segunda-feira, 18 de abril de 2011

Seriedade na marca da cal

Olá amigos,

O pênalti de Ronaldinho, chutado nas alturas de Volta Redonda, não deve carregar um peso maior do que tem. Seria ele o grande craque caso tivesse marcado? Passou ele a ser medíocre por um pênalti que tão somente definiu uma partida, no máximo o primeiro lugar do grupo na fase de classificação da Taça Rio?

Não. Ronaldinho continua merecedor das melhores expectativas por parte da torcida, que ainda espera por um futebol que agrade. E seu erro, ontem, definiu nada mais do que um adversário, em uma fase em que não se pode mais escolher adversário.

Sendo Fluminense, Olaria ou outro qualquer que viesse, seria um jogo carregado das tensões naturais de qualquer decisão.

À margem das conseqüências do resultado dessa partida, acho apenas que o pênalti perdido por Ronaldinho sintetiza um Flamengo observado em boa parte da Taça Rio: O Flamengo da falta de concentração, beirando até a falta de motivação.

O fim da fase de classificação do estadual encerra um ciclo de jogos em que errar era perdoável, corrigível. A partir de agora, seja no estadual ou pela Copa do Brasil, os jogos serão carregados de um caráter decisivo.

Há algum tempo que venho acreditando que esse time precisa de partidas importantes, precisa ser colocado à prova. Chegou a hora. O problema é que no caso do Flamengo não podemos achar trata-se apenas da falta de jogos decisivos. É fato já discutido: o time tem carências crônicas, além de jogar menos do que um elenco desse nível sugere.

A partir de agora, todo jogo é decisivo. Uma nova fase começa quarta. E que o clima na partida contra o Horizonte não seja diferente do que é exigido em um clássico. Quem sabe assim, mais concentrado em um jogo de caráter decisivo, esse time não mostra o que a torcida tanto espera.

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Não posso deixar passar despercebida a reação da torcida eternamente vice, ainda dentro do estádio, eufórica com o pênalti perdido por Ronaldinho e assim freneticamente extasiada com a definição do Olaria como adversário nas semifinais.

Parafraseando o “poeta” Muricy Ramalho: “A bola pune”.

Ao Flamengo cabe apenas preocupar-se com seu desafio contra o Fluminense. Mas tenho minhas dúvidas quanto a outra semifinal ser essa moleza que esperam. Veremos.

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Há duas semanas, estive no Rio de Janeiro a trabalho. Apesar do pouco tempo, tive uma ótima conversa em um almoço com um grande amigo Rubro Negro, o conselheiro Gilberto Barros.

Conversamos bastante sobre Flamengo e, essencialmente, sobre a estrutura político-administrativa do clube.

Chegamos a uma conclusão óbvia, mas que se não dita passa despercebida: Os conselhos subutilizam suas ações em prol do clube.

O que cabe ao conselho atualmente é “aprovar” ou “reprovar”: Seja o contrato de patrocínio, seja um novo uniforme, uma prestação de contas. A discussão restringe-se a “sim” ou “não”. Apenas isso.

Não existem dentro do conselho, comissões que auxiliem na busca por parceiros comerciais, de forma que em uma votação discuta-se proposta A ou B. Ou comissão que faça um estudo de viabilidade de um estádio, ou da construção do centro de treinamentos ou qualquer outra decisão estratégica para o futuro do clube.

Enquanto permanecer assim, as decisões chegarão ao conselho apenas para um “aval” final, o que ao meu ver se torna muito aquém de sua posição estratégica.

Tudo isso, considerando questões que ainda vão para análise do conselho...

O clube precisa amadurecer em sua estrutura. Mas falaremos disso em novas oportunidades, inclusive apresentando sugestões.

Forte abraço, até segunda e Saudações Rubro Negras, sempre!

Flamengo Net

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