A essa altura dos acontecimentos, com as desistências oficializadas ontem pelo Grêmio e no início da manhã pelo Palmeiras, não há muito mais o que negociar. É aguardar o momento da confirmação da chegada de Ronaldinho ao Flamengo. Pelo menos é esse o final que a torcida está aguardando, com grande ansiedade.
Mesmo que houvesse qualquer reviravolta e Ronaldinho não viesse para o clube, muitos pontos já poderiam ser destacados nessa negociação. E não sobram elogios à cautelosa postura, embora ativa e eficiente, adotada pela diretoria.
Não é difícil deduzir que uma proposta do Flamengo tenha mais garantias de retorno financeiro do que dos demais concorrentes. Com o potencial comercial de um “mercado” com mais de 35 milhões de apaixonados espalhados por todo o mundo, a expectativa de retorno é superior à dos rivais Palmeiras e Grêmio, com torcidas 3 ou 4 vezes menores e mais regionais.
Some também a isso a experiência adquirida em 2009, quando a vinda de Adriano e a conquista do Hexacampeonato Brasileiro impulsionaram as vendas da Olympikus a níveis altamente rentáveis.
Gostem ou não, essa é a atual face do futebol. O único temor é o fato de que esse compromisso mensal programado para o Ronaldinho está previsto para três anos e meio. Para ser viável, o retorno deverá ser programado para este mesmo período, ou deixará de ser investimento para se tornar custo. Isso exigirá do Flamengo uma equipe forte, disputando títulos. Além de uma contratação como essa de Ronaldinho, é a outra forma de se atrair receitas para um clube.
Mas, definitivamente, não foram essas as únicas razões para que o Flamengo tenha entrado tão forte nessa negociação. Não basta ter todo o potencial comercial, é necessário potencializá-lo. E aqui cabem os elogios à postura de toda a direção do Flamengo.
Há pouco mais de dois anos, em circunstâncias um pouco diferente das atuais, outro grande ídolo nacional estava disponível para voltar a jogar no Brasil. Rubro Negro assumido, Ronaldo teve as instalações do Flamengo disponibilizadas para sua recuperação física, porém o clube não lhe apresentou muito mais do que isso. Não houve parceiro comercial, não houve planejamento de marketing viabilizando a chegada do atleta e do dia para a noite Ronaldo assinou com o Corinthians. Àquela época, o Flamengo apostou no amor de Ronaldo ao Flamengo e negligenciou elaborar um projeto financeiro viável. Erro que ao meu ver, foi cometido pelo Grêmio nesse momento.
Agora, o torcedor do Flamengo se vê do outro lado da história.
Dessa vez o clube trabalhou, buscou os parceiros, apresentou seu projeto. E fundamental: Negociou diretamente com o Galliani. Enquanto Grêmio e Palmeiras deixaram nas mãos de Assis a negociação da rescisão contratual, o Flamengo compensou o Milan.
Por mais que a frase de Ronaldinho diga tudo, afinal sim, “O Flamengo é o Flamengo”, sobrou competência aos que conduziram a negociação. Essa competência, somada ao desejo do craque em vestir o Manto, é que podem trazê-lo ao Flamengo. Sem um ou outro, certamente essa contratação não seria possível.
Agora é torcer para o desfecho mais imediato de toda essa negociação. E usar da mesma competência empregada até o momento para colher os frutos de uma contratação dessa magnitude. A começar pela busca do novo patrocinador master.
O ano de 2011, que antecede o centenário do futebol do Flamengo, começa promissor.
Grande abraço e Saudações Rubro Negras, sempre!
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