segunda-feira, 12 de março de 2007

Juninho no lugar do Cláiton

Primeiro: por mais que esteja saindo isso por aí, ainda não acredito que vá ser essa a opção do Ney Franco para começar o jogo. Algo me diz que essa foi uma opção testada para ver como o time funcionaria no decorrer de uma partida, e é válido. Mas, na hora H, acredito que será mais conservador.

Mas digamos que ele parta para esta escalação. Tem o lado positivo de trabalhar o espírito do time: olha, estamos indo lá pra ganhar, nada de ficar lá atrás achando que o empate tá bom. Este tipo de recado é importante pra cabeça do jogador. E me surpreenderia se viesse mesmo do Ney Franco. Gosto dele, mas normalmente a falta de ousadia dele jogando fora de casa me incomoda.

Só um parêntese: eu não faria isso. Manteria o esquema e colocaria o Salino no lugar do Cláiton, simplesmente (fora uma mudança no ataque, mas não sei se dar a primeira chance ao Leonardo justo na Libertadores, justo contra o ex-time, seria uma boa). Mas não deixo de admirar este tipo de atitude corajosa. Se tentar isso mesmo, tomara que dê certo pra não justificar futuros discursos retranqueiros.

Continuando - há duas opções de arrumação deste meio-campo, e o pouco que li do Ney Franco falando sobre esta escalação me deixou em dúvida de por qual ele estaria optando.

Em uma, ele seguraria o Renato pra valer, pra fazer a função de segundo volante, com Juninho e Renato Augusto como meias de criação, talvez o Renato Augusto recuando um pouco mais. Acho esquisito; com isso, teríamos dois armadores destros e o time, que já joga muito mais pela direita do que pela esquerda, ficaria bastante torto. Teria que se pensar em uma alternativa de movimentação aí, e ainda ficaríamos na dependência do Renato funcionar como segundo volante.

Na outra, o meio-campo funcionaria em um losango, com o Paulinho como único volante. Renato e Renato Augusto se equilibrariam igualmente em funções ofensivas e defensivas, cada um por seu lado, mas Juninho seria o responsável no meio por encostar no ataque.

Parece interessante; em tese, a saída de bola teria muito a ganhar e ambos os laterais teriam um meia de qualidade pra lhes ajudar nas jogadas de ultrapassagem sem que, com isso, perdêssemos alguém se movimentando no meio, pela intermediária e entrada da área, algo que o time tem precisado - já que o Obina, que fazia isso saindo da área, está fora e o Roni não encontra seu lugar no campo. No duro, parte do meu raciocínio pra ter alguma simpatia à idéia considera que o time hoje em dia está jogando com um a menos na frente; o Souza normalmente está mal, mas o Roni simplesmente não está. Tá faltando gente ali.

Mas, pra funcionar, vai ser preciso que tanto o Renato quanto o Renato Augusto entendam bem suas novas funções e se dediquem muito a elas, porque o time vai depender muito deles para a marcação funcionar. Seria importante também que o time se concentrasse na marcação mais à frente, pra evitar que o adversário consiga sair rápido no contra-ataque, e que o time atue em bloco, pra não criar um espaço no meio-campo entre o Paulinho e os demais meias.

Fora isso, sobre o Juninho: ele não tem me convencido quando entra. Corre muito, chama o jogo, não amarela, tenta as jogadas. Mas erra muitos passes, basicamente porque a maioria das jogadas que tenta são impossíveis. Acho que ele tem tido futebol apenas para ser uma (boa) opção pra segundo tempo, não pra ser titular.

* * * *

Quando avaliarem o time reserva, pensem que estes caras não só são piores que os titulares (óbvio, ou não seriam reservas), como não têm jogado, a não ser alguns minutos por jogo. É um timede jogadores sem ritmo de jogo e, além disso, desentrosados. Assim, é bom dar um desconto antes de achar que nosso elenco é pior do que se pensava por conta de eventuais resultados ruins deste time B na Taça Rio.

Flamengo Net

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