PAPO DE SEGUNDA - Luciana Zogaib
ANSIEDADE MÁXIMA
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Flamengo em dois tempos
Olá pessoal, Saudações Rubro Negras!
Tenho um raciocínio sobre futebol, que não necessariamente faz sentido, para jogos em que um time é muito superior ao rival no primeiro tempo: Se possível, aplica logo um 3x0, desce para o vestiário com tranqüilidade e joga a batata assando no colo do time adversário.
No meu pensamento, “3x0” – ou mais, claro – é o resultado capaz de fazer com que o técnico adversário se preocupe muito mais em fechar o time e impedir uma goleada. Qualquer outro resultado abaixo disso, ainda que tenha havido uma superioridade em campo como foi o Flamengo ontem, permite ao adversário a opção de tentar reverter o resultado mesmo que na base do “tudo ou nada”.
A partir daqui, começo o post dessa segunda.
O Mengão jogou certinho no primeiro tempo. Abriu as jogadas pelas pontas, trocou passes com muito mais qualidade do que nas partidas anteriores, virava bem o jogo fazendo o adversário correr atrás da bola e, tão importante quanto, não deu muito sossego ao Vasco quando eles tentavam jogadas ofensivas, com pelo menos um jogador na sobra pronto para o desarme.
Pelo primeiro tempo percebeu-se quanto o time ganha em qualidade na saída de bola optando por Maldonado a Fernando. Até mesmo Willians, menos sobrecarregado na ligação, se destacou no desarme embora ainda comprometa pelo excesso de passes errados.
Deivid se apresentou um pouco mais para as jogadas, Thiago Neves se mostrou em melhor forma avançando bastante pelo meio e pela direita, Leonardo Moura voava pela lateral entortando os adversários, a zaga não comprometia. O Flamengo tocava bem a bola, o Vasco não conseguiu jogar e os 2x0 do primeiro tempo saíram com naturalidade. Poderia ter sido mais, mas o Flamengo não criou muita coisa além para isso.
Aliás, que golaço do Thiago Neves... Como é bom ver atacante do Flamengo fazendo gols assim.
Mas veio o segundo ato, o segundo tempo.
E o Vasco que apanhou no primeiro tempo, mas não bastante para desistir do placar, começou a ganhar espaços, cedidos por um Flamengo estranhamento acomodado, satisfeito com um placar perigoso. E por pior que seja o adversário, o Flamengo não se pode dar ao luxo de imaginar que resolve qualquer partida no momento que quiser.
Ainda mais em um clássico.
O jogo que esteve fácil passou a ser equilibrado. E quando se esperava uma melhora, as substituições de Luxemburgo não surtiram qualquer efeito. Tomamos um gol que, a meu ver, se deu por uma falha individual – expondo inclusive uma das fraquezas desse time - e de repente passou a ser mais fácil garantir o resultado do que criar oportunidades para ampliar o placar.
Vencemos o clássico e mantivemos os 100% de aproveitamento. Por um placar mais apertado do que o imaginado depois do primeiro tempo, mas vencemos. Com aspectos positivos e negativos a serem ressaltados. Mais do que isso: A serem trabalhados.
Só que agora temos que passar uma borracha e saber que vai começar um novo Flamengo. Com as chegadas de Ronaldinho e Botinelli, passa a ser outro time, outro posicionamento, outra arrumação tática.
É importante saber que isso só se ajusta em campo, jogando. O entrosamento não surgirá já na próxima quarta feira contra o Nova Iguaçu. Vai demandar tempo e paciência da torcida.
Um time melhor? É o que se espera. Os craques já estão todos a disposição.
O resultado, nós veremos a partir de quarta.
Grande Abraço, até segunda e Saudações Rubro Negras, sempre!
