No fim de semana, depois de quase completarmos o papelão com o milésimo gol do baculau-peixe, pensei em escrever. Concentrei-me, raciocinei, respirei fundo e contei até 10... Tá bom... Já estamos na final, mas perder assim, não dá... Vou escrever de novo, pra destilar minha azia? Deixa pra lá... O Técnico já percebeu que o time "não sabe chutar"... Vai dar um jeito nisso... Vai botar a mulambada pra treinar finalização... O time vai bem na Libertadores... Vai funcionar...
Começa a semana, começa o zum-zum-zum... Juninho Paulista barrado pelo Leo Medeiros!!!!? Roni sob risco de barração... Opa! Pelo Leonardo? Não! Pelo Clailton!!!?
Pára! Pára o mundo que eu quero descer!
Começa o jogo contra o fluzeco. Ruim. Pelada de bêbado ganha. E o time segue perdendo oportunidades. Só faltava o Clailton estar em campo...
Conseguimos um gol numa jogada em que o Roni participou! É verdade? Devia desconfiar...
E vamos desperdiçando oportunidades... O time, enfrentando um adversário quase-morto, quando consegue criar algo, o goleiro fecha o gol. Jogo assim, não se pode jogar fora oportunidades claras de gol...
Começa o segundo tempo. Pro florminense. Pois nosso time, como nos tempos tétricos, não volta do intervalo, mesmo depois do apito do juiz. E tome-lhe gol no início. Aí é que o time acorda. Acorda pra tomar sufoco. Ridículo.
E vêm os gols perdidos, os contra-ataques nati-mortos, antes do meio-campo. É impressionante como desde o período pre-romariola o Flamengo não tem atacantes! Pre-romariola mesmo, pois esse, por sua natureza desagregadora, conseguiu destruir mais gols dos outros jogadores do que se conta os que ele mesmo fez. Nestes longos 13 anos, lembro-me apenas do vendido do Liédson, com tino de goleador, que para piorar para nós, usou o Flamengo como um trampolim. Mas um trampolim-relâmpago, pois logo nos trocou por aquele timeco, tacando pedra no escudo do clube. Depois, e antes, um repertório quase-nulo de gols. Até pênaltis em Campeonatos Nacionais tentaram nos tirar, talvez até registrado no estatuto da Comissão de Arbitragem da CBF, pensando-se que um time sem goleador não tem direito a bater pênaltis...
Aí, quando a bagaça já estava desenhada no último jogo, com o time tomando um sufoco da gazela moribunda, resolve-se botar Leonardo e Juninho Paulista, com direito a chilique do peso-morto... Penso comigo mesmo: "Como eu gostaria de ver o técnico ser lógico, pelo menos uma vez na vida..."
E não bastasse a falta de recurso de nossos atacantes e homens de criação, depois de mais oportunidades incríveis perdidas, o jogo se aproxima daquele momento crítico: o inexorável gol sofrido nos acréscimos.
Pois é, São Judas Tadeu... Voltou o concorrente! O Flamengo tornou a ressucitar defuntos!
Que essa lástima de mediocridade não se alastre para as Finais, e principalmente, a Libertadores!
Valei-me, São Judas Tadeu!