Grandeza não se proclama, se impõe
O Flamengo possui mais de 30 milhões de torcedores, um orçamento astronômico e tinha, até pouco tempo, o maior orçamento do Brasil entre clubes de futebol (afinal, Ronaldo "come" boa parte do patrocínio corinthiano). E com tudo isso, esse ano seus dirigentes bradaram muito e mostraram muito pouco resultado.
Falou-se em supertime e até a penúltima rodada a briga era para não cair. A presidente ligou para um jornalista para garantir que Felipão estava vindo e ele veio, para o Palmeiras. E lá pelo início do ano ela disse que a briga pela oficialização de 87 "estava só começando" e ao ver a CBF sem reconhecer meses depois de nada fazer, o que fez? Enviou uma nota oficial assinada por todos os seus vices. Certamente, Ricardo Teixeira nem deve estar dormindo de tanta preocupação.
Ao perder (mais uma) negociação no ano, o clube decidiu agir. E o que fez? Vejam vocês, enviou (mais uma) nota oficial tornando oficialmente Eduardo Uram, empresário de boa parte dos jogadores do elenco, persona non grata no clube. A insônia já deve ter atingido o empresário que deve estar às lágrimas com essa mensagem.
Na vida você não berra dizendo que é isso ou aquilo. Você deixa claro com atitudes. Cito Fernando Pessoa:
Para ser grande, sê inteiro: nadaTeu exagera ou exclui.Sê todo em cada coisa. Põe quanto ésNo mínimo que fazes.Assim em cada lago a lua todaBrilha, porque alta vive.
Seria bom se ao invés de enviar notas sobre um problema com a CBF, os dirigentes agissem com algo mais além de receber salários por qualquer cargo no clube dos 13. Melhor ainda se em vez de dizer que o empresário A ou B não é bem vindo, simplesmente parassem de fazer negócios com ele.
Do jeito que está, só falta mesmo dar uma coletiva aos prantos renunciando à presidência para a piada ficar completa. Menos choro e mais compostura, Patrícia. O Flamengo deve ser grande em cada atitude e em cada dirigente.
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