*************
P.s.: Pegando um gancho na entrevista do Júlio Mariz, Presidente da Traffic, ao jornal "O Globo", pretendo fazer um fórum de discussões sobre o tema "Plano de Sócios" para o Flamengo. Avisarei previamente também aqui no blog, mas a parada deverá rolar via twitter. Quem quiser me adicionar e já encaminhar temas que gostariam de ver abordados nessas discussões, aí vai: http://twitter.com/herminio_correa
Crise em São Sanuário. Que Chato.
Crise em São Sanuário. Que Chato.
*Texto descaradamente copiado do sócio honorário do FlamengoNet, Arthur @urublog Muhlemberg
Olho nele
Virou lugar-comum a comparação entre o time campeão da Copinha neste ano com o que levantou o troféu em 1990. Embora esta seja, de fato, a melhor geração que o Flamengo preparou desde aquela fornada que tinha Djalminha, Marcelinho, Paulo Nunes, Nélio e companhia limitada, a comparação não procede. E não procede por um principal motivo: Djalminha.
Em 90, eles não eram nem nascidos.
Um chocolate de aniversário
Dia 25 de janeiro de 1990. A cidade de São Paulo estava de aniversário e decidiu comemorar no Pacaembu, em dose dupla. Às 15 horas, seguindo o script, a seleção paulista fez 3x1 na seleção carioca, amistoso transmitido pela Rede Globo. Mas o que se ouvia nas arquibancadas do Pacaembu era a torcida do Corinthians cantando, à espera do jogo de fundo: Flamengo e Corinthians duelariam por uma vaga na semifinal da então Taça São Paulo de Juniores.
E como cantou a torcida corintiana antes do jogo. Timão eô, Timão eô, berravam a partir do tobogã os maloqueiros sofredores pela graça de Deus. Afinal, estava no script que os gambazinhos venceriam os urubuzinhos. Mas quando a bola rolou, o garoto Djalminha rasgou o roteiro e improvisou. Driblou todos os corintianos, um por um.
Foi assim: com uma finta, papou todos os jogadores do Timãozinho. Aí veio Vicente Matheus e levou um chapéu. O boquirroto Roque Citadini tomou um traço desmoralizante. Luís Inácio Lula da Silva foi para a caçapa com um drible-da-vaca. Roberto Rivellino caiu de bunda diante de um elástico. Juarez Soares fugiu de vergonha. Então desceram todos os torcedores que estavam nas arquibancadas e Djalminha foi driblando, um totó ali, um olezinho aqui. Fez fila e fez gol de todo jeito, de bola parada, correndo, de cabeça, por cobertura.
Quando os corintianos olharam para o placar, estava escrito assim: Flamengo 7, Corinthians 1. Foi uma festa muito bonita, tinha chocolate para todo mundo. Dias depois, o Flamengo ganhou do Juventus com um gol esculachante de Júnior Baiano e ficou com a taça. Mas quer saber? Bonito mesmo naquele ano foi a chocolateria do Djalminha, distribuindo bombons para toda a Fiel.
Foi meio chato, porque estragou a festa da cidade. Quer saber? Bem feito. Ninguém mandou convidar o Flamengo.
Flamengo 7x1 Corinthians
25 de janeiro de 1990
Taça São Paulo de Juniores
Pacaembu – São Paulo
Árbitro: João Paulo Araújo
Flamengo: Adriano, Mário Carlos, Tita, Júnior Baiano e Piá (Selé); Edmilson, Rodrigo Dias (Fábio Augusto), Fabinho e Djalminha; Nélio e Luís Antônio. Técnico: Ernesto Paulo
Corinthians: Márcio, Joice, Robson, Santana (Duda) e Bezerra; Pardal, Ari Bazão, Luís Fernando e Alemão; Abelardo e Juarez (Wladimir).
Gols: Nélio aos 15, Djalminha (falta) aos 29 e Djalminha (pênalti) aos 42 do 1º tempo; Piá aos 5, Wladimir aos 9, Djalminha (pênalti) aos 17, Djalminha (de cabeça) aos 34 e Djalminha (de cobertura) aos 42 do 2º tempo.
