segunda-feira, 23 de janeiro de 2006


Fora Espinosa!

Muita gente pode não gostar do título que escolhi e por isso vou logo avisando que se continuarem a leitura serão enormes as probabilidades de que gostem ainda menos do resto. Desculpem-me os incomodados mas tenho fortes motivos para estar fazendo isso. Quando clamo aos deuses flamengos que mostrem urgentemente ao nosso treinador do mês de janeiro a porta de saída da Gávea, não o faço por preconceito. Para mim pouco importa se ele é reconhecidamente mais eficiente no preparo da fraldinha e da lingüiça do que na armação tática das equipes que dirige. E tampouco me importo com o fato de que ele não ganha um título importante desde os longínquos anos 80. Não, isso realmente não importa.

O Flamengo não precisa de um treinador amigo dos jogadores, ou bom de papo ou de entrevista. O Flamengo só precisa de um treinador capaz de enxergar o óbvio, alfabetizado o suficiente para ler jornais e que tenha a pachorra de se informar sobre o retrospecto dos atletas com que pretende trabalhar. Isto é, que não jogue no lixo todo o conhecimento adquirido ao longo de 40 e tantos sofridos jogos do Brasileiro 2005 e volte, por pura ignorância, a prestigiar a escória futebolística que se abriga na Gávea.

E Espinosa já mostrou ao que veio. Não satisfeito em pedir a contratação de nulidades que não acrescentaram absolutamente nada à tradicional mulambada da casa, eleva ao time titular o inadmissível Fernando Brucuta e o execrável Júnior Depilado. Como se esses dois incorrigíveis pernas-de-pau não houvessem dados motivos eloqüentes da sua inadequação à profissão que escolheram. Ainda resta alguma dúvida de que se permanecesse no elenco o disfuncional Fabiano seria titular do Espinosa?

Talvez alguns de vocês considerem extemporânea e inconseqüente a minha reivindicação, mas posso garantir que é fruto de ponderada reflexão. Penso que concedi ao Espinosa tempo mais que suficiente para que mostrasse seu valor. O resumo das suas atividades no cargo é que não é bom. Vergonhosamente ausente aos dois calamitosos primeiros compromissos do Campeonato Carioca, lhe restava o Flamengo X Portuguesinha para reverter um placar já bastante desfavorável. Convenhamos que era um desafio dos mais fáceis, feito sob medida para o começo de uma reabilitação. E o que fez então o nosso especialista em viandes grilées? Demonstrando todo o seu destemor como estrategista, arma o Flamengo com três volantes para enfrentar a perigosíssima agremiação insular.

Para não incorrer no pecado da intolerância, ontem na Ilha esperei que transcorressem os 5 minutos protocolares do primeiro tempo antes de começar a gritar, em intervalos regulares, Fora Espinosa! com toda a força dos meus bombardeados pulmões. É verdade que causei espanto em algumas das testemunhas que estavam próximas, mas tenho certeza que mesmo quem não concordou naquele momento com meu grito, em breve estava engrossando o débil coro que se formou em defesa dessa idéia ali pelo meio do segundo tempo. Já está muito claro que a chuleta do Espinosa está assando e que sua saída é só uma questão de dias. Então por quê não seríamos nós, os principais interessados, os primeiros a pedir sua cabeça?

Flamengo Net

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