terça-feira, 30 de junho de 2009



Raul Plassmann no Twitter

O maior goleiro de todos os tempos da história do Mengão, Raul Plassmann - atual comentarista da Rede Globo de Televisão e do Sport TV - acaba de inaugurar o seu Twitter, entrando também nessa nova onda.

Para quem desejar segui-lo, acesse https://twitter.com/RaulPlassmann

Pelo contato quase que diário que o Raul mantem com os demais craques do Flamengo do passado (Zico, Junior, Adilio, etc) presume-se que ,em breve, poderão ser adicionados e encontrados também os endereços desses heróis da Nação Rubronegra.

Alfarrábios do Melo

Olá, saudações rubro-negras a todos. Bem, essa semana o Flamengo passa a usar os uniformes da Olympikus, sua nova fornecedora de material, e na quarta-feira o mistério sobre as novas camisas será enfim revelado. Então quero, nessa semana, falar um pouco sobre a evolução da forma de se vestir em campo dos jogadores do Mais Querido. Nos trechos em negrito há links para imagens e/ou textos. Boa leitura,

O Manto Sagrado

Antes de mais nada, é interessante esclarecer uma pequena confusão que muita gente comete. O time de futebol NUNCA, JAMAIS, EM TEMPO ALGUM, usou as cores azul e dourado. Ué, mas essas não são as cores originais do clube? Inclusive na Sala de Troféus do Flamengo na Gávea está lá a bandeira original, em azul e dourado. Então, que história é essa?

Resumindo rapidamente: quando o Grupo de Regatas do Flamengo (isso mesmo, grupo) foi criado em 1895, para a prática de remo, foi decidido que as cores da nova agremiação seriam azul (simbolizando a Baía de Guanabara) e ouro (as riquezas do país), adotando-se o vermelho e preto como cores reservas (pois transmitiam energia). Os remadores vestiriam camisas listradas em azul e dourado na horizontal, com cintos e sapatos brancos, e calções também brancos. Só que essa era uma combinação de cores difícil de achar no comércio brasileiro na época, tanto que na primeira regata da história do Flamengo os atletas usaram camisas amarelas de mangas compridas, as únicas disponíveis no mercado. Quando, enfim, foram encontrados modelos de listras em azul e dourado, verificou-se que, em função da má qualidade, os mesmos desbotavam rapidamente com o sol, adquirindo uma tonalidade desmaiada, quase branca. Ao lado dos engomados e elegantes remadores de outros clubes, com seus uniformes reluzentes, os flamengos pareciam molambos naquelas roupas desbotadas.

Incomodados com a situação (afinal de contas, vestir-se mal não pegava bem com as moçoilas, e uma das motivações para a criação do Flamengo foi justamente fazer “presença” com as donzelas do bairro de mesmo nome, já que ser remador conferia um certo status), e sem dinheiro para importar da Inglaterra camisas de melhor qualidade (o que, aliás, seria uma extravagância), os flamengos decidiram adotar as cores reservas, o vermelho e o preto. O uniforme dos remadores, então, passou a ser camisas vermelhas e pretas em listras horizontais, calções brancos, cintos e sapatos pretos. Isso já no ano seguinte, em 1896 (ou 1898, as fontes divergem).

Assim, quando um grupo de jogadores de futebol do Fluminense arrumou uma confusão, rompeu com o clube das Laranjeiras e foi bater à porta do Clube de Regatas do Flamengo (aí sim, Clube, denominação adotada em 1902), e a muito custo conseguiu convencer o pessoal do remo a aceitar a criação de um Departamento de Futebol, já estávamos em 1912, e, portanto, o Flamengo era rubro-negro há cerca de 15 anos.

Uma das condições impostas pelo remo (que era o esporte por excelência da época, atraindo multidões para as regatas aos domingos) para aceitar que o futebol fosse criado no Flamengo foi a utilização de uniformes distintos entre remadores e futebolistas. Não se queria que houvesse qualquer tipo de confusão entre o viril esporte das regatas e aquilo que, na denominação da época, era um “jogo de bailarinos dando pulinhos” (uma bobagem, pois alguns jogadores do Fluminense remavam pelo Flamengo, por exemplo). Mas as cores poderiam ser as mesmas. Como não se admitia a utilização de listras verticais por causa da rivalidade com o Botafogo, decidiu-se adotar uma camisa quadriculada, nas cores rubro-negras, um desenho que hoje soa de evidente mau gosto, mas que era utilizado por várias equipes inglesas na época (ainda hoje há times que jogam assim). Mas a feiúra do modelo tornou-se um rápido consenso, e, sempre irreverente, o carioca apelidou a nova camisa com o pouco altaneiro título de “Papagaio de Vintém”, pois a peça era idêntica aos papagaios (pipas) de papel que eram vendidos no centro da cidade por um vintém, para as crianças brincarem.

E foi assim, trajado com a camisa papagaio-de-vintém, calções brancos e meias pretas, que o Flamengo iniciou sua trajetória no futebol, meteu 16-2 na Mangueira (não confundir com a escola de samba de mesmo nome), perdeu pro que restou do Fluminense (2-3), devolveu a derrota ao tricolor com juros (4-0) logo depois, viu o extinto Paissandu ganhar o título carioca de 1912, e, apesar de ter o melhor time da cidade, acabou numa opaca terceira colocação no campeonato de 1913, com o América campeão. A culpa pela falta de títulos? Era da camisa, que além de feia, era (agora se sabia) azarada. Precisava-se arranjar outro modelo.

“Cobra-coral!” O carioca, jocoso, assim apelidou o novo desenho das camisas do Flamengo, agora também em listras horizontais. Entretanto, para se diferenciar do remo, colocou-se frisos brancos entre as listras, fazendo com que a equipe, pela primeira e única vez em sua história, adotasse um uniforme tricolor. Camisas “cobra-coral”, calções brancos e meiões pretos. Foi com essa vestimenta que o Flamengo conquistou, com certa facilidade, o bicampeonato carioca de 1914-1915, os seus primeiros títulos. O modelo teria inspirado, inclusive, as camisas do Santa Cruz de Recife (que até hoje é conhecido como cobra-coral), segundo uma das versões da criação do time pernambucano. De qualquer forma, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, a camisa “cobra-coral” começou a ser mal vista, em função da sua semelhança com a bandeira da Alemanha, potência antagonista no confronto. Assim, em 1916, o Flamengo resolveu abandonar as camisas “cobra-coral”.

Com o número de torcedores crescendo vertiginosamente e com os títulos recentes, o Flamengo era o “time da moda”. O futebol ganhava rapidamente popularidade, e com isso a diretoria do clube decidiu unificar os uniformes das equipes de futebol e remo. A partir de 1916, o time de futebol passou a usar camisas em listras horizontais rubro-negras com o brasão CRF em branco, calções brancos e meias pretas.

Em 1937, o Flamengo contratou o treinador húngaro Dori Krueschner, de perfil extremamente inovador, vários anos à frente do seu tempo. Ao constatar a péssima iluminação dos campos nos jogos noturnos, o que dificultava a visualização dos jogadores, Krueschner sugeriu que o Flamengo passasse a utilizar uma camisa branca à noite. Assim, surgiu o modelo branco com duas faixas horizontais (uma vermelha, outra preta) à altura do peito, com o escudo (não o brasão) do Flamengo no centro. Esse desenho, em linhas gerais, seria mantido até 1980, como uniforme reserva.

O uniforme rubro-negro, tal como adotado em 1916, seguiria vestindo o Flamengo nas décadas seguintes, com poucas alterações (desenho de golas, espessura de listras etc). No início dos anos 40, as meias passaram a ser também listradas em rubro-negro, dando mais força e identificação às cores do time. Quando o clube queria expressar luto, usava calções negros, como na final do Campeonato Carioca de 1955 (morte do presidente Gilberto Cardoso) e em 1976 (falecimento do meia Geraldo). Mas em 1980 uma mudança radical nos uniformes sacudiu a Gávea.

Em 1980, o Flamengo era campeão brasileiro. Deveria vestir-se como tal, usar um uniforme de vanguarda. Assim, foi criado um novo modelo, de listras muito largas. O brasão CRF foi estilizado e ganhou a companhia de três estrelas (simbolizando os três tricampeonatos estaduais). Mas a mudança mais polêmica foi a adoção de calções negros e meias brancas, o que até pode ter sido melhor em termos estéticos, mas fez muitos conselheiros torcerem o nariz. A camisa reserva também foi alterada. Passou a ser totalmente branca, com mangas rubro-negras. Saía o escudo, entrava o brasão CRF em vermelho. A essa altura, os uniformes já eram fornecidos pela Adidas.

Com a perda do tetra carioca em 1980 e do Brasileiro de 1981, aumentou a pressão para que o time abandonasse aquele uniforme. O clube estaria sendo “castigado” por abandonar suas raízes. Chegou-se a um consenso. Os modelos das camisas seriam mantidos, mas o time voltaria a utilizar calções brancos e meiões rubro-negros, e foi com essa combinação de cores que o Flamengo viveu as grandes glórias da Era Zico. Nunca mais se falou seriamente em alterá-la.

Nos anos seguintes, as necessidades de obtenção de novas fontes de receita, o surgimento de novas tecnologias de fabricação de uniformes e a expansão de iniciativas de marketing fizeram com que a camisa rubro-negra sofresse várias adaptações, como a inserção de logomarcas de patrocinadores (muitas delas coloridas), ou a adoção do escudo no lugar do brasão CRF (iniciativa nos anos 2000 que não prosperou), ou mesmo a criação de um terceiro uniforme (idéia que poderia ser mais explorada). Por exigência da TV, voltaram os calções negros em determinados jogos fora de cada. Entretanto, pode-se dizer que de um modo geral a essência da identidade flamenga procurou ser mantida. Dentro da miríade de modelos concebidos, nunca se deixou de utilizar a camisa vermelha e preta em listras horizontais. Mais finas, mais espessas, ou mesmo de largura variável, com mangas listradas ou lisas, as listras rubro-negras são identificadas à distância, e corporificam, como nunca, o espírito de uma nação. São a sua bandeira, seu bastião, seu manto.