Vencer, Vencer, Vencer!
Olá pessoal, Saudações Rubro Negras!
Depois de um ano tão conturbado quanto o de 2010, o Flamenguista enfim vive um momento de estado de graça, de auto estima elevada. Não quero, ao dizer isso, cometer nenhum exagero ou criar algum clima de “já ganhou” seja lá em que esfera for. Mas não devemos deixar de valorizar tudo o que foi alcançado pelo Flamengo nesse mês de janeiro, especialmente nessa última semana.
A começar pelo nosso basquete que ao vencer seus jogos contra Quimsa (ARG), Mavort (ECU) e Español de Talca (CHI), terminou sua participação como líder do grupo C da Ligas das Américas, conseguindo a inédita vaga a segunda fase da competição. Agora, o Mengão se junta a Capitanes de Arecibo (PUR), Halcones Rojos de Veracruz (MEX), Halcones de Xalapa (MEX), Peñarol Mar del Plata (ARG), Quimsa (ARG), Regatas Corrientes (ARG) e Uniceub/BRB/Brasília (BRA) na busca pelo título. Os próximos confrontos serão entre os dias 3 e 5 de fevereiro – caso o Flamengo caia no grupo norte – ou entre os dias 11 e 13 de fevereiro, caso esteja no grupo sul.
No NBB, depois da preocupante derrota sofrida para o Uberlândia na última terça, o Flamengo se recuperou com duas vitórias seguidas sobre o São José e Limeira, o que nos garante a liderança nesse momento. Apesar do pouco tempo a frente do comando, Gonzalo Garcia tem conseguido dar ainda mais experiência ao time do Flamengo, algo que deverá ser fundamental principalmente na próxima fase da Liga.
Falando de futebol e campeonato Carioca, mesmo ainda sem as estréias de Thiago Neves e Ronaldinho, o Flamengo está tranqüilo na liderança do grupo A da Taça Guanabara.
Mais importante do que vencer os adversários, é o fato de o time demonstrar padrão tático, jogadas ensaiadas, posicionamento em campo, ter opções no banco de reservas capazes de suprir uma eventual falta ou alterar uma forma de jogo. Luxemburgo enfim montou um grupo com bastante qualidade, capaz de brigar por títulos.
Nem tanto pelos resultados apresentados, mas pela evolução que se observa desde o primeiro jogo da temporada contra o Londrina até a tranqüila vitória sobre o América, o Flamengo gera confiança na torcida. Obviamente que há o que ser corrigido, setores que já debatemos e sabemos que precisam ser reforçados. Mas pelo o que já começa a apresentar, o time tem condições de nos dar grandes alegrias esse ano.
Mas, junto até da contratação de Ronaldinho, nada tem dado tamanha alegria ao Rubro Negro do que a garotada na Taça São Paulo de futebol Junior.
Digo isso porque ver o Flamengo brilhar na copinha não é apenas o amor pela camisa ou o simples fato de ser o Flamengo. Ver esses meninos brilhando resgata, no coração e nos olhos de cada torcedor, a máxima de que Craque, o Flamengo faz em casa.
Não sei qual o resultado dessa final de amanhã contra o Bahia, jogo aliás que deve ser encarado com o máximo de seriedade, trata-se de uma final e ninguém chega até aí por acaso.
O que sei é que esse Flamengo da copinha 2011, depois de enfrentar e derrubar um a um Mogi Mirim, Gurupi, São José, Cruzeiro, São Paulo, Coritiba e Desportivo Brasil, nos convence de que é merecedor de se tornar histórico, tanto quando o espetacular time de 1990.
Como Flamengo é Flamengo e a razão já foi pro espaço há algum tempo, amanhã cedo estarei no Pacaembu, torcendo pela conquista dessa molecada.
Grande Abraço, até segunda e Saudações Rubro Negras, sempre!
