COLUNA DA QUARTA-FEIRA - JOÃO MARCELO MAIA
Brasileiro é obrigação
Contra América do México e São Paulo, o Flamengo parecia ter se desestabilizado diante da perspectiva de sucesso e consagração. Num momento em que poderia até perder por dois gols para atingir as quartas-de-final, foi atropelado por uma equipe mediana em casa. No último sábado, poderia ter batido um instável São Paulo diante de 60 mil pessoas e se distanciado na liderança do Brasileiro. Em ambos os embates a equipe sentiu o peso da própria paixão que evoca.
Existem, é claro, times que nunca conseguiram lidar bem com o sucesso e o otimismo, mas o que marcou o Flamengo foi sempre a capacidade de lidar com o entusiasmo vulcânico de sua Nação. Entender esse aspecto de nosso caráter como clube sempre foi aprendizado fundamental para qualquer um que vestisse o rubro-negro. Mas parece que o time atual está desaprendendo. Os jogadores não agem de forma segura e confiante, mas se mostram afobados e afoitos, como se sentissem que nunca estariam à altura da fé emanada da arquibancada. Parecem oscilar o tempo inteiro entre uma soberba desmedida e uma insegurança infantil.
Solução? Lembrar as feridas do último vexame. "Brasileiro é obrigação" não deve pesar como fardo, mas deve ser entendido como um mantra moral a lembrar os jogadores de que estar no Flamengo é ser obrigado a ver a glória com naturalidade.
***
Por enquanto, optei por poupar os leitores da visão de meu rosto, mas semana que vem aparecerei.
|