sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

As segundas chances de Vanderlei Luxemburgo e Luiz Augusto Veloso


Estamos assistindo a dois personagens receberem uma segunda oportunidade para reescreverem seus capítulos na História Rubro-Negra. Curiosamente, há diversas coincidências entre o momento vivido hoje pelos dois principais comandantes diretos do futebol do Flamengo e situações que eles enfrentaram em suas passagens anteriores pelo clube.

Muitos já notaram as coincidências para Vanderlei Luxemburgo, que foi técnico do Flamengo em 1995, ano do centenário do clube. Teve a chance de dirigir Romário, a maior contratação do futebol brasileiro em muito tempo, então melhor jogador do Mundo. Vanderlei teve apenas um semestre para trabalhar, teve acertos e erros, perdeu os dois títulos que disputou – a Copa do Brasil e o Estadual – e acabou demitido depois de bater de frente com o astro maior do elenco.

Agora, no ano do centenário do futebol do Flamengo, Luxemburgo novamente poderá dirigir no Flamengo aquele que foi o protagonista da maior contratação do futebol brasileiro em um bom tempo. A data não está sendo tão celebrada quanto foram os 100 anos de Flamengo em 1995 e Ronaldinho Gaúcho não tem o status que Romário tinha na época, claro - mas são os equivalentes possíveis. Luxemburgo já falou disso, comentaristas já falaram disso, até mesmo Joel Santana já andou tirando uma casquinha do assunto. Vamos torcer para que o fim da história seja bem diferente.

E há ainda Luiz Augusto Veloso. Em 1993, ano seguinte à conquista do Penta, Veloso assumiu a presidência do Flamengo. O clube já vivia uma situação financeira não muito confortável, mas contava com uma geração de ouro chegando das categorias de base: o grupo que conquistou a primeira e única Taça São Paulo da história do Flamengo e que, em parte, chegou a participar da campanha do título brasileiro de 1992. Eram nomes como Júnior Baiano, Marquinhos, Marcelinho, Djalminha, Fabinho, Fábio Augusto, Paulo Nunes, Nélio. Porém, Veloso passou pelo clube sem conquistas e não conseguiu aproveitar aquele momento para fazer com que os garotos talentosos que tinha formassem a base de uma equipe vencedora nos profissionais. Parte deles até teve carreiras muito vitoriosas – mas longe do Flamengo. Ao clube, eles não conseguiram sequer deixar um legado financeiro; os dirigentes que passaram pelo clube naquela época não conseguiram nem mesmo lucrar com as transferências destes jogadores.

Veloso volta a assumir um cargo importante de direção do clube, novamente no ano seguinte à conquista de um título brasileiro. E, vejam vocês, pode estar novamente tendo a chance de trabalhar com uma geração especialmente talentosa surgida na base do Flamengo. Daquele time de 1990 pra cá, o Flamengo até revelou grandes jogadores – Júlio César, Juan, Íbson, Renato Augusto, Adriano. Mas – pode ser por contraste em relação à fraquíssima produção nos últimos anos - não lembro de ver aparecendo na base de lá pra cá, de uma só vez, tantos garotos que pareçam ter um bom futuro nos profissionais quanto estamos vendo nesta Taça São Paulo.

Eles são hoje mais novos do que eram aqueles jogadores de 1990 – hoje, os times da Taça São Paulo têm uma idade mais baixa. É preciso paciência para fazer a transição deles para o profissional, sem queimar etapas. Mas gente como Alex, Muralha, Anderson, Adryan e Rafinha pode dar bastante caldo mais pra frente. Luiz Augusto Veloso pode ter um papel decisivo para que isso aconteça. Que aproveite bem esta segunda chance.


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Será mesmo que a transação que trouxe Rafinha de graça para o Flamengo foi mesmo tão prejudicial ao clube quanto denunciam?


- ANDRÉ MONNERAT escreve também no SobreFlamengo (www.sobreflamengo.com.br e twitter.com/sobreflamengo)

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