sábado, 25 de junho de 2011

Qual o Flamengo verdadeiro?

Não obstante seja muito bom empalar as galinhas mineiras, há de se existir um pouco de seriedade e discernimento após a goleada de hoje.

O Flamengo de Luxemburgo é um time sem cara. Um dia, 4-4-3. Em outro, 3-5-2, com uma variada para um 4-5-1. Esquemas diferentes, os mesmos jogadores e, fundamentalmente, os mesmos problemas.

Nossa zaga é insegura. A aposta do treinador no futebol de Wellinton é algo que me incomoda. Não que tenhamos opções sensacionais no banco. Mas entre as bicudas transloucadas do titular e a "velhice" do Magro de Aço, me permitam: eu vou de Angelim. Opção do treinador, que eu contesto muito. No meu time, Wellinton não seria titular.

As laterais passam por uma turbulência ímpar. No jogo de hoje, Léo Moura cresceu só lá pelos 30 do segundo tempo. Muito pouco para quem tinha uma clara avenida a sua frente, com proteção praticamente nula. Se o nosso 2 fosse pra cima desde o começo, sem afunilar o jogo como fez no primeiro tempo, nossa sorte teria maior, e com uma "certa" antecedência. Já Junior Cesar ainda não deu seu recado. Mas tem mais cara de lateral do que Egídio e Alvim. Acredito que ele pode, sim, ser a solução para a 6.

O setor mais importante do time teve lá suas variantes. Renato me pareceu sumido do jogo, talvez pela consciência tática de não poder subir quando quisesse. Luis Antônio, cria da base, foi o melhor jogador do nosso time. Não pelo brilhantismo, mas por estar no lugar certo nas horas certas, por manter a simplicidade e, surpreendentemente para um volante da década atual, acertar passes. Encarou as galinhas como se fosse um jogo da sub-20, com segurança e tranquilidade.

Ronaldinho e Thiago Neves apareceram no final. Eu tenho para mim uma teoria: lugar de craque é dentro de campo. Em 2 lances, o jogo foi decidido. Se fosse Negreiros ou Dimba, provavelmente a bola do Ronaldinho teria parado na estação de trem de Engenho de Dentro. É pouco? É. Eu nao cobro dos 2 a genialidade. Cobro, sim, a eficiência, a eficácia. O comprometimento com o elenco. E, cá pra nós, com a bola que Deus lhes deu, se fizerem metade do que sabem por jogo, será complicado para algum time nos segurar.

Luxemburgo tem pecado por seus invencionismos. Hoje dava errado, e numa mexida conseguiu alterar o rumo da partida. Negueba entrou bem aberto pela direita, e fez o futebol do Léo Moura ter flashes do que conhecemos. Talvez não seja preciso reparar neste pequeno detalhe, mas nossos gols foram pelo lado direito, em jogadas que os românticos chamariam de lances de ponta direita. Bastou abrir, bastou fugir do engarrafamento da meia cancha atleticana que achamos o caminho do gol.

Deivid entrou e fez 2. Cumpriu seu papel. O problema todo é a irregularidade. Precisamos de um 9 que aceite de coração as bolas servidas por Ronaldinho e Thiago Neves, e apenas as empurre para o gol. Nada mais. Mas, pelo jeito, é algo difícil para os pretendentes.

Ganhamos de um time morto. De um time horroroso. Precisamos urgentemente equilibrar nosso sistema defensivo. Achar a dupla perfeita. Aírton veio como volante, mas sabe bem como funciona a região. Pode ser uma solução. Os 2 Luis mostraram que tem bola pra pegar uma vaga no time titular. No Flamengo, não deve e não pode existir essa parada de "tem que pegar experiência". Ou nasce pronto e aguenta o tranco, ou vaza.

Luxemburgo precisa se recriar. Ou tentar fazer o feijão com arroz. Mas me preocupa sua insistência com o Wellinton e Wanderley. Nenhum dos dois, reitero, tem condição para titularidade. Mas não vou entrar em celeuma. Não sei o que acontece nos bastidores do clube para entender os motivos dessas escalações.

Diretoria? Sério, almost midnight. Não é hora de assuntos que causem pânico ou medo. Mas é fato: eu estou atento a tudo e a todos. E não me furtarei em soltar o verbo.

E nada mais digo.

Eu no twitter: @alexsout e @alextriplex

Flamengo Net

Comentários