Um manto sagrado.

Link Flapedia: todos os uniformes do Flamengo.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ao Maestro, com carinho

29 de junho, aniversário de Júnior, data cívica da Nação. Não há presente que retribua a Júnior todo o bem que ele nos fez. Júnior está no projeto, na fundação, nas vigas e no concreto armado do Maior Flamengo de Todos os Tempos. E daquele Flamengo puro-sangue que só existe no coração de todos nós, daquele Flamengo que um dia há de se organizar para ser tão imenso quanto o nosso amor, Júnior é o código genético.

Talvez seja essa a definição mais justa. A gente vive dizendo: Júnior tem a cara do Flamengo, Júnior é a nossa alma, Júnior tem pele rubro-negra. A gente diz isso porque lembra do começo em 1974, lembra de Júnior peitando todo o time do Grêmio no Olímpico em 1982 e lembra do Maestro do pentacampeonato. Lembra de tanta coisa e ainda vê um golaço como o de ontem, no Fla-Flu de masters. Façamos o seguinte: para o bem da Nação, agora a definição é essa. Júnior é o DNA do Flamengo.

Maestro, obrigado por tudo. Não temos mais nada a te oferecer porque já te oferecemos um lugar na eternidade. Assim, ao invés dos desejos tradicionais aos aniversariantes, quebraremos o protocolo. O desejo é para o Flamengo. Tornamos público que este escriba e os abaixo-assinados nos comentários desejamos, para todo o sempre, que o Flamengo tenha a feição, a honradez, a grandeza e a pele rubro-negra de Leovegildo Lins da Gama Júnior. O Capacete. O Vovô Garoto. O Mister Futebol. O DNA do Clube de Regatas do Flamengo.

Parabéns, Maestro.

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Segue abaixo um texto que publiquei aqui mesmo no blog, em 2004. É sobre o último Fla-Flu de Júnior como profissional. Uma aula de rubro-negrismo.


Apenas um retrato na parede


Eu comprei uma foto do arquivo de um grande jornal do Rio. Não posso mostrá-la aqui, comprei apenas a imagem, sem os direitos para divulgá-la. E, desde que recebi a foto, não parei de pensar nela. É do último Fla-Flu do Júnior, em 1993. Três a dois para o Flamengo, de virada. O terceiro gol saiu no final do jogo: bola alçada na entrada da área, Gaúcho subiu contra o beque tricolor e escorou para trás, até Júnior, que matou no peito e emendou sem deixar a bola cair. Um gol de sonho.

Faz onze anos, mas a lembrança é atual como um gol perdido por Jean. Eu estava a bordo do ônibus da empresa Santo Anjo, linha Lages-Tubarão, tentando ouvir o jogo através das ondas curtas. Foi assim que o Fluminense abriu dois a zero, aumentando o desconforto da viagem. No final do primeiro tempo, já nas ondas médias, ora na Globo, ora na Tupi, Paulo Nunes descontou. E o segundo tempo foi todo pela Tupi, de melhor sintonia na altura da Serra do Rio do Rastro. Encurralamos o Fluminense. O empate saiu em cabeçada de Gaúcho, perfeita, no ângulo esquerdo. Vinte e cinco minutos do segundo tempo, Luís Penido narrava e eu ouvia a torcida ao fundo, meu Mengão, eu gosto de você.

Cantei ao mundo inteiro, a começar pelos outros passageiros do ônibus, a alegria de ser rubro-negro. O Penido disse: - Sobe Gaúcho, escora de cabeça, Júnior matou no peito, bateu, guardou!, gol!, gritei sozinho e incompreendido. Gol de quem?, alguém perguntou, do Júnior, respondi, do Flamengo, vamos ganhar o Fla-Flu!

Puta merda, disse um secador; fica quieto!, disse outro; mas Mengo!, gritou alguém do fundo do ônibus; quanto tá?, perguntou outro rubro-negro; e logo éramos quatro rubro-negros ouvindo o rádio, e Júnior disse ao final do jogo, isso aqui é o Flamengo.

Era o Flamengo. A foto que eu comprei mostra a comemoração do terceiro gol. Júnior está à beira do fosso da geral, às suas costas estão Nélio, Marquinhos, Gaúcho, e à sua frente centenas de torcedores ensandecidos, braços estendidos em direção ao jogador que mais vezes vestiu o Manto Sagrado. Os outros torcedores rubro-negros da foto sorriem, trocam abraços, e os tricolores estão saindo, cabisbaixos. Mas é ao grupo que estende os braços em sua direção que Júnior se dirige, ele está puxando a frente da camisa com a mão esquerda, e com a direita aponta para o escudo. Parece dizer aos torcedores, isso aqui é o Flamengo, e agora vejo que um torcedor levou as mãos à cabeça, outro gira a camisa no ar, mas quase todos estendem os braços e têm as mãos espalmadas e parecem dizer sim, Júnior, isso aqui é o Flamengo, nós somos o Flamengo!, e eu não consigo parar de pensar, era o Flamengo. Vou emoldurar a foto e ela vai virar – parafraseando Drummond – apenas um retrato na parede. Mas como dói. Era o Flamengo.

domingo, 28 de junho de 2009

Triplex Top Ten

1 - Alice: Hoje foi o batizado da minha filha. Uma data especial ao extremo, que motivou um almoço em família. Cheguei em casa ali pelas 11, e consegui ver um pouco do segundo quarto e o restante do jogo. Se eu precisava de um complemento pro domingo ser muito, mas muito feliz (e completo), o basquete foi o plus. Tive orgulho de ver a torcida na Arena. Muito orgulho de ser rubronegro.

2 - Isiah Thomas: Ahn? Explico-vos. Sou viciado em NBA faz uns 20 anos, por baixo. Do tempo em que a Band transmitia com Alvaro José. E depois que apareceram as TV´s a cabo, aí mesmo é que eu não perdia um jogo que fosse transmitido. Numa das finais que vi, o título do tópico dizia que, para os Bulls serem campeões, eles precisavam focar na vitória simples do jogo, que o título seria uma "consequência". Pois bem, quando começou o segundo tempo, vi que o Flamengo começou a pensar, simples assim, em pontuar. Jogo amarrado, atirar de 3 tava muito complicado. E os jogadores tiveram a humildade em gol, e partiram pros 2, pras infiltrações. E pontuamos, pontuamos, e abrimos. Ponto.

3 - Baby: Vocês podem me questionar. Sou contra a violência, mas por muitas vezes é preciso que alguém encarne o badboy e mostre quem manda na parada. Baby foi nosso Denis Rodman hoje. Encarou, foi expulso, mas não deixou NINGUÉM falar alto na nossa casa. Faltou um Baby aqui em Curitiba, e em vários outros jogos do time de futebol.

4 - Marcelinho: O comandante. O craque. E para os veículos de imprensa (e seus estagiários) que insistem em falar do veterano armador do Flamengo, eu pergunto: Quem foi o campeão? Quem foi o cestinha? Nosso país, como um todo, precisa parar com essa palhaçadinha zero de "fulano tá velho", "sicrano é veterano". O cara arrebentou, e hoje foi taticamente perfeito.

5 - Cia do Terno: Não deixarei de fazer um jabá pra quem teve uma participação grande no nosso título.

6 - Triplíce Coroa: Depois de um ano como esse, com 3 títulos fantásticos, como negar apoio aos caras? Basquete 2010, se faz o favoire.

7 - A torcida: Já falei no começo do texto. Mas peraí, é pouco. Eu chorei de ver a torcida cantando, gritando, vibrando como se fosse um jogo no Maracanã. Perto de 14 mil ingressos vendidos, domingo de manhã. Só a torcida do Flamengo mesmo.

8 - Papagaio de pirata: Se houve uma cena estranha, foi a aparição da papagaia de pirata na hora da entrega do troféu. Areias e Vidal, meu muito obrigado pelo apoio e por orientarem profissionalmente um esporte dito amador.

9 - O jogo do Maracanã: Ah, pela madrugada. Vocês querem mesmo que eu fale dessa pelada? Não, não quero falar. Perdi uma hora e meia do domingo, o Flamengo perdeu 2 pontos, e eu perdi de vez a paciência com alguns jogadores. Mas o dia foi muito bom, e não quero me irritar por causa deles.

10 - A imagem do post: Numa só semana, vimos que o nosso Messias iniciou um processo de aproximação com o clube. Uma das notícias mais importantes do cenário do clube. E, no domingo, nosso Messias do basquete assumiu o posto de capitão e nos levou ao Bi. Parabéns ao time, à torcida, ao clube.


Boa semana a todos.


E nada mais digo.

Mesa de Bar - Fluminense x FLAMENGO
Maracanã - 18:30h


Parabéns aos nossos bravos guerreiros do Basquete!

Verdadeiro orgulho da Nação!

FLAMENGO BICAMPEÃO BRASILEIRO DE BASQUETE!

Primeiro campeão do NBB!

Ô! Ô-ô! Ô-ô-ô-ô-ô! Vice de novo!


Nota: Imagem Lancepress (Júlio César Guimarães)


Que as "estrelas" milhardárias se espelhem nos verdadeiros HERÓIS da NAÇÃO!

Links para a pelada:
- solicito aos freqüentadores que sugiram melhores opções, devido ás limitações do Justin.tv

- Busquem em: www.rojadirecta.com
Links liberados próximo à hora do jogo (horário de Brasília), no quadro à esquerda, lembrando que os links do justin andam com limitações.

Valei-me, S.Judas Tadeu!

