segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Relato de um arquibaldo

Senhores, como pay-per-view é coisa de idoso, morador de outras cidades ou torcedor do Fluminense, fui ao Maracanã ontem. Deixo os comentários sobre a "reforma" para depois, e inicio tentando me equilibrar entre as já tradicionais correntes de opinião que predominam neste blog : os "otimistas-ufanistas-não-tem-time-tão-superior-assim-ao-Flamengo" e os "realistas-inteligentes-sarcásticos-venho-avisando-há-muito-tempo-que-está-tudo-errado".

Quando a chuva deu uma trégua, a atuação que vi do Flamengo foi razoável. Como era esperado, o meio campo do Fluminense estava lento, pesado, e sem ritmo. A entrada do Renato, jogador que oscila entre o esforçado e o muito esforçado, deu velocidade e vibração ao nosso setor de meio, o que nos deu nítido predomínio. Quando o time virava rapidamente a bola, Leo Moura e Juan apareciam bem, e controlávamos a partida. Poderíamos ter vencido o jogo se tivéssemos algum atacante de área decente e uma marcação mais eficiente no gringo, que em dois lances resolveu.

Não entendo o Espinosa. Felaipe vinha mal, caindo pelas tabelas e impedindo o time de explorar bem o lado direito do ataque. Por que não tirá-lo, e colocar o Rodrigo no lugar, que demonstrou gostar de fazer jogadas pelas pontas no jogo anterior? Por que não mexer logo no meio, assim que o time começou a perder o ritmo? O caminho para a vitória estava justamente no domínio do setor, aproveitando a marcha lenta dos Unimeds. Omissão grotesca. Pior só a submissão covarde demonstrada ao chamar Toró pro jogo 5 segundos depois da torcida pedir em coro.

Em suma, foi melhor do que contra a Portuguesa. Mas o time precisa melhorar bastante ainda para ser competitivo nacionalmente, que é , creio eu, o objetivo de todos aqui. Continuam faltando atacante de área e opções de qualidade para armação, além de um banco mais forte. Sobram pontas de lança de qualidade desconhecida ainda (Toró e Peralta) ou duvidosa mesmo (Felaipe). Quanto ao treinador, parece-me um sujeito de espírito acomodado, que só quer fazer o trabalho dele em paz, sem fazer grandes projeções ou mudanças. ideal para times como Grêmio, Avaí e assemelhados. Mas, se não existir opção melhor no momento, que siga o churrasqueiro até onde o marasmo conseguir o levar.

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Os engenheiros que refizeram os banheiros do Maracanã nunca pisaram no local, ou são cidadãos que não frequentam banheiros públicos. Se antes o torcedor passava pela entrada e se via num imenso recinto com mictórios baixos espalhados pelas paredes, com uma divisão entre dois ou três amplos espaços, agora o infeliz dá de cara com um corredor pequeno, por onde segue em fila indiana de mão dupla. Sim, é isso mesmo. Os banheiros foram tão mal arranjados que parecem ter diminuído de tamanho. Para piorar, a cerveja acabou no intervalo do jogo. Esse é o "novo" Maracanã?

Flamengo Net

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