Estamos assistindo a dois personagens receberem uma segunda oportunidade para reescreverem seus capítulos na História Rubro-Negra. Curiosamente, há diversas coincidências entre o momento vivido hoje pelos dois principais comandantes diretos do futebol do Flamengo e situações que eles enfrentaram em suas passagens anteriores pelo clube.
Muitos já notaram as coincidências para Vanderlei Luxemburgo, que foi técnico do Flamengo em 1995, ano do centenário do clube. Teve a chance de dirigir Romário, a maior contratação do futebol brasileiro em muito tempo, então melhor jogador do Mundo. Vanderlei teve apenas um semestre para trabalhar, teve acertos e erros, perdeu os dois títulos que disputou – a Copa do Brasil e o Estadual – e acabou demitido depois de bater de frente com o astro maior do elenco.
Agora, no ano do centenário do futebol do Flamengo, Luxemburgo novamente poderá dirigir no Flamengo aquele que foi o protagonista da maior contratação do futebol brasileiro em um bom tempo. A data não está sendo tão celebrada quanto foram os 100 anos de Flamengo em 1995 e Ronaldinho Gaúcho não tem o status que Romário tinha na época, claro - mas são os equivalentes possíveis. Luxemburgo já falou disso, comentaristas já falaram disso, até mesmo Joel Santana já andou tirando uma casquinha do assunto. Vamos torcer para que o fim da história seja bem diferente.
E há ainda Luiz Augusto Veloso. Em 1993, ano seguinte à conquista do Penta, Veloso assumiu a presidência do Flamengo. O clube já vivia uma situação financeira não muito confortável, mas contava com uma geração de ouro chegando das categorias de base: o grupo que conquistou a primeira e única Taça São Paulo da história do Flamengo e que, em parte, chegou a participar da campanha do título brasileiro de 1992. Eram nomes como Júnior Baiano, Marquinhos, Marcelinho, Djalminha, Fabinho, Fábio Augusto, Paulo Nunes, Nélio. Porém, Veloso passou pelo clube sem conquistas e não conseguiu aproveitar aquele momento para fazer com que os garotos talentosos que tinha formassem a base de uma equipe vencedora nos profissionais. Parte deles até teve carreiras muito vitoriosas – mas longe do Flamengo. Ao clube, eles não conseguiram sequer deixar um legado financeiro; os dirigentes que passaram pelo clube naquela época não conseguiram nem mesmo lucrar com as transferências destes jogadores.
Veloso volta a assumir um cargo importante de direção do clube, novamente no ano seguinte à conquista de um título brasileiro. E, vejam vocês, pode estar novamente tendo a chance de trabalhar com uma geração especialmente talentosa surgida na base do Flamengo. Daquele time de 1990 pra cá, o Flamengo até revelou grandes jogadores – Júlio César, Juan, Íbson, Renato Augusto, Adriano. Mas – pode ser por contraste em relação à fraquíssima produção nos últimos anos - não lembro de ver aparecendo na base de lá pra cá, de uma só vez, tantos garotos que pareçam ter um bom futuro nos profissionais quanto estamos vendo nesta Taça São Paulo.
Eles são hoje mais novos do que eram aqueles jogadores de 1990 – hoje, os times da Taça São Paulo têm uma idade mais baixa. É preciso paciência para fazer a transição deles para o profissional, sem queimar etapas. Mas gente como Alex, Muralha, Anderson, Adryan e Rafinha pode dar bastante caldo mais pra frente. Luiz Augusto Veloso pode ter um papel decisivo para que isso aconteça. Que aproveite bem esta segunda chance.
* * * * * * * * * *
Será mesmo que a transação que trouxe Rafinha de graça para o Flamengo foi mesmo tão prejudicial ao clube quanto denunciam?
- ANDRÉ MONNERAT escreve também no SobreFlamengo (www.sobreflamengo.com.br e twitter.com/sobreflamengo)
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