segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sóciologia. O estudo da falta de campanha de sócios no Flamengo.

Neste dia, em 1962, nasceu Élder, campeão brasileiro em 1983.

Quem aqui é sócio? Não quero saber, é só uma pergunta jogada ao vento. O que eu quero saber é se o Flamengo se importa mesmo com isso. Tecla velha e surrada? Sim, mas infelizmente para quem lê meus textos, eu insisto muito nela porque acredito piamente que o futuro do clube passa pelos sócios.

Não, essa não é uma crítica à gestão Patricia Amorim. É apenas uma constatação depois de alguns estudos que realizei recentemente.

Como parte de um trabalho que peguei pra criar, pude ver de perto como o Figueirense pulou de 7 mil para 12 mil sócios em menos de um ano, sem ganhar nenhum título. O mais próximo foi o vice da Série B, em 2010. São 12,8 mil sócios pagantes, número que acredito ser maior ou bem próximo ao que o Flamengo tem hoje. Clube, repito, que não conta com Ronaldinho nem ganhou nenhum título.

Além disso, o Figueira duplicou sua receita, multiplicou por 10 sua cota de TV para exibição dos jogos, renegociou todos os contratos e conta com cerca de 900 produtos licenciados. Ok, e daí? Daí que para chegar a esse ponto, o time contratou - isso mesmo, contratou - gente de mercado com metas, salários, obrigações e experiência em projetos anteriores, o tradicional currículo.

O Flamengo nesta e em qualquer gestão que veio antes se apoia em nomes clássicos da política do clube, surrados, conhecidos e batidos. Por exemplo, Velloso comandando o futebol....

Queremos ser um Figueirense? Não é isso que estou escrevendo. Mas e se eu citar o Barcelona?

Aí estarei falando de 172 mil sócios, sendo 60 mil só na cidade, outros 80 mil na Catalunha e o resto espalhado pelo mundo. De novo, cento e setenta e dois mil sócios. E sabem quantos desses votam para presidente? Todos os que forem maiores de idade. Todos. Sim, todos os que quiserem votar. E a categoria mais cara de sócio custa 78 por ano!

Aí sempre lembro daquele ex-dirigente que disse em entrevista ao Sobre Flamengo "a chance de o conselho aprovar que um sócio que paga 15 reais por mês possa votar para presidente é nula".

Você, sócio OFF-Rio, já sabe como votará nas próximas eleições? Nem você, nem ninguém.

A quantidade de vantagens que um sócio do Barcelona tem é coisa de ficção científica. Tem até creche para os pequenos em dias de jogos enquanto seus pais vão ao estádio. Tem a história dos carnês, que é complexa demais para colocar num texto aqui, facilidades mil para compra de ingressos (praticamente sem cambistas atrapalhando), e tudo mais o que o principal "investidor" de um clube poderia ter.

Aqui ainda vemos gente reclamando que não recebeu certificado de tijolinhos.

Já foi dito muitas vezes que para mudar alguma coisa, é preciso ser sócio e participar ativamente. Mas o Flamengo, ao contrário do Figueira e do Barcelona, não faz campanha por isso. O preço do título é abusivo, mas o contribuinte também pode votar, o que já muda bem de figura. Tem lá no site o link e as informações (menos o estatuto, que a página dá erro). E só.

Ontem o Flamengo empatou um jogo ganho, Ronaldinho edmundiou um pênalti no final, ok, já sabemos, agora é contra o Fluminense. Rumo ao 32º. Disso o pessoal pode falar à vontade, mas os jogos vêm e vão todas as semanas. O que não muda é o Flamengo lá e sua obrigação para com os torcedores e sócios, e vasco-versa. O futuro continua sempre dependendo dos sócios.

Por isso, nunca é demais dizer Seja Sócio. Não é pela Patrícia hoje, nem pelo Marcio Braga ontem ou por sei lá quem amanhã. É pelo Flamengo, sempre.


PS: Por favor!! O "sóciologia" no título é um trocadilho!!!!

Flamengo Net

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