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Precisamos de um terceiro uniforme

Eu lembro do Napoli de Maradona jogando todo de vermelho. Do Barcelona jogando com uma camisa prateada e do Manchester United jogando de preto e amarelo. Os times europeus têm um terceiro uniforme alternativo, sem as cores tradicionais. Eu nunca entendi direito isso, mas eles têm, é fato.

Pois eu digo que o Flamengo precisa de um terceiro uniforme. Isso que nós vivemos nestes tristes tempos - perder Copa do Brasil para o Santo André, brigar todo ano para não ser rebaixado, levar de cinco do Vitória, de seis do Atlético, de seis do São Paulo, uma penca de gols contra do Júnior Baiano, levar um baile do Madureira no Maracanã, tomar sufoco do ASA - não vai acabar tão cedo. Às vezes me desespero e nem sei se tal agonia vai acabar um dia.

Se eu pudesse ter um só pedido atendido, não pediria a cabeça de ninguém. Nem do Kleber Leite, do Márcio Braga, do sórdido frangueirinho que já foi xodó da torcida. Eu pediria para o Flamengo criar um terceiro uniforme e só jogar com ele. Me ocorre o preto, do luto, mas o preto é uma das cores oficiais, a ser preservada.

Para não fazer referência a nenhum adversário, pode-se escolher um tom esdrúxulo como o futebol do Fellype Gabriel, esse pardaleco tísico. Podia ser um uniforme cor de abóbora. Fúcsia. Magenta. Aniz. Ocre. Cor de burro-quando-foge. Qualquer coisa que nos faça passar por esse purgatório (nem quero imaginar o que pode ser o inferno) sem usar o sagrado vermelho e preto que não merece ser manchado por essa mulambada triste, sem graça e anti-flamengo que nos assola.