de empate), e 3 a 1 sobre o Maracaibo no Rio. Outro gol foi o contrapeso de sua lesão: sobre o Vasco, na semifinal da Taça Guanabara, logo no primeiro minuto de jogo.
Sua boa fase já vinha desde 2006, quando começou a ser ovacionado pela torcida ao marcar o gol da vitória sobre o Goiás, no Maracanã, pelo primeiro turno do Brasileiro, nos acréscimos da partida que marcava o retorno de Sávio (e pensar que nós comemoramos a volta do Sávio...). Depois disso, veio a consagração com gols importantes, como os três que fez sobre o Fortaleza na vitória de 4 a 3 na capital cearense e dois que marcou numa goleada sobre o nosso maior rival tricolor (4 a 1), ambos também pelo Brasileiro. Com outros gols e, mais do que isso, muita disposição e pouco medo de errar transformaram Obina no xodó da torcida. Há quem erre sempre. E Obina erra muito, mas também acerta.
Não precisamos ficar no passado pra defender o herói do título estadual deste ano. Em 2008, os artilheiros do Flamengo são Marcinho (15 gols), Souza (9) e Obina (8). Para um reserva, o aproveitamento do baiano é bem melhor que o do eterno titular Souza. Se eficiência nas finalizações for um critério de avaliação de um atacante, Obina sai na frente do ex-vascaíno.
O Flamengo tem o melhor ataque e o melhor saldo de gols do Brasileiro. Mas dos 13 gols marcados, só 3 foram feitos por atacantes. Já que Caio Júnior assume o compromisso de dar ao time mais poder ofensivo, talvez seja hora de mexer no ataque. Pôr Obina em campo pode ser um bom teste. E, antes que perguntem se ele suporta o jogo inteiro, o próprio avisa:
- É mole agüentar 90 minutos.
Por isso, Obina neles!
***
Bom momento para crescer - Depois de cinco jogos no Maracanã, está na hora do Flamengo mostrar que também sabe vencer fora de casa e dizimar o papelão de 2007 como visitante. Ano passado, só o aproveitamento no Rio foi capaz de botar o time em terceiro lugar. Se melhorar o desempenho também fora de casa, o hexa é o limite. Melhor momento para provar que o Fla não é time caseiro não poderia haver. Pegaremos o Ipatinga, que reza pra não cair, e o Sport, adversário mais difícil, porém bem à vontade depois de ganhar a Copa do Brasil.
A vitória em Minas é obrigatória. Mas, no Recife, ganhar do Sport terá um grande valor estratégico. Sabem por quê? Porque, na mesma rodada, teremos Cruzeiro x São Paulo, Palmeiras x Náutico e Grêmio x Internacional. Em outras palavras: os times que estão em terceiro, quarto, quinto e sexto lugares se enfrentam, enquanto o vice-líder tem um clássico regional. Duras batalhas que deixarão marcas - e arrancarão pontos - em, pelo menos, dois times que estão na cola do Flamengo. Ótima oportunidade para disparar na liderança. Só é preciso que o Mengão faça a sua parte.
***
A volta - Caio Júnior saiu mais ou menos incólume depois do jogo contra o São Paulo. A torcida entende que a derrota não teve o dedo do treinador. Mas a lua-de-mel corre o risco de ficar amarga com a ousadia de Caio em ressuscitar Jaílton. Cometer tal delito será imperdoável.
Obina já
Depois de entrar em campo no segundo tempo, sofrer um pênalti e criar as melhores chances do Flamengo na derrota para o São Paulo, sábado passado, Obina começou a pleitear uma vaga no time titular. Sempre humilde, o jogador que é melhor que Eto'o surpreendeu a todos. Mas será mesmo tão absurdo ter Obina em campo desde o apito inicial?
Destaco trecho de matéria do GloboEsporte.com sobre o desejo do jogador:
O próprio Obina faz sua propaganda. Ele recorda o momento que viveu em 2007, até a grave lesão no joelho.
