quinta-feira, 8 de julho de 2010

Todos os inocentes Brunos

Ele não é goleiro e ainda não jogou uma bola. É possível dizer que o bizarro caso da morte de sua mãe, pode afastá-lo de qualquer relação com a profissão do pai e é torcer muito para que seus avós, que abandonaram uma filha à própria sorte, lhe dêem uma boa criação. Bruninho, filho de Elisa Samudio e possivelmente do nosso (ex) goleiro, não é a única pequena vítima nesses dias tristes e negros. Há milhares de pequenos rubro-negros confusos e sem entenderem como um ídolo pode também ser um bandido, como um herói pode ser um vilão. E há quem diga que a confusão de seus pais não é menor.

Crianças são inocentes. Não entendem que dificilmente há somente o bem ou o mal, mas um universo imenso entre essas duas vertentes. Até que compreendam, precisam de exemplos sólidos dos dois lados para formar seu caráter. Pais fazem isso em primeira instância, mas são humanos. Atletas, cantores e outras celebridades costumam parecer mais do que isso, embora não sejam.

Ainda não sou pai, mas se quem lê este texto tem um filho flamenguista que não entende o que está acontecendo evite apagar a discussão. Converse. Explique que quem enverga a camisa é imperfeito, mas a condição de ídolo vem mais do manto do que do humano. Épicos são aqueles que se confundem e fazem a torcida se confundir. Era heróico pelas cores ou pelas atuações? Diga a ele que se alguém tem apenas uma boa passagem vai passar, mas o manto fica. E sempre haverá quem se confunda com ele e pareça ter nascido para jogar com aquela camisa.

Para todos os pais e adultos, por mais que haja uma mancha as cores rubro-negra são fortes, absorventes. Retém qualquer sujeira e enfraquecem qualquer marca que queira se destacar. Todos nós cometemos nossos erros de avaliações, nossos pré-julgamentos e preconceitos. Aprendemos com eles. Porque nós passamos, mas o que acreditamos sempre fica. Independente de quem passe na nossa frente.

É melhor assim.

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A rotina de especulações e tumultos já fez muita gente confundir bola com chute e botar a culpa nas redes sociais. Não é o twitter que gera informações falsas, mas perfis que não apuram e, principalmente, repassam boatos no afã de espalhar informações que não existem. Com bagagem de quatro anos trabalhando com social media, escrevi um texto para listar critérios de como descobrir quem é ou não confiável. Vai ser mais fácil evitar as improváveis especulações assim.

Clique aqui e leia.

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Tiago Cordeiro é jornalista, twita sobre esportes neste perfil e escreve também no Cronista Esportivo.

Flamengo Net

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