Nota sórdida do autor: Luxemburgo livre por aí... Mais um urubu voando em cima da Gávea? Como eu torci pela vitória da África do Sul...

sábado, 27 de junho de 2009

Nosso Mundo é Flamengo - O meu cantinho

Por Thiago Gonçalves, de Braga (Portugal)*

Quando uma pessoa muda de país passa a dar valor às coisas mais simples que tinha na sua terra, mas que agora são só lembranças. Isso acontece com muitas coisas, desde o simples calor ao longo de todo o ano, à simpatia natural do povo, aos familiares... Para além disso tudo eu senti bastante falta do meu Flamengo.
Sou carioca e desde pequeno era levado pelo meu pai ao Maracanã. Fui criado num condomínio em frente à estação de trem da Mangueira e mais tarde mudei-me para um apartamento na rua da Universidade Veiga de Almeida. Para quem não conhece a zona, entre a antiga moradia e a nova existe o Maracanã, ou seja, tanto antes como depois eu estava há uns dez minutos a pé do estádio.
Mudo de país e fico há mais de 7500km, nove horas de avião e a lembrança do Maracanã, da torcida do Flamengo passam a ser mesmo isso: lembranças. Para suplantar essa saudade, decidi criar o que hoje eu chamo de meu cantinho. Não pensem que é nada demais, mas é apenas a maneira como eu coloquei (decorar é coisa de tricolor) o meu quarto de modo a que se tornasse mais pessoal.
No centro da parede tenho o meu grande orgulho: a bandeira do Flamengo emoldurada como um quadro. Ao seu lado, um cachecol comprado aqui em Portugal que assim que vi à venda tive uma alegria tão grande que nem consigo explicar e comprei na hora. Junto a esse cachecol está uma faixa-toalha que meus pais trouxeram da Fla-Boutique há dois anos quando foram ao Rio.
Do outro lado da bandeira está uma prateleira onde coloco pequenas coisas como minha velhinha carteirinha de sócio de 1996, fitas VHS, o livro do Zico e o livro do Blog (nem vocês deviam saber que um exemplar está do lado de cá do Atlântico), porta-cds, chaveiros, copo, ou seja, qualquer pequeno adereço do Flamengo vai para a prateleira.
Na cama faz falta um jogo de cama oficial que há à venda na Fla-Boutique, mas como temos que ser criativos, comprei um edredom rubro-negro que encaixa na perfeição com o resto do quarto.
No armário, numa gaveta destinada para isso, encontram-se os Mantos. O que eu tenho mais carinho foi um que foi oferecido ao meu pai pelo Galinho nos anos 70 e só tenho pena que o autógrafo tenha saído com o tempo, mas ele há de dar outro. Na verdade a camisa não foi oferecida ao meu pai, mas sim a uma tia dele que encontrou com o Zico numa festa e o Galinho ofereceu-a a camisa. Como ela não ligava ao futebol e o marido é tricolor, o felizardo com o presente foi o meu pai, o sobrinho recém-chegado de Portugal que já tinha se apaixonado pelo Flamengo.
Esse meu cantinho é uma coisa simples, mas vocês não imaginam o orgulho que é quando chega um amigo no meu quarto e comenta: “Pah, tu és mesmo doente pelo Flamengo”. Costumo responder que Flamenguista não é doente, doentes são os outros por não terem noção do que é o Flamengo.
Mas essa minha “doença” já fez com que um amigo assistisse, via Justin, à final do Carioca e torcesse para o Flamengo admirado com a imagem da torcida. Eu só soube no dia seguinte quando ele me veio parabenizar pelo Tri e quando disse: “Os adeptos do Flamengo são demais... Quem dera que aqui vivêssemos o futebol assim...” Meus amigos, eu quase chorei de emoção, me arrepiei todo. Um orgulho danado. E o detalhe: esse meu amigo tem desde pequeno uma camisa do Botafogo que um tio ou primo deu-lhe de presente quando foi ao Brasil. Coitado... mas já lhe prometi que quando for ao Brasil, trago-lhe uma camisa como deve ser.

*Thiago Gonçalves, 25 anos, residente em Braga (Portugal), é formado em Engª da Computação Gráfica e Multimédia, e escreve também no Mundo Flamengo (www.mundoflamengo.com)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

CADERNINHO DO SIMÕES LOPES
Flamengo x Fluminense - Brasileiros 1971-2008


Jogos: 37
Vitórias: 13 (35%)
Empates: 10 (27%)
Derrotas: 14 (38%)
Gols pró: 43
Gols contra: 38

Resultado mais comum: Fluminense 1x0 - 7 vezes
Maior sequência sem perder: 5 jogos -1988 a 1992

Maior seqüência sem ganhar: 6 jogos – 1971 a 1977
Jogadores que fizeram mais gols: Zé Carlos e Renato Abreu - 3 gols

Primeiro jogo:
Flamengo 0x1 Fluminense (10/10/1971)
Último jogo
:
Flamengo 2x2 Fluminense (31/8/2008)
Maior goleada:
Flamengo 5x0 Fluminense (2/12/1989, em Juiz de Fora)
Time: Zé Carlos, Josimar, Júnior, Rogério e Leonardo (Marcelinho); Aílton, Zico (Uidemar) e Luís Carlos; Renato Gaúcho, Bujica e Zinho.
Gols: Zico, Renato, Luís Carlos, Uidemar e Bujica.


Jogos memoráveis:


Flamengo 1x0 Fluminense - 1978
Flamengo 5x0 Fluminense - 1989
Flamengo 2x1 Fluminense - 1990
Flamengo 2x1 Fluminense - 1991
Flamengo 3x1 Fluminense - 1996
Flamengo 5x2 Fluminense - 2002
Flamengo 4x1 Fluminense - 2003
Flamengo 4x1 Fluminense - 2006
Flamengo 1x0 Fluminense - 2007

COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

Fla-Flu, Zico

Pessoas, confesso: nesta sexta, estou sem tempo - e até sem inspiração - pra escrever uma coluna pra valer. Por isso, às vésperas de mais um Fla-Flu, deixou vocês com este inspirador vídeo. Manjado, a maioria já deve ter visto. Mas sempre vale (e eu tenho a lembrança de, criança, ter ouvido este jogo pelo rádio).





Reparem que o astro da partida é ele, Zico. E hoje, assunto mesmo teremos depois da tal coletiva que acontecerá à tarde na Gávea. Como escrevi em meu blog quando começaram os rumores da "incorporação" do CFZ: isso pode ser qualquer coisa, até pela notícia de que a FGV estaria preparando um "modelo de gestão". Surgiram aí notícias dando conta de que as mudanças que podem vir por aí são bem maiores do que o clube simplesmente ganhar um CT.

Com o Flamengo, sabe como é: tem sempre que esperar pra ver. Mas é incrível como, em 2009, ainda possa acontecer dos rubro-negros se encherem de esperança com uma frase como "posso assegurar que no fim o Zico virá para o Flamengo".

• ANDRÉ MONNERAT trabalha com marketing e Internet e escreve também no SobreFlamengo.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

BATA E REBATA 3
Nelson Bata de Oliveira

Mesmo após os POSTs sobre o plano do Marketing para a montagem de um banco de dados cadastrais e o sobre a convocação coletiva dos BLOGS e SITES rubronegros a se associarem até 31/08, ainda acho que uma das idéias mais interessantes que apareceu em comments de POSTS ultimamente foi aquela que levantou a possibilidade de se criar algum tipo de entidade que concentrasse a arrecadação de contribuições de torcedores desconfiados com o destino de recursos que fiquem à disposição dos dirigentes constituídos do clube. Não que isso seja algo fácil, mas combate o principal argumento que vem sendo usado por muitos flamenguistas de que “não querem correr o risco de dar dinheiro sem saber se ele vai realmente ser utilizado em benefício do Flamengo”. Além disso, concentra o foco no que realmente interessa à imensa maioria dos torcedores – o futebol e não o Clube Social.
Então eu entendo a coisa mais ou menos assim:
1) Teria que ser criado algum tipo de associação ou ONG sem fins lucrativos, com o objetivo de arrecadar fundos e aplicá-los no Flamengo. Para facilitar, vamos dar um apelido a isso – por falta de outro melhor ou mais inspirado pensei em “INFLANAÇÂO”.
2) A INFLANAÇÃO teria que ter um grupo de torcedores ilustres, acima de qualquer suspeita, coordenando a arrecadação e a aplicação dos recursos – esse é o maior desafio, com toda certeza!
3) A arrecadação poderia ser nos moldes do sócio torcedor só que não se poderia contar com as vantagens que, por exemplo, o Internacional dá aos seus associados, como é o caso da preferência na compra e o benefício da meia entrada nos jogos do time. Por outro lado, poderia ser destinada parte dessa arrecadação para sorteio de prêmios aos “associados” dessa entidade, o que poderia inclusive incluir um no. X de ingressos grátis.
4) A partir do momento que houvesse um fundo de valor significativo, a INFLANAÇÃO passaria a agenciar jogadores para empresta-los gratuitamente ao Flamengo, apenas agregando as despesas que as transações gerarem, inclusive tributos e outras despesas legais.
5) Parte dos recursos, além disso, poderia ser vinculada ao abatimento da dívida do Flamengo. Só que a INFLANAÇÃO pagaria as mesmas diretamente, sem deixar que qualquer centavo entrasse nos cofres do clube, para não haver risco de desvio para outras finalidades.
6) Digamos que uma iniciativa dessas conseguisse reunir 150.000 flamenguistas ( 0,4% do no. de torcedores ) de todo o Brasil e que cada um deles se dispusesse a colaborar com valores mensais de R$ 30,00. Haveria uma arrecadação mensal de R$ 4.500.000,00, ou R$ 54.000.000,00 por ano. Se as custas disso forem de 30%, sobram 70%, ou seja, R$ 38 milhões por ano para investir no Flamengo. Nessa hipótes, em dez anos só a INFLANAÇÃO pagaria a dívida total do clube e ainda sobrariam uns R$ 80 milhões para comprar jogadores e pagar seus salários.
Será que esta idéia é tão inviável e utópica quanto dão a entender algumas pessoas?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Resenha de quarta

Semana repleta de novidades
Quarta-feira, dia da nossa resenha, e estou aqui cheio de novidades para analisar aqui. A primeira delas é essa campanha para que possamos nos associar, dentro das nossas possibilidades. Como disse aqui na semana passada, já estou me organizando para fazer isso já nos próximos dias.

A primeira novidade foi a anunciada "compra" do CFZ do Rio pelo Flamengo. Para tentar entender: o CFZ é um clube-empresa, criado e organizado nos moldes da Lei Pelé. O Flamengo, um clube de estrutura de associados, dentro da estrutura esportiva vigente desde sempre no esporte brasileiro.

Em caso da concretização do negócio - que eu nem sei se juridicamente pode ser feito - Flamengo não estará comprando somente a marca "CFZ", nem a estrutura física construída pelo Zico e pelos irmãos nesses mais de 10 anos. Vai, obviamente, ficar também com os profissionais que hoje trabalham no clube.

Como brilhantemente observou o Rica Perrone, essa "venda" é meio que um presente do Zico para o Flamengo. Afinal, o Zico sabe que o Flamengo precisa de um CT; sabe que o Flamengo não tem grana e vai pagar isso em suaves prestações mensais. Claro que tem o outro lado: com uma carreira internacional de treinador, Zico não tem mais o mesmo tempo para se dedicar ao CFZ – que, diga-se de passagem, nunca conseguiu sair da condição de clube intermediário da segunda divisão do Rio. E empresa que não dá lucro acaba, mais dia, menos dia, fechando mesmo.

Assim como herda os profissionais, o Flamengo herda também os acordos feitos anteriormente. Se há um acordo do CFZ com o Fluminense, o Flamengo vai ter que sentar com os caras do Flu e ver direitinho como isso acontece – seria, no mínimo, curioso, os dirigentes das Laranjeiras pedindo pra treinar em um espaço que vai nos pertencer.

A outra novidade, essa não tão boa, é do risível plano de sócio-torcedor divulgado aqui no blog ontem. Os amigos aqui já destrincharam bem essa história nos comentários: primeiro, pedem um cadastro minucioso sobre preferências, gostos e afinidades. Depois, te oferecem três possibilidades que beiram ao ridículo: um plano 0800, que mal te dá uma carteirinha de "afinidade"; um plano "baixa renda", com pagamento de até R$ 10 por mês, mas que não te dá nem direito a benefícios pra comprar ingresso com prioridade, nem a votar pra presidente do clube; e um plano "Super Mega Hiper Ultra Platinum Plus", com um custo anual de R$ 4 mil, que te dá direito a produtos especiais (citaram até caneta Mont Blanc) e a votar – sendo que ele só começa depois do prazo de agosto, ou seja, só pode votar nas eleições de novembro de 15, daqui a seis anos.

O departamento de (anti) marketing do Flamengo só pode estar de sacanagem. Ou então, tá tirando o foco do torcedor no que realmente importa – votar pra mudar os rumos do clube – deixando esse "privilégio" para uma elite, como já acontece hoje. Uma pena: enquanto boa parte dos clubes tá andando pra frente, nós estamos andando pra trás.

Em campo: depois de uma vitória boa diante do Inter, temos o Fla-Flu com alguns problemas. Dificilmente o Airton vai escapar de um gancho em seu segundo julgamento no STJD em menos de um mês. E vamos jogar com uma zaga de garotos no clássico. Se o Cuca montar o time no 4-4-2, abre uma vaga no meio-campo (pensando num meio com Willians, Toró e Ibson). Eu não acho que ele vá colocar o Everton Silva na lateral e deslocar o Leo Moura pro meio-campo: deve entrar com um meia. Eu daria uma chance pro Fierro começar um jogo, pra gente ver qual é.

A chave desse jogo é parar Conca e Thiago Neves. Provavelmente Willians e Toró vão marcar um cada, minimizando a chegada da bola no Fred. Do nosso lado, é esperar que alguém consiga colocar a bola no ataque. Emerson tem atuado bem, se movimentado bastante e tentando abrir espaços pro Adriano.

Não vai ser um jogo fácil, mas temos chances de ganhar. Depois do Flu, temos o Vitória – em jogo que será no Engenhão – e o São Paulo, no Morumbi. Com 7 pontos nesses três jogos, ficamos em boa posição na tabela no meio deste turno.

Não vou comentar sobre o Denis Marques ainda, porque ele não assinou e porque só vai poder jogar em agosto. E sobre a situação do Ibson, a gente conversa na próxima quarta-feira.

Grande abraço a todos, até quarta que vem.

Faça parte do Flamengo dos seus sonhos. O prazo é até 31 de agosto.







Atenção, rubro-negros: está chegando o dia 31 de agosto. E o que significa esta data?

31 de agosto é o último dia que você tem para se tornar sócio do Flamengo e poder participar das eleições de 2012. Sim, porque as de 2009, já era – participarão apenas aqueles que pensaram nisso três anos atrás.

É claro que ser sócio do Flamengo não é fácil.
As mensalidades não são baratas, e o clube não tem feito muito esforço nem para atrair mais gente, nem para recompensar aqueles que já estão lá. Mas o que o Flamengo precisa hoje é de gente que não se intimide com isso. Tornar-se sócio é um ato fundamental de cidadania para aqueles que têm condições e realmente se importam com o destino de sua Nação. Muitos dizem que “não vou dar meu dinheiro enquanto esta estrutura falida estiver lá”; é mesmo a resposta mais "fácil", mas não se trata disso - porque você já entrega sua grana a eles mesmo sem se dar conta (pois é: o dinheiro do seu ingresso, por exemplo, já cai na conta do Clube e é controlado pela diretoria). Trata-se de fazer realmente parte do seu Clube.

O Flamengo é uma Nação, formada por dezenas de milhões de pessoas – mas apenas cerca de 5 mil hoje apitam nas suas decisões. Todos os demais cidadãos rubro-negros estão, agora, olhando tudo de fora. Há um desequilíbrio claro aí, que precisa ser corrigido. Nas últimas duas eleições, o vencedor se elegeu com menos de mil votos – algo ridículo para o tamanho que o Flamengo tem. E não existe caminho para o Flamengo que não passe pela vontade de seus associados. Não há Zico, Leonardo, Dom Pedro ou Padre Cícero que possa ser o salvador rubro-negro se os atuais sócios não disserem “amém” – pouco importa o que pensem todos os demais flamenguistas do Mundo. É preciso enxergar isso com clareza: é impossível qualquer mudança que não venha de dentro.

Fica a pergunta: com todo o investimento que você já faz no Flamengo hoje (dinheiro de ingresso ou pay-per-view, compra de produtos oficiais, tempo de fila no estádio, na frente da TV ou lendo jornais, blogs e Orkuts, estresse com a esposa pelo tempo gasto no fim de semana...), faz sentido que você não se inclua entre aqueles que decidirão o que vai acontecer com a sua paixão? É preferível ter o poder apenas de reclamar – sem nunca poder realmente participar?

Se o Flamengo que está aí não é aquele com que você sonha, faça algo quanto a isso. E é por entender que é preciso fazer algo que diversos blogs e sites rubro-negros estão se juntando nesta corrente, publicando simultaneamente este texto e esta convocação: seja sócio e faça parte do Flamengo dos seus sonhos. Não espere por um "sócio"-torcedor - ele não dará direito a voto, não lhe fará participar realmente da vida de seu clube. A hora é agora!



Como ser sócio – o caminho das pedras

- Pra quem é do Rio de Janeiro

Há duas opções: você pode ser Sócio Contribuinte ou Sócio Proprietário, ambos com direito a freqüentar a sede da Gávea.

O Sócio Contribuinte não precisa comprar título – apenas pagar as mensalidades (R$105,00, se for individual, ou R$150,00, se quiser incluir como dependentes seus filhos, esposa/marido e mãe).

Para ser Sócio Proprietário, já é preciso comprar o título – custa R$6.540,00 à vista comprando direto do clube. Também é possível parcelar em até 10 vezes, com o valor total então chegando a até R$8.000,00. Este tipo de sócio está dispensado das mensalidades por 5 anos; a partir daí, passa a pagar a metade do Sócio Contribuinte Familiar (o que, hoje, dá R$75,00). O Sócio Proprietário pode incluir dependentes para freqüentarem a sede e ainda tem dois bônus: pode votar a partir de 2 anos de sócio (contra 3 anos das outras categorias) e, a partir destes mesmos 2 anos, pode se tornar membro do Conselho Deliberativo – sem precisar se candidatar nem nada, apenas declarando por escrito que quer exercer este direito. É isso: qualquer um pode ser conselheiro do Flamengo, bastando ter este título de sócio, sem dificuldades.

Se você comprar o título de Sócio Proprietário de alguém, o clube cobra uma taxa de transferência de R$1.600,00. E é bom verificar se o antigo dono do título já pagava mensalidade – se for o caso, você também vai ter que pagar imediatamente, sem ter direito aos 5 anos de isenção.

Para se associar: é preciso ir à Gávea, levando os documentos pedidos: cópia do RG e do CPF e uma foto 3x4. Se for incluir dependentes, devem ser levados uma foto de cada um e cópia da certidão de nascimento (pro caso dos filhos) ou certidão de casamento ou declaração de companheira com firma reconhecida (no caso de esposa/marido).

- Pra quem não é do Rio de Janeiro

Para quem mora a mais de 100km do Rio de Janeiro, é possível se tornar Sócio off-Rio.
A mensalidade custa R$40,00 e dá o direito de votar, ser votado (com três anos de sócio) e freqüentar a sede da Gávea por até 30 dias ao longo do ano.


Infelizmente, nas eleições deste ano, o sócio off-Rio que quiser votar terá que viajar até o Rio e comparecer à Gávea. Mas estamos agora falando das eleições de 2012 – e se houver uma quantidade realmente significativa de sócios off-Rio, há tempo de se movimentar para criar outros meios até lá.


Para se associar: é preciso enviar ao clube duas fotos 3x4, cópias do RG e do CPF, um comprovante de residência que mostre que você mora a mais de 100km do Rio de Janeiro e o comprovante de depósito de R$55,00 (R$40 da mensalidade e R$15 da carteirinha) na conta do clube no Bradesco (agência nº 887-7, conta corrente nº 13.800-2).


- Mais informações


Pra tirar qualquer dúvida, o melhor é entrar em contato com a secretaria do clube. O telefone é (21) 2159-0202 e o e-mail é secretaria@flamengo.com.br
Há ainda informações no site do clube, nos endereços http://www.flamengo.com.br/site_clube/socio_seja.html e http://www.flamengo.com.br/site_clube/socio_out_rj.html






Estão nessa corrente os seguintes blogs e sites:


Blog da FlamengoNet - http://flamengonet.blogspot.com/
Blog do Flamenguista - http://blogflamenguista.wordpress.com/
Buteco do Flamengo - http://butecodoflamengo.blogspot.com/
Campeão do Mundo e Penta - http://www.campeaodomundoepentacampeao.blogspot.com/
Fla Jubá - http://flajuba.blogspot.com/
Fla Pantanal - http://urubuzadams.wordpress.com/
Flamengo Eternamente - http://flamengoeternamente.blogspot.com/
FlamengoRJ - http://www.flamengorj.com.br/
FlaNews - http://flanews.wordpress.com/
Magia Rubro-Negra - http://magiarubronegra.wordpress.com/
MundoFlamengo - http://www.mundoflamengo.com/
Ninho da Nação - http://ninhodanacao.blogspot.com/
SobreFlamengo - http://sobreflamengo.blogspot.com/
Uma vez, sempre Flamengo - http://umavezsemprefla.blogspot.com/
Urublog - http://colunas.globoesporte.com/arthurmuhlemberg


Se você também toca um blog ou site, divulgue também a mensagem!

Bomba! Projeto Sócio-Torcedor
Por Vinicius Paiva


Peço licença a meus colegas do Blog para uma postagem em caráter extraordinário, posto que hoje não é o dia da minha coluna. Trata-se de um material exclusivo: uma conversa telefônica que tive com o vice-presidente de marketing do Flamengo, Ricardo Hinrichsen, no dia de ontem. Este contato foi resultado da divulgação, por parte de alguns meios de comunicação, de que o projeto sócio-torcedor do Flamengo estaria prestes a ser lançado. Ricardo me confirmou esta informação, bem como passou maiores detalhes a respeito do empreendimento. Vamos a eles:

O projeto sócio-torcedor do Flamengo estaria pronto desde dezembro, envolvendo investimentos pesados, oriundos de um fundo de investimentos americano. No entanto, com o eclodir da crise – especialmente na América do Norte – os parceiros abandonaram o projeto, que só pôde ser efetivamente retomado nos últimos meses. O projeto atual, por envolver complexidades e se mostrar diferente dos apresentados por outros clubes, custará aos cofres do Flamengo nada menos do que R$ 2 milhões de reais. Apenas a título de comparação, o projeto vascaíno (http://www.ovascoemeu.com.br) custou ao clube apenas R$ 30 mil reais.

O programa rubro-negro, numa primeira etapa, oferecerá dois planos. O plano básico terá como novidade o fato de ser gratuito. Tudo o que o torcedor precisa fazer é um cadastro relativamente elaborado a respeito de sua pessoa, seus hábitos de consumo, etc. A contrapartida será o acesso a notícias, informações e pesquisas. Esta base de dados rubro-negra será oferecida aos parceiros do negócio, que poderão explorá-la de acordo com seus interesses. O Flamengo auferirá, com este modelo, um ganho indireto que virá das parceiras do projeto, entre elas Olympikus e Caixa Econômica Federal. Esta é a modalidade que tem como expectativa 200 mil “sócios” em seis meses.

O segundo plano será um plano pago, cuja mensalidade será de módicos R$ 8 mensais. O “sócio” usufruirá de benefícios e receberá alguns produtos, mas a modalidade não contemplará compra ou desconto em ingressos, no máximo facilidades para adquiri-lo e para acessar o estádio. Isto, segundo Ricardo, porque é muito difícil contemplar ingressos quando não se tem um estádio próprio, especialmente num momento em que o Maracanã, ao final de 2009, possivelmente será fechado por três (!!) anos, para obras. Neste período, o Flamengo negocia com o Botafogo a utilização do Engenhão. Importante salientar ainda que, como era de se esperar, esta modalidade de “sócio” não contempla direito a voto. A expectativa da diretoria é a de que 60 mil rubro-negros se associem nos primeiros seis meses.

Dois meses após o lançamento inicial do projeto (que está previsto para agosto), o Flamengo promoverá sua terceira submodalidade: a de “sócio Premium”. Nela, o torcedor terá o dispêndio de R$ 4 mil anuais (R$ aproximadamente R$ 333 mensais) para receber em troca produtos sofisticados atrelados à “marca Flamengo”. Ricardo Hinrichsen adiantou que um dos que vem sendo desenvolvidos exclusivamente para esta linha é uma caneta da marca Mont Blanc. A modalidade Premium espera a associação de 500 rubro-negros, e dará direito a voto.

Vamos às minhas considerações:

Não, eu não errei na digitação dos números. Serão três modalidades, uma gratuita, uma a OITO REAIS mensais (que, ao se confirmar a expectativa, renderá menos de meio milhão por mês aos cofres do Flamengo) e outra a TREZENTOS E TRINTA E TRÊS REAIS MENSAIS (esta, renderia cerca de R$ 160 mil reais/mês). As duas modalidades pagas renderiam ao Flamengo, caso se confirmem as expectativas, cerca de R$ 7,7 milhões por ano. É o mesmo valor que o Vasco, com seus atuais 25 mil associados, arrecadará tendo um programa cujo ticket médio fica na casa dos R$ 25. Já o Internacional de Porto Alegre, clube-modelo quando o assunto é sócio-torcedor, arrecada mais de R$ 30 milhões anuais com seus 80 mil sócios.

Isto posto, considero o projeto apresentado pelo Flamengo decepcionante. Um abismo inacreditável (e incompreensível) entre uma modalidade paga e outra, que não satisfaz aos anseios de grande parte de nossa torcida. Que tipo de produtos poderá oferecer uma modalidade cujas mensalidades são de R$ 8? Um chaveiro ao final do ano? Ou seja, estaremos entre uma modalidade que premiará com um chaveiro de R$ 25 e outra que ofertará uma caneta Mont Blanc de, sei lá, R$ 2 mil. Onde está o meio-termo? Eu, como torcedor de classe média, estaria disposto a pagar BEM MAIS do que os módicos 8 reais, que beiram a uma doação. Aliás, importante tocar neste ponto. Ao oferecer bem menos contrapartidas do que se imaginava, o projeto trata o torcedor não como um sócio (e por isto utilizei aspas sempre que usei a palavra), mas como um cliente. E não era bem isto que esperávamos.

Outras duas questões a serem abordadas são: a falta de ingressos e a questão do direito ao voto. Todos sabemos que é verdadeiramente complexo administrar um projeto de sócio-torcedor quando não se possui um estádio próprio, e alguns dos principais clubes que servem de modelo neste âmbito não o fazem em estádios alugados. É difícil, mas não impossível. O Corinthians, que vem colhendo frutos neste empreendimento, não é dono do Pacaembu, no entanto o projeto “Fiel Torcedor” contempla, sim, ingressos. Mas quando vislumbramos o fato de o Maracanã ficar fechado por um longo período – além de sequer termos certeza de onde o Flamengo vá mandar seus jogos – compreende-se o porquê de, ao menos por ora, o programa não contemplar ingressos.

Já a questão que envolve o direito a voto é bem mais delicada. Eu até compreendo que um plano cujas mensalidades sejam muito baixas não contemple este direito. Mas por que, diabos, não oferecer planos de R$ 30, R$ 50 ou mesmo R$ 100 mensais que permitam à nossa torcida o direito de escolher seus representantes? Quem tiver este intuito terá que comprar um título de sócio-proprietário do Flamengo, ou se associar à modalidade “Premium” do sócio-torcedor. Ambos os casos requerem investimentos bastante acima das possibilidades financeiras de 99,9% da nossa torcida (ou de qualquer outra torcida brasileira). Se a intenção não foi esta, sugiro que a diretoria repense as faixas e as contrapartidas do programa a ser apresentado. Ao restringir de maneira tão drástica o acesso ao voto, abre-se espaço para que se questione as boas intenções dos responsáveis pelo projeto.

E-mails para a coluna: viniciusflanet@gmail.com

terça-feira, 23 de junho de 2009

Seja na Terra, Seja no Mar (XXXIV)


André Dahmer e Arnaldo Branco são os autores da série de tirinhas "Seja na Terra", publicada durante o primeiro semestre no jornal rubro-negro Vencer. Os cartunistas gentilmente cederam ao Blog da FlamengoNET o direito de reprodução do trabalho aqui no Blog. Para saber mais sobre a dupla, visite os sites: <www.gardenal.org/mauhumor/ > e André Dahmer - <www.malvados.com.br/

Clique sobre a imagem para ampliá-la.


Marcadores: tirinhas_seja_na_terra

Memórias rubro-negras

A volta de João Marcelo Ehlert ao nosso convívio é uma das ótimas notícias do blog. Ainda mais que, a partir de agora, ele nos presenteará com seu conhecimento da cultura rubronegra.

O Flamengo não é um clube de futebol, mas um patrimônio cultural e popular do Brasil. Para entendê-lo, todo rubro-negro digno de nome tem que ser um detetive da memória carioca e brasileira, pois há um mundo de canções, livros, narrativas, lendas e personagens que formataram a nossa paixão. Esta coluna de múltiplos autores servirá para isso. E, para começar, nada melhor do que abrirmos os olhos para Wilson Batista (1913-1968).

A maioria talvez lembre dessa figura como um grande sambista, responsável por uma célebre polêmica com Noel Rosa. Seu samba "Lenço no Pescoço" fazia a apologia do malandro da Lapa, com versos como "lenço no pescoço/ navalha no bolso" ou "eu tenho orgulho/ de ser vadio". Noel respondeu com "Rapaz Folgado", e Batista foi pra cima com "Mocinho da Vila". Essa conversa produziu pérolas como "Palpite Infeliz", onde Noel sacaneava a suposta ignorância de Batista e louvava a cultura do samba no seu famoso bairro de origem. Infelizmente, ainda hoje, alguns insistem em lembrar de Batista apenas por essa bela polêmica. Mas esse genial compositor nascido em Campos fez muito mais.

Em "Samba rubro-negro", Batista, juntamente com Jorge de Castro, cristalizou o típico orgulho flamengo, ao cantar "Flamengo joga amanhã/ eu vou para lá/ vai haver mais um baile no Maracanã/ O Mais Querido/tem Rubens, Dequinha e Pavão/ eu já rezei pra São Jorge/ pro Mengo ser campeão/ pode chover/ pode o sol me queimar/ que eu vou pra ver/ a charanga do Jayme tocar/ Flamengo!/Flamengo!/ tua glória é lutar/ quando o Mengo perde eu não quero almoçar/eu não quero jantar". Ao homenagear três craques que nos deram o segundo tricampeonato, Batista fez um samba atemporal, que evidenciava as qualidades do Flamengo como instituição carioca: o Maracanã como casa e como hábito, a fidelidade, a charanga e, principalmente, a montanha russa emocional tão típica de nosso torcedor. João Nogueira gravou uma das mais conhecidas versões desta música.

Em "O Juiz Apitou", escrita em 1942 com Antônio Almeida, Batista narra uma partida em que o Flamengo perde pro Botafogo: "Eu tiro o domingo para descansar/ mas não descansei/que louco fui eu/ regressei do futebol/todo queimado de sol/ o Flamengo perdeu!/ pro Botafogo/ amanhã vou trabalhar/ meu patrão é vascaíno/ e de mim vai zombar", diz a primeira parte da letra. É um samba de derrota? Sim, mas é um samba de identidade, que pinta sem retoques as agruras de um homem do povo, que se vê diante da muralha de ressentimento da famosa torcida arco-íris. Afinal, o patrão não é vascaíno à toa. Em uma só figura, Batista reuniu o ódio que o homem comum sente diante das figuras que lhe torram a paciência e lhe roubam o prazer da vida. Pobre ou rico, o rubro-negro sabe que está sempre tendo que enfrentar o gozo dos ressentidos.

Num registro mais melancólico, escreveu em 1946 com Geraldo Gomes "Memórias de um torcedor". A letra? "Eu ontem vim da Gávea tão cansado/ com a cabeça inchada/ pois o Flamengo tornou a perder/ confesso que tristeza em mim é mato/ pois lembro dos áureos tempos/ do Amado, Pena, Hélcio e Moderato/ Faço sacrifício/ venho lá de Realengo/ uma vez Flamengo/ sempre Flamengo/ tenho um escudo do rubro de ouro/ não me desfaço por nada/ brigo na arquibancada se alguém me fala em marmelada". Há uma linda gravação de Cristina Buarque.

Batista sabia, bem como todo torcedor rubro-negro, que a derrota é só contingência. O ser Flamengo está em todas as coisas que nos cercam e compõem nossa identidade: um escudo, uma camisa, ou uma simples discussão em que reafirmamos a paixão. E, fundamentalmente, está na memória.

Está em Amado Benigno, goleiro entre 1923 e 1934, últimos dos grandes da era amadora. Está em Penaforte, clássico zagueiro também da era amadora. Em Hélcio de Paiva, que jogou 132 jogos e nos levou aos cariocas de 1925 e 1927. E no grande Moderato, primeiro rubro-negro a jogar uma Copa do Mundo (1930) e um dos maiores ponta-esquerda de nossa história. Para os que não sabem, Moderato jogou a final de 1927 ainda convalescendo de uma delicada cirurgia de apendicite, e teve que usar uma cinta para segurar os pontos dados pelo médico. Uma chuteira mal intencionada poderia tê-lo matado em pleno campo.

Batista sabia de tudo isso. Ao escrever seus sambas, apenas gravou na forma poética verdades que eram conhecidas dos seus contemporâneos. E, a partir de hoje, esperamos que muitos mais saibam. Pois Wilson Batista é um dos maiores inventores do patrimônio Flamengo.





segunda-feira, 22 de junho de 2009

Podiquesti do Urublog



Como bem pede nosso amigo Arthur Muhlenberg, ouçam e voltem pro excelente post do Melo.

Alfarrábios do Melo

Olá, saudações rubro-negras a todos. Essa semana eu publico mais um capítulo da história da conquista do primeiro Campeonato Brasileiro, de 1980 (a primeira parte está aqui). Nas partes em negrito, há links para vídeos. Então, boa leitura.

O Campeonato Brasileiro de 1980 (parte 02)

1980. O Flamengo encerrou a participação na primeira fase com a segunda colocação em sua chave, logo atrás do Santos e exatamente à frente do surpreendente Botafogo-PB, que o derrotara. Na Segunda Fase, os 28 classificados se juntariam a quatro equipes “promovidas” da Taça de Prata, dividindo-se assim em oito grupos com quatro times cada. O Flamengo caiu numa chave com Santa Cruz, Bangu (um dos promovidos) e... Palmeiras, o seu algoz de 1979.

A essa altura, Coutinho já tinha em mente a formação definitiva, com Carpegiani como volante, Tita deslocado para a direita, Nunes no comando e Zico na ponta-de-lança. A depender da necessidade da partida, entrava Adílio (mais driblador, agressivo) ou Andrade (de futebol mais cadenciado e mais marcador). Outra opção era colocar Adílio na ponta-esquerda, em lugar de Júlio César. Com essas variações, Coutinho caminhou até o final do campeonato e sedimentou a base pra as glórias futuras da equipe.

No primeiro jogo uma pedreira, o bom Santa Cruz de Dario (o Rei Dadá), no Arruda. Partida dura, 0-0 justo. A seguir, o esperado duelo contra o Palmeiras, no Maracanã.

Havia um sentimento generalizado de desforra contra o alviverde paulista, os 4-1 (em pleno Maracanã) do ano anterior ainda estavam entalados. E os jogadores estavam especialmente mordidos, em função da forma como o Palmeiras se postou naquele fatídico dia. Teve dancinha, tchauzinho de jogador para a torcida do Flamengo que saía do estádio, olezinho, driblinho. Tudo isso encheu os jogadores rubro-negros de brios, a ponto do tosco atacante reserva Beijoca esmurrar um e encher o cotovelo no rosto de outro palmeirense, atitude condenável que mostra o estado de irritação flamenga naquele dia.

A crônica do Rio de Janeiro passou a semana convocando os torcedores do Flamengo para o “jogo da desforra”. Devolver os 4-1 era questão de honra. Coutinho sabia que os jogadores estavam ansiosos, procurou tirar o peso do jogo. Não queria o time excessivamente aberto, sabia que o Palmeiras tinha uma excelente equipe, aliás a base que chegara às semifinais do Brasileiro anterior. Continuavam lá toda a defesa titular (Gilmar, Rosemiro, Beto Fuscão, Polozzi e Pedrinho), os volantes Pires e Mococa, o meia Jorginho e os atacantes César e Baroninho, todos protagonistas dos 4-1. No lugar de Telê Santana, o experiente Oswaldo Brandão. Então, o Palmeiras nada tinha de fraco, lenda urbana apregoada pelo arco-íris nos anos seguintes.

Um público de 70 mil querendo sangue (no bom sentido) foi ao Maracanã naquele domingo. Coutinho, prudente, prefere colocar Andrade no meio, mas vai de Júlio César na ponta, Adílio no banco. Mesmo assim, o time começa agressivo, parte pra dentro. E é Júlio César quem apanha uma bola na esquerda e cruza. Gilmar tenta cortar e solta na cabeça de Tita. 1-0. O Palmeiras esboça reação, mas o Flamengo está disciplinado. Não sobe desvairadamente, quer cozinhar o adversário. Domina o jogo com toques curtos, faz a bola correr. Até que surge uma falta perto da área. Zico, que sempre cresce nos grandes dias, coloca na gaveta, como se fosse com a mão. Flamengo 2-0. Fim do primeiro tempo, a torcida: “vingança, vingança”.

Segundo tempo. Coutinho coloca o Flamengo todo em cima, quer aproveitar o bom momento e definir logo o jogo. Começa a aparecer o futebol de Tita, que está alucinado, coloca o pé em todas as bolas, sentira na carne a doída derrota de 1979, parece um torcedor em campo. Catimba, irrita os palmeirenses, joga bola, muita bola. Entra tabelando com Zico no meio da defesa paulista, jogada antológica que só termina quando Pires derruba Zico na área. Pênalti, que o Galinho cobra com classe para fazer 3-0. O Flamengo não sai do ataque, a torcida empurra. O Palmeiras está definitivamente acuado, grogue. E ainda estamos com 16 minutos quando Júnior vem pela esquerda, fecha em diagonal e acerta passe primoroso para o lateral-direito Toninho, que vem na corrida e manda um tirambaço na gaveta de Gilmar. O estádio vai abaixo, é Flamengo 4-0.

O Maracanã está em transe. Nem mesmo a preocupante saída de Zico, contundido, é capaz de abafar os gritos da torcida flamenga, que quer mais gols, quer trucidar. No lugar do Galo entra o esforçado Reinaldo. O Flamengo é só ataque. Tita enlouquece a defesa adversária, empunha o bastião de vingador, quer pessoalmente enfiar a estaca no cambaleante oponente. Novamente se infiltra nas entranhas da defesa palmeirense, tabela com Carpegiani, espera o cruzamento. O passe vem baixo, o suficiente para Tita ajeitar com a coxa e emendar pra fazer o quinto. O vingador corre ensandecido todo o campo e se coloca exatamente diante da torcida palmeirense. Vai fazer o gesto que toda uma nação espera. Abre as mãos e distribui “adeusinhos” para os cabisbaixos torcedores palmeirenses, que vão deixando o estádio. É a Lei de Talião, cada olho, cada dente, cada gol devolvido. E com juros.

Mas o jogo ainda não acabou. Seja pelo humilhante 5-0, seja pelos tchauzinhos de Tita, o Palmeiras se encheu de brios. O time paulista acorda da letargia, aproveita-se do relaxamento dos jogadores flamengos e consegue encaixar dois gols, com Baroninho e Mococa, em duas falhas do miolo de zaga rubro-negro (que voltava a dar mostras de fragilidade). Só que, naquele dia, a última palavra era do Flamengo, o dono da casa, da festa e do jogo. Aos 43 minutos, Reinaldo recebe de Toninho, avança pela direita e cruza alto. Beto Fuscão falha bisonhamente e a bola vai até Nunes (só faltava o dele), que com inesperada categoria mata no peito e enfia o sexto gol por entre as pernas de Gilmar, fechando a conta. Final de jogo, Flamengo 6-2 Palmeiras. De alma lavada, a nação flamenga pediu quatro gols e saiu com SEIS.

O Flamengo seguiu a segunda fase sem maiores sobressaltos, exceto por Zico, que ainda atuaria na vitória por 2-1 sobre o Bangu (jogo com polêmica arbitragem de Wilson Carlos dos Santos) e nos 2-1 sobre o enjoado Santa Cruz no Maracanã, mas voltaria a sentir contusão e desfalcaria a equipe nos jogos seguintes. Mas havia Tita, em fase exuberante. Primeiro, calou a torcida palmeirense no jogo de volta, com uma cabeçada fulminante, e iniciou a jogada que redundou no empate de 2-2, frustrando assim 86 mil torcedores paulistas que esperavam revanche dos seis. Depois, meteu os três gols dos 3-0 sobre o Bangu, que selaram o primeiro lugar no grupo.

O campeonato afunilava. Restavam apenas 16 equipes, divididas em quatro grupos. Jogos apenas de ida, somente uma equipe se classificaria para as semifinais. E, ao lado do Flamengo, estavam novamente Santos e Ponte Preta, além da desconhecida Desportiva, de Vitória-ES.

Apesar da força do Flamengo, a imprensa especializada apontava o Santos como o favorito à vaga. Era considerado um time mais consistente, mais competitivo. E chegara à frente do Flamengo na Primeira Fase. E essa impressão não se desfez quando o Peixe destroçou a Ponte Preta na Vila Belmiro, com contundentes 3-0. Enquanto isso, o Flamengo enfrentava a Desportiva, a zebra do campeonato. Falava-se muito no promissor Botelho, mas quem brilhou foi mesmo o craque de sempre, Zico, que estava de volta e fez logo três pra mostrar quem mandava (três assistências de Nunes. Surgia uma dupla). Final, Flamengo 3-0 no Maracanã.

O desafio seguinte era a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli, estádio que tradicionalmente virava um inferno para os visitantes. E o rubro-negro enfrentava um adversário mordido, o que tornou a partida ainda mais complicada. Foi um dos momentos mais difíceis para o Flamengo na competição. Marcado, anulado, o time não rendia. A Ponte pressionava, acossava, e conseguiu seu gol já aos 19’ do segundo tempo, com o volante Humberto. Uma derrota praticamente seria o fim. Sem alternativa, o time atirou-se ao ataque, mas era contido pela parede formada por Juninho e Nenê. Até que Zico (sempre ele) resolveu arriscar de longe. A bola quicou e Carlos, que raramente falhava, “bateu roupa”. O oportunista Nunes aproveitou a sobra e empatou, já aos 33’, para alívio da nação. O Flamengo saía de Campinas com um suado 1-1. E ainda ganhava um presente inesperado: o Santos, apesar da Vila Belmiro lotada, não conseguira furar a retranca da Desportiva e empacara no 0-0. Para a decisão da vaga, entre Flamengo e Santos no Maracanã, o rubro-negro tinha a vantagem do empate.

Transmissão ao vivo para todo o país, domingo de sol, 110 mil no estádio, clima de final. Mais uma vez, o Flamengo disputava uma vaga nas semifinais diante de sua torcida e com todas as condições favoráveis. Bastava um mísero empate, e ao contrário de outros anos, não iria falhar dessa vez. O time pacientemente esculpido por Coutinho ao longo de anos estava finalmente pronto para brilhar. Chegava a hora.

Coutinho repetiu a formação habitual, Andrade no meio e Júlio César na ponta. E mandou a equipe à frente, pra decidir logo. Não queria transformar aquilo num jogo de xadrez, queria matar a partida cedo. E o Flamengo encurralou o Santos no seu campo, começou a perder gols em série. O barulho no Maracanã era infernal. Mas, já aos 12 minutos, Nunes cisca pela esquerda e cruza na cabeça de Zico. Arremate certeiro, indefensável, Flamengo 1-0, festa. O time agora toca a bola, toureia. No início do segundo tempo, repete tudo de novo, mais uma blitz e aos 11’, pênalti sobre Zico, o próprio Galinho converte, é o segundo. O Flamengo se impõe, não deixa o Santos respirar. Deixa o tempo passar e consuma os 2-0. A Geração Zico começa a fazer história.

Pela primeira vez, o Flamengo está nas semifinais do Campeonato Brasileiro.

Próximo capítulo: as Semifinais. A magistral exibição em Curitiba. A virada antológica no Maracanã. A preocupante contusão de Zico para as Finais.

domingo, 21 de junho de 2009

Triplex Top Ten

1 - Devagar que o santo é de barro: Jogamos bem? Sim. Fomos superiores? Muito. Mas foi UM jogo. Um jogo cercado de desconfiança, de faixas pedindo RESPEITO, de jogadores e comissão técnica na corda bamba. O Flamengo de hoje foi o Coxa que eu vi na semana passada. Todo mundo correndo por todo mundo. Time atrás dos 3 pontos. Que bom se fosse sempre assim. No ítem 10 eu completo meu raciocínio, mesmo que de forma contraditória - pra quem gosta disso.

2 - Adriano: Manco, cego de um olho e com umas cervejas nas idéias, é melhor do que a maioria que corre o Brasileirão. É diferenciado, e isso É FATO. Precisa de mais ritmo de jogo, precisa da bola chegar nele com qualidade. O passe do Íbson foi primoroso. A falta?? Habemos cobrador de falta. É DESSE Adriano que precisamos.

3 - Emerson: Falar da vitória sem citar o cara é injustiça. Espírito de luta, corre, briga, tudo que precisamos pra incendiar a torcida. Fez o gol de bico, praticamente. Mas e daí? O que vale é a bola de canela dentro do gol ou o lindo lance que vai pra fora? Já critiquei muito o Emerson, mas ele merece um apoio maior. Se o estilo de jogo dele fechar com o do Adriano, podemos ter muita notícia boa.

4 - Íbson: Jogou as 7 partidas. Essa era a preocupação de muita gente. Semana passada, durante o desastre em Curitiba, vi que ele correu muito, que se irritou, que não estava num ritmo de "problema de vocês, eu vou embora mesmo". E hoje, correu muito, jogou muito. E venhamos e convenhamos: se todos querem bater o pênalti, é porque todos querem ganhar. O problema é quando o jogador foge da raia. Cair nessa pilhinha, nessa palhaçadinha zero (Muhlenberg, Arthur, 2009 in Urublog) é falta do que fazer, é conversinha fiada. Apeguemo-no, pois, ao resultado final do jogo.

5 - Bruno: Um cartão absolutamente inútil. E nada mais digo.

6 - A torcida: Como cobrar que 18 mil é um público aquém do nosso histórico? Acredito que a torcida precisa ser conquistada, precisa acreditar que o elenco é recíproco no amor. E achei as faixas extremamente pertinentes. Sou contra pancadaria, invasão, etc. E olha que hoje, mesmo depois das duas pancadas, não ouvi a torcida vaiar, xingar, etc. Porque essa é a natureza da torcida do Flamengo. Amor incondicional, mesmo nas horas de dificuldade. Se o elenco entendeu o recado, vai correr dobrado daqui pra frente.

7 - Fofocas: É o preço de ser o clube mais querido do Brasil. Vai existir sempre. Cabe a nós filtrar e avaliar. Sobre o caso do Cuca / Muricy, fui a fundo na questão. E descobri que é melhor torcer pelo time, pelo treinador, pelo Flamengo. Foi bom pra ver que, apesar de ser um ótimo treinador, Muricy não aguentaria a pilha que é viver o dia-a-dia do Flamengo. Meia dúzia de lerolero no ouvido dele, e ele caiu como um pato. E fez o que fez. Mas enfim, o problema do Muricy é dele, não do Flamengo.

8 - Pet: Não achei sacanagem colocar o gringo aos 37 do segundo tempo. Sem jogar há vários meses, sem ritmo de jogo, e já nos seus trinta e tantos, seria um assassinato meter o cara no começo do segundo, com a correria que tava o jogo. Se querem deixá-lo na ponta dos cascos, tem que ser assim. Doses homeopáticas pro gringo.

9 - Basquete: Fiquei triste com a derrota, até porque é muito mais chato quando se perde em poucos detalhes. O time do Brasília é muito bom, tem 4 armadores excepcionais, e nunca achei que seria mole. O bom dessa derrota - se é que existe um lado bom - é que a final final será no Rio, na nossa casa. E é dever lotar a Arena, mostrar como nossa torcida pode ser ensurdecedora.....hummm...que tal tirarmos da gaveta as cornetas de 2000? Que tal mostrarmos ao mundo do basquete o nosso poder de fogo? Com a torcida, a resposta.

10 - A vitória de hoje: Deve ser comemorada sim. Esse papo de desmotivação do time adversário morre quando eu lembro do guiñazu - sempre ele - correndo tal qual um louco por todos os cantos do campo. Derrotamos um time bom SIM, não é conveniente desprezá-los. O fato, e é fato mesmo, é que fomos MUITO superiores. Jogamos bem, aproveitamos as chances e fizemos o placar. Agora, se você é um daqueles cricas, que reclama de tudo, esquece. Deixa pra lá, passa batido pelo ítem 10.

Boa semana a todos.

E nada mais digo.

Mesa de Bar - FLAMENGO x Internacional
Maracanã - 18:30h

Nessa rodada não há mesa de bar. Nem circo. Nem foto. O título fica só como um marco.

Um desabafo de quem cansou. Cansou de ver um time de tradição ser espezinhado por aqueles que deviam defendê-lo.

Achar que com a "liberação" antecipada de alguns jogadores com contratos a vencer vai mudar o panorama das coisas, é um abuso à inteligência alheia.

Por mais que a ausência de certo "quinta-coluna" possa ser festejada, ainda existem muitos amigos-da-onça pelas trincheiras da Gávea.

E são estes que acumulam vexames com a camisa do Flamengo.

Para o que eles vêm fazendo, já gastei muito do meu pobre Português. E muito mais da paciência dos leitores.

Valei-me, S.Judas Tadeu!

"O que tiver de ser, será! Pobre coitado de ti!"
Pedinte grego no Parthenon, para Laio. Novela Mandala - Meados dos anos 80.

Nota do autor: O autor aceita a pecha de chato. Sonhando com o dia que voltará a exaltar mais glórias do que maldizer vexames do Mais Querido. Neste cenário, escutar os nomes de Renight Gaúcho ou Geninho, é o sinal do fim dos tempos. Valei-me novamente, S.Judas Tadeu!

sábado, 20 de junho de 2009

Nosso Mundo é Flamengo - por Paulo Lima*

Tempos modernos difíceis. Relembremos o passado. Ainda que nunca se o tenha vivido.

É mal de quem queria ter nascido alguns anos antes. Meus pais se casaram em 1970 e tiveram a infeliz ideia de só me gerarem 10 anos depois. O prejuízo por este hiato sinto especialmente por um aspecto: não ter visto o melhor dos Flamengos, com a geração de Zico e cia. Tivessem me produzido uns três anos depois (convenhamos, é tempo muito bom para aproveitar o matrimônio a sós) do matrimônio, digamos – o que seria 1973 - eu teria visto o Mundial de Tóquio com oito anos. E não venham me dizer que não lembramos do futebol nesta idade. Jamais me esquecerei do vizinho vascaíno ordinário que me ligou logo após o gol do Cocada (escutado pelo rádio).

Após essa digressão, e mediante o contínuo interesse em resgatar essas glórias nunca vistas, deparei-me com um recente artigo no “Daily Mail” http://www.dailymail.co.uk/sport/football/article-1190861/Maradona-Pele-Cruyff-George-Best--The-Alternative-List-Boffins-pick-10-footballers-time.html, um respeitado jornal britânico, que publicou uma lista alternativa dos 10 melhores jogadores da história. Alternativa apenas porque uma anterior havia sido divulgada. Mas nada que invalide sua importância.

Fato é que a segunda relação contém Zico como o décimo maior. Para nós, nada de anormal. Aliás, anormal, sim, pois em nossos corações trata-se inquestionavelmente do número 1. Mas vivendo a mente europeia e especialmente a inglesa, podemos atribuir que a conquista de 81 sobre o poderoso Liverpool ainda faz do Galinho um esportista mágico, à frente de seu tempo.

Sim, porque os outros nove são nomes consagrados, por terem brilhado em um ou mais clubes e/ou também por suas seleções.

O que chama a atenção é justamente Zico não ter alcançado glórias significativas com a Amarelinha – fez parte de uma geração maravilhosa, que seduziu o mundo, mas fato é que nem Copa América venceu. E ainda sim está no top ten. Copa Roca não vale.

Ou seja, sem paixão, e baseando-se na lista do Daily Mail, sou levado a afirmar que ZICO foi o maior jogador de clube em todos os tempos.

Serei contestado por essa assertiva, principalmente pelos leitores não rubro-negros. Mas vamos aprofundá-la.

Trocando em miúdos: o Galo foi o maior jogador de clube da história do futebol porque foi o que melhor conseguiu, em apenas uma agremiação, atingir o melhor nível e o reconhecimento mundial sem ter conquistas expressivas pela Seleção.

É claro que na Udinese ganhou a propagação necessária para consolidar seu já conhecido nome internacionalmente, mas nada fez de diferente ou melhor do que na Gávea – tanto é que, embora tenha encantado os italianos, não ganhou títulos significativos por lá. No Kashima, onde foi percursor, é ídolo. Mas sem nenhuma J-League no currículo.

Sendo assim, concluo a explicação dizendo que Zico figura neste top ten não por sua vida e obra com a Amarelinha, e sim pelos títulos de destaque e evidência com que conduziu um dos maiores scratches futebolísticos do planeta.

Como base comparativa, vejamos os outros nomes.

Pelé foi o Rei do Santos. Mas também o foi pela Seleção, com três Copas. Ou seja, a trajetória na Seleção foi tão ou mais decisiva para ser considerado o maior de todos.

Maradona já seria descartado por ter brilhado por dois clubes (Boca Juniors e do Napoli), além de ter liderado a seleção argentina na conquista do Mundial de 86.

Di Stéfano, foi um monstro no Real Madrid e por ele se notabilizou como “o Pelé que nunca jogou uma Copa”. Mas, antes disso, venceu dois Campeonatos Argentinos pelo River Plate e três Colombianos pelo Milionarios. Foi o grande nome dessas equipes na década de 40 e, por isso, considero que tenha sido arrebatador e decisivo para a história de mais de um clube.

Irão me dizer que o destino de Cryuff pela Holanda foi tão cruel como o de Zico no Brasil (muito embora tenha sido vice mundial em 74). Mas o gênio da Laranja Mecânica dividiu seu apogeu entre o Ajax e o Barcelona.

Zidane foi o mago da Juve, do Real Madrid e dos Bleus em 98 no Mundial, em 2000 na Euro…

Beckenbauer era o Kaiser de Munique, tamanha a identificação com o Bayern. Mas levou uma Copa para casa em 74. Por isso está onde está.

George Best, talvez o nome mais que melhor rivalizaria com Zico sob os critérios adotados na comparação, também entrou para a história do Manchester United como fez o Galo com o Flamengo. Além disso, por ser norte-irlandês, nunca jogou uma Copa. Mas creio que não vence o Galo por 3 aspectos: a) teve menos títulos de expressão que o nosso 10 (dois nacionais e uma Champions League – perdeu o Mundial para o Estudiantes – contra quatro Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial de Zico); b) teve uma carreira menos extensa em seu clube (dez anos contra 16 do Galo). c) ao contrário de Zico, não é tido como o grande nome da história de seu time – antes dele há certamente Bobby Charlton (isso se a história não apontar alguém das recentes gerações, que vez por outra dominam a Europa e o mundo há dez anos).

Ferenc Puskas tornou-se tão ídolo do Real Madrid (três Champions League, um Mundial, cinco Ligas Espanholas) que se naturalizou espanhol. Mas é também o maior jogador da história do Honved, uma espécie de Santos da Hungria, onde arrebatou cinco campeonatos nacionais. Apesar da frustração do vice na Copa de 1954 pela Hungria, foi campeão olímpico por essa seleção dois anos antes, o que também contribui para sua proeminência mundial.

Platini, o nono nome, foi craque do Saint Étienne e do Juventus. E merecia melhor sorte pela França, muito embora tenha erguido pelos Bleus a Copa Européia de 82.

E então, racionalmente falando, concordam com a afirmação?

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É verdade que muitos nem colocariam Zico no top ten. A primeira lista do jornal saca o Galo, empurrando para a 11a posição, e coloca Bobby Charlton. Bairrismo explica.

De toda forma, outros nomes poderiam aparecer, como os brasileiros Garrincha, Ronaldo, Romário, ou o alemão Matthaus, o português Eusébio, o goleiro italiano Zoff….

Mas para entender as razões de Zico estar e ser reverenciado pelos ingleses, é simples: além de, como reporta o Daily Mail, ser “um sublime driblador, passador criativo e finalizador clínico, além de expert em faltas e chutes poderosos e precisos. Era um clássico camisa dez, um jogador que criava chances e marcava gols com a mesma perfeição”, Zico foi o artífice da derrocada do gigante Liverpool em 81.

Em um artigo de 2001, que lembrava os 20 anos do Mundial do Flamengo, a revista britânica “When Saturday Comes” http://www.wsc.co.uk/content/view/3136/29/ , especializada em futebol, afirmou que o time da terra dos Beatles supostamente seria “o rei do mundo nos anos 80”, não fosse aquele camisa 10 dos “Brazilian red and blacks”.

Em uma fantástica descrição de como batemos os poderosos e encantamos o planeta, o artigo recorda as desculpas esfarrapadas dadas pelos jogadores e técnico do Liverpool após o acachapante revés. Chegaram a alegar cansaço, mas o autor recorda que era o Flamengo a estar no fim da temporada – era o 77o jogo do ano.

Se interessar aos amigos, posso trazer a tradução completa do artigo no meu próximo texto aqui no blog.

“Ele tinha um primeiro nome [com a grafia] à inglesa – Arthur (e não Artur) Antunes Coimbra – mas o resto dele, naquele dia, era o melhor do Brasil” – WSC, Outubro/2001.

Viva Zico.


* Paulo (Henrique Caruso) Lima, 29 anos, residente em Nova York (NY), é servidor público federal e ex-repórter ("Falquinho") do Diário LANCE! (entre 2001 e 2008), e escreve também no Mundo Flamengo (www.mundoflamengo.com)







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