- Minha melhor fase no Flamengo foi no time titular. Essa fama de jogador de segundo tempo é exagerada - afirma.
Os números ajudam Obina. Nos sete primeiros jogos do último ano, ele fez cinco gols.
E não foram cinco gols quaisquer. Dois deles foram feitos nos jogos da Libertadores em que ele participou como titular: 2 a 2 contra o Real Potosí, no alto do morro boliviano (ele fez o gol de empate), e 3 a 1 sobre o Maracaibo no Rio. Outro gol foi o contrapeso de sua lesão: sobre o Vasco, na semifinal da Taça Guanabara, logo no primeiro minuto de jogo.
Sua boa fase já vinha desde 2006, quando começou a ser ovacionado pela torcida ao marcar o gol da vitória sobre o Goiás, no Maracanã, pelo primeiro turno do Brasileiro, nos acréscimos da partida que marcava o retorno de Sávio (e pensar que nós comemoramos a volta do Sávio...). Depois disso, veio a consagração com gols importantes, como os três que fez sobre o Fortaleza na vitória de 4 a 3 na capital cearense e dois que marcou numa goleada sobre o nosso maior rival tricolor (4 a 1), ambos também pelo Brasileiro. Com outros gols e, mais do que isso, muita disposição e pouco medo de errar transformaram Obina no xodó da torcida. Há quem erre sempre. E Obina erra muito, mas também acerta.
Não precisamos ficar no passado pra defender o herói do título estadual deste ano. Em 2008, os artilheiros do Flamengo são Marcinho (15 gols), Souza (9) e Obina (8). Para um reserva, o aproveitamento do baiano é bem melhor que o do eterno titular Souza. Se eficiência nas finalizações for um critério de avaliação de um atacante, Obina sai na frente do ex-vascaíno.
O Flamengo tem o melhor ataque e o melhor saldo de gols do Brasileiro. Mas dos 13 gols marcados, só 3 foram feitos por atacantes. Já que Caio Júnior assume o compromisso de dar ao time mais poder ofensivo, talvez seja hora de mexer no ataque. Pôr Obina em campo pode ser um bom teste. E, antes que perguntem se ele suporta o jogo inteiro, o próprio avisa:
- É mole agüentar 90 minutos.
Por isso, Obina neles!
***
Bom momento para crescer - Depois de cinco jogos no Maracanã, está na hora do Flamengo mostrar que também sabe vencer fora de casa e dizimar o papelão de 2007 como visitante. Ano passado, só o aproveitamento no Rio foi capaz de botar o time em terceiro lugar. Se melhorar o desempenho também fora de casa, o hexa é o limite. Melhor momento para provar que o Fla não é time caseiro não poderia haver. Pegaremos o Ipatinga, que reza pra não cair, e o Sport, adversário mais difícil, porém bem à vontade depois de ganhar a Copa do Brasil.
A vitória em Minas é obrigatória. Mas, no Recife, ganhar do Sport terá um grande valor estratégico. Sabem por quê? Porque, na mesma rodada, teremos Cruzeiro x São Paulo, Palmeiras x Náutico e Grêmio x Internacional. Em outras palavras: os times que estão em terceiro, quarto, quinto e sexto lugares se enfrentam, enquanto o vice-líder tem um clássico regional. Duras batalhas que deixarão marcas - e arrancarão pontos - em, pelo menos, dois times que estão na cola do Flamengo. Ótima oportunidade para disparar na liderança. Só é preciso que o Mengão faça a sua parte.
***
A volta - Caio Júnior saiu mais ou menos incólume depois do jogo contra o São Paulo. A torcida entende que a derrota não teve o dedo do treinador. Mas a lua-de-mel corre o risco de ficar amarga com a ousadia de Caio em ressuscitar Jaílton. Cometer tal delito será imperdoável.
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