sábado, 30 de junho de 2012
FLAMENGÔMETRO nº 129
terça-feira, 26 de junho de 2012
Calúnia do Rúbio Negrão
Alfarrábios do Melo
Sensação
no futebol nordestino nos anos 40, despertou a atenção do Flamengo
quando atuava no América-PE, onde era ídolo. A negociação não
foi fácil, e Dequinha só chegou ao rubro-negro porque o presidente
do clube pernambucano era um fanático torcedor flamengo. Ocupando a
faixa central do campo, era o termômetro do time. Sabia dosar a
temperatura do jogo, cadenciando toques macios ou forçando jogadas
agressivas e verticais. Extremamente habilidoso, Dequinha tornou-se
dono do meio-campo e um dos principais jogadores do Rolo Compressor
que dominou inteiramente o futebol carioca na Era do Segundo Tri. Seu
futebol exuberante o levou à Copa do Mundo de 1954, mas o
temperamento tímido, aliado ao pesado lobby paulista, impediram seu
aproveitamento como titular. Ganhou, pelo Flamengo, o tri estadual e
vários torneios continentais e internacionais. Alinha com Bria,
Carlinhos e Andrade na fantástica relação dos melhores
médios/volantes da história flamenga, e até hoje figura na maioria
das escalações de “melhor Flamengo de todos os tempos”.
O
Flamengo precisava de um reserva para Zico, às voltas com seguidas
convocações para a Seleção Brasileira, e dentro desse panorama
resolveu apostar em um jogador que vinha fazendo sucesso comandando o
Joinville-SC. E assim chegou Lico à Gávea, em uma troca que
envolveu o goleiro Hélio (dos Anjos) e o zagueiro Nelson. Mas Lico,
já com 29 anos e com diversas passagens por outros clubes do Sul
(entre elas uma frustrada experiência no Grêmio), não foi recebido
com entusiasmo, especialmente diante de seu físico esquálido,
extremamente magro. Sem chances, foi reemprestado ao Joinville, e sua
história flamenga parecia ter chegado ao fim, quando Dino Sani
resolveu mantê-lo no elenco, já em 1981. Mais tarde, começou a
chamar a atenção de Carpegiani nos treinos, foi entrando em alguns
jogos e convenceu a todos de que poderia, jogando deslocado na ponta, ser a solução para o
desequilíbrio tático da equipe. Entrou como titular contra o
Botafogo, e os históricos 6-0 mostraram que Lico tinha lugar na
equipe. Assim, o catarinense tornou-se titular absoluto e
protagonista de uma equipe que conquistou a cidade, o estado, o país,
o continente e o mundo. Encerrou a carreira por conta de sucessivas
lesões no joelho.
Ainda
no juvenil do Madureira, foi destaque nas Olimpíadas de Helsinque, o
que fez com que os grandes clubes do Rio montassem romarias atrás de
seu futebol. Mas Evaristo preferiu o Flamengo, e seu futebol muito
técnico e letal rapidamente o fez se destacar. Em uma equipe onde
vicejavam goleadores como Índio e Benitez, não demorou a encontrar
seu lugar. Evaristo conseguia aliar uma técnica primorosa a uma
impressionante capacidade de marcar gols. Possuía notável visão de
jogo e senso coletivo, além de ser extremamente inteligente. O mais
perigoso atacante flamengo foi protagonista no tri estadual,
especialmente nas duas últimas conquistas (marcou o gol da vitória
no primeiro jogo contra o América, na final de 1955). Suas
espetaculares atuações contra o Honved de Puskas chamaram a atenção
do futebol europeu, e Evaristo foi fazer carreira na Espanha, onde
conseguiu a façanha de ser ídolo no Real Madrid e no Barcelona. Sua
experiência na Europa o tirou da Copa de 1958, onde seria titular no
lugar de Vavá. Em 1965 voltou ao Flamengo mas, já veterano, teve
passagem mais discreta. Ainda assim, foi campeão estadual mais uma
vez. Após aposentar-se, tornou-se um bem sucedido treinador.
A
passagem do maior ídolo do Flamengo antes de Zico começou após uma
excursão de um time de basquete do Flamengo ao Nordeste. De folga em
Alagoas, os atletas se encantaram com a exibição de Dida em uma
partida pela seleção local. O garoto foi então contratado junto ao
CSA e passou a ser preparado para brilhar, o que aconteceu já na
temporada seguinte. Sua estreia no time titular foi assombrosa, uma
vez que Dida não tomou conhecimento do consagrado vascaíno Ely do
Amparo e o desmoralizou com dribles e fintas desconcertantes, na
vitória flamenga por 2-1. Imprimia uma velocidade alucinante em
campo, e tinha notável capacidade de finalização, o que o tornou o
maior artilheiro do Flamengo até a chegada de Zico. Formou com
Henrique Frade aquela que talvez seja a melhor dupla de ataque da
história flamenga. Herói do segundo tri (marcou os quatro gols da
finalíssima contra o América), campeão do Torneio Rio-SP, campeão
de torneios pelo mundo inteiro, Dida construiu uma sólida e
respeitada carreira no Flamengo, de onde saiu em 1963, após brigar
com Flávio Costa. Na Portuguesa, mesmo veterano ainda conseguiu a
monstruosa marca de 54 gols em uma temporada. Após se aposentar,
voltou ao Flamengo, onde cuidou das categorias de base.segunda-feira, 25 de junho de 2012
Pena ou Vergonha?
sábado, 23 de junho de 2012
FLAMENGÔMETRO Nº 128
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Insustentabilidade Rubro-Negra
Transparência
Uma leitura e várias reflexões. Parei para analisar a forma com que as informações são veiculadas nos dias de hoje, e me deparei com um número gigante de informações desconexas, sem base, por puro e simples oportunismo. Bem vindo a era onde qualquer lixo pode ser jogado na rede, e o pior, absorvido por muitos que fazem daquilo verdade absoluta.
Naturalmente que noticias oriundas de sites que possuem credibilidade tem seu valor, não obstante posso perceber que tal credibilidade tem sido questionável quando o assunto é : eleições no Flamengo.
Aliás, eleição, em qualquer âmbito é um assunto que gera polemicas. A informação quando mal utilizada é prejudicial. Pois supõe-se que quem propaga a noticia está isenta de opinião pessoal.
Existe uma linha tênue que separa a publicação de uma noticia tal e qual aconteceu, e sua opinião sobre a mesma.
Entretanto o que mais nos deparamos por aí são noticias de cunho pessoal sendo divulgadas indiscriminadamente como verdades. Qual base foi utilizada para saber se tal candidato tem mais aceitação que outro? Foi realizada alguma pesquisa entre os sócios da entidade? Aliás, eu gostaria de saber qual o percentual de aceitação de nossa atual mandatária? Alguém já propôs a realizar tal pesquisa? Existe profissional capacitado para tal?
Reproduzir suas opiniões de maneira a atingir a massa, pois parte dela não tem conhecimento profundo sobre o assunto, é usar de má fé para angariar apoio, e colocar na vitrine de maneira desonesta aquele o qual estamos apoiando.
Quando se fala de Flamengo tudo toma maiores proporções, já que falamos de uma nação, com os mais variados níveis sociais e intelecto-cultural. Por isso se faz cada vez mais necessária a idoneidade para expor opiniões.
Apesar de o trabalho do candidato estar voltado para quem vota, já que quem vota decide o futuro do clube, temos por trás disso tudo uma imensa torcida que participa ativamente da rotina Rubro Negra. Tenhamos mais seriedade em tratar qualquer assunto, principalmente político, pois estamos falando dos interesses de milhões de pessoas.
O fato é que precisamos trabalhar para que culturalmente a torcida entenda a importância de se associar. E poder mudar a paroquial realidade política existente dentro da gávea.
Enquanto isso vamos valorizar o que é verdade. Conhecer o que cada candidato tem de melhor a proporcionar ao Flamengo. A transparência é fator fundamental para que a relação seja honesta.
Infelizmente não tenho coluna em sites grandiosos para propagar minha opinião. Mas tenho conhecimento no que falo, e respeito a capacidade de entendimento de cada pessoa, e desta forma não estabeleço como única verdade o que penso sobre cada candidato, apenas defendo o que vejo de melhor naquele que eu apoio.
"A primeira vítima, da guerra, é a verdade".
(Hiram Johnson, 1917, senador republicano e ex-governador da Califórnia (1866-1945)
Depreciar os demais para tornar-se evidente, não é qualidade, é medo.
É o que tem para hoje.
Marcella Miranda.
#NadaImportaSemOFlamengo
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Patrícia, não esquece a minha parte
Está rolando uma história que o Flamengo resolveu contra-atacar o staff de Ronaldinho Gaúcho na mesma moeda. O clube entrou com uma ação pedindo os mesmos 40 milhões de reais que o dentuço e seu irmão querem arrancar dos cofres rubro-negros. Para chegar a esse valor, a diretoria bombástica se valeu de uma conta inacreditável.
A ação se divide em dois valores. O primeiro, de R$ 5 milhões, vem de o clube não ter conseguido fechar patrocínios devido ao fato de o jogador não levar o trabalho a sério e espantar os possíveis investidores. Claro que o clube não sabia de nada das noitadas e foi pego de surpresa. Afinal, se os dirigentes soubessem, teriam enquadrado Ronaldinho como devido, certo? Próximo.
O segundo valor é de R$ 35 milhões. Baseado em que? Em alguma cláusula de contrato? Em alguma conta de valores devidos que o jogador deixou na Gávea? Não. Os R$ 35 milhões de reais foram calculados de acordo com o tamanho da torcida - 35 milhões de pessoas, número arredondado (para cima), se nos basearmos em pesquisas recentes.
Com isso, a diretoria conseguiu chegar aos R$ 40 milhões, de forma a pensar que assim os Assis ficarão apavorados e aceitarão fechar qualquer acordo possível para se livrar do processo. Fico pensando que se a torcida fosse de 70 milhões, eles pegariam apenas a parte correspondente aos moradores do Rio para gerar o processo. Ou se fosse uns 20 milhões, completariam o valor com a mesma desculpa dos contratos não fechados. É uma matemática digna de quem jura de pés juntos que tinha preparado quatro modelos de camisa para vender e o primeiro começava com Tokio.
Enfim, como fui citado indiretamente nessa história, uma vez que sou um dos R$ 35 milhões, eu gostaria de solicitar minha parte no processo após a vitória certa (já que nossa diretoria não erra nunca). Peço ao Flamengo que, ao receber a grana, encaminhe meu R$ 1,00 para a minha conta. Ué, não estão me usando para processar o jogador e tentar livrar a cara da responsa de não ter conseguido arcar com os salários? Então façamos a coisa direito.
Quando eu receber o dinheiro, o usarei como entrada para comprar um tijolinho. Fico feliz em ajudar o clube a lutar contra esse jogador que não soube corresponder ao amor que lhe foi dado. Caso o Flamengo não aceite meu pedido, por favor mudem o valor da ação para R$ 34.999.999,00, pois não quero ser aquela "torcida" apenas na hora de falar bonito no jornal, mas que não vale nada na hora que precisam trabalhar para ela.
terça-feira, 19 de junho de 2012
Calúnia do Rúbio Negrão
FLAMENGÔMETRO nº 127
Voltando a ficar sem computador e sem acesso à internet desde terça passada, só hoje estou colocando com o devido atraso o Flamengômetro que deveria ser postado antes do jogo contra o Santos. Ou seja, não precisei colocar nenhuma consideração sobre o pré-jogo, já que em nenhuma expectativa eu seria capaz de imaginar que o escrete de Joel Santana lutaria tão incansavelmente para perder para o reservas dos reservas dos reservas dos juvenis paraolímpicos do Santos F.C. E nem prever que Joel, não happy em colocar o Renato para estragar o meio-campo, resolveu insistir nesta substituição crazy para fazer com que a lateral-esquerda também fique inutilizada. A defesa bem tentou sua jogada ensaiada no finzinho, deixando o centroavante mirim santista livre, mas este cabeceou para fora. E assim o Flamengo prossegue invicto...
Alfarrábios do Melo
Chamou
a atenção pelas boas atuações no modesto Rio Branco-ES (que
chegou a derrotar o Cruzeiro no Mineirão), no Brasileiro-1984.
Contratado pelo Flamengo como terceiro goleiro, ascendeu ao posto de
titular após a saída de Fillol e uma contusão de Cantarele, já no
ano de 1986. Seu impressionante reflexo, aliado à descomunal
envergadura (era chamado de Zé Grandão), rapidamente o fez cair nas
graças da torcida e da crônica. Viveu seu melhor momento no
Brasileiro de 1987, com atuações antológicas que o levaram à
Seleção Brasileira. Saiu em 1991, retornando ao clube em 1996, sem
o mesmo brilho (ficaria por um ano). Campeão Estadual, Brasileiro e
com passagem em Copa do Mundo, Zé Carlos é um dos maiores goleiros
da história do Flamengo.
Não
chegou a ser propriamente barato, pois veio trocado pelo volante
Ailton e pelo meia Toninho (ex-Portuguesa). Mas chegou à Gávea
completamente anônimo, e suas credenciais não animavam, com
passagens por Paysandu e Guarani. Alguns mais atentos ainda se
lembravam de um belo gol marcado contra o Botafogo, e pouco mais se
sabia de Charles. No início, atuando como volante, pouco empolgou,
mas sua passagem no Flamengo ganhou uma guinada quando passou a ser
improvisado como lateral-direito, posição que já se tornava um
problema crônico na equipe. Apesar da nítida deficiência técnica,
Charles rapidamente caiu nas graças do torcedor, por conta de seu
futebol extremamente voluntarioso e aguerrido, além de aplicado
taticamente. No Flamengo Charles viveu o melhor momento da carreira
(chegou à Seleção Brasileira), sendo importante nas conquistas do
Estadual-91 e do Penta Brasileiro em 1992. Permaneceu na Gávea até
1995, quando começou a perambular por outras equipes, sem jamais
repetir o sucesso flamengo.
O
Flamengo foi jogar em Londrina pelo Brasileiro de 1979. Jogo duro,
empate (1-1) e uma atuação de gala de Marinho que encheu os olhos
de Cláudio Coutinho. Assim começava a se desenhar a contratação
de zagueiro, que não demorou a se firmar na equipe, barrando nomes
como Nelson e Luís Pereira. Muito bom no jogo aéreo e detentor de
uma técnica invulgar (embora sujeito a esporádicos apagões),
chegava com enorme facilidade à frente, tendo marcado gols
históricos e decisivos (Atlético-MG, na Libertadores-81 e Santos,
no Brasileiro-82, ambos nos minutos finais). Titular da maior equipe
da história do Flamengo, ganhou tudo o que disputou e chegou à
Seleção Brasileira. Começou a perder espaço com a chegada de
Cláudio Garcia (que preferia Figueiredo), e foi negociado com o
Atlético-MG em 1984.
Chegou
ao Flamengo em 2006, credenciado pelo ótimo Brasileiro do ano
anterior, onde chegou a ser indicado o melhor zagueiro da competição,
defendendo o Fortaleza. Mas Angelim demorou a se firmar, vítima da
bagunça administrativa em que o rubro-negro andava mergulhado.
Preterido com Ney Franco (que escalou Irineu, Moisés e Thiago
Gosling), quase foi negociado, mas voltou a ganhar chances com Joel
Santana e cresceu assustadoramente de produção ao lado do
experiente Fábio Luciano. Bastante técnico e com ótimo
posicionamento (impecável no jogo aéreo), Angelim foi protagonista
na conquista de vários Estaduais, de uma Copa do Brasil e do Hexa
Brasileiro em 2009, quando chegou ao ápice da carreira ao marcar o
gol do título. Caminha para a merecida aposentadoria (atualmente
defende o Barueri), e já garantiu lugar reservado na memória da
Nação Rubro-Negra.domingo, 17 de junho de 2012
30 e tantos milhões de otários
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Eleição 2012 põe desapego de ex-presidentes à prova
O convite só surgiu porque ex-presidentes como Márcio Braga (foto) e Kléber Leite deram a abertura necessária, inclusive com espaço para que os excecutivos flamenguistas falassem. É muito em relação à história recente do clube, mas ainda é pouco. Mais gente com o mesmo perfil - profissionais de sucesso em suas respectivas áreas e sem nenhum interesse senão o crescimento do Flamengo - tem o interesse em se mobilizar para impedir que a gestão Patrícia siga mais três anos em compromisso com o atraso.
Mas esse tipo de gente dificilmente vai aceitar fazer parte de gestões que tem sua parcela de responsabilidade pelo eterno sono rubro-negro, marca esportiva com maior potencial e desperdício no Brasil há décadas. Se caciques e índios da tribo rubro-negra querem uma gestão mais comprometida com o profissionalismo, só o desapego por cargos e vantagens pessoais vai conseguir concretizar esse sonho. É informação e não opinião: é possível ainda esse ano ver uma chapa com muita gente boa como essa.
Márcio Braga talvez tenha sido um dos maiores dirigentes da era amadora do esporte enquanto Kléber Leite foi responsável pela maior contratação do futebol brasileira, ao tirar Romário do Barcelona em 95. Os dois também colecionam fracassos e erros indesculpáveis, que hoje servem para a gestão Patrícia se posicionar como a "menos pior" ao invés de a melhor. Ambos podem abrir espaço para uma nova era no clube. Basta que os dois e todos os demais conselheiros e ex-dirigentes abram mão de suas vaidades para apoiar novas idéias e a reafirmação do Flamengo como um clube sério.
Caso contrário, a vitória de Patrícia seguirá provável.
















