Alfarrábios do Melo
Olá, saudações flamengas a todos. Já na contagem regressiva para o final desse ano esquecível, eis que ainda resta ao time a missão de se livrar da praga da ameaça do rebaixamento, que se imaginava cumprida com tranqüilidade após a bela vitória contra o Internacional, já há um tempinho.
Lembro que cheguei a vaticinar: “Z-4 é o cacete”. Mas o bicho é insistente, não larga do nosso pé, o que, há que se convir, é bem pertinente, dada a absoluta falta de futebol apresentada pela equipe. Um troço inacreditável. Para piorar, quando um esboço de bom jogo aparece, falhas individuais grotescas surgem para negar a vitória ao atual campeão brasileiro.
Mas, enfim, esse é o quadro. Sábado, quem diria, o Flamengo entra em campo para a mais nervosa e, talvez, importante (valha-me São Judas Tadeu...) partida do ano. A expectativa é que, pelo menos uma vez, uma vezinha, a equipe se concentre e se prepare adequadamente para o jogo, tendo em mente que se trata de uma decisão. É a vitória e a paz. Do contrário, virá o inferno, a crise, a tensão, algo totalmente indesejável em uma reta final de campeonato.
De qualquer forma, a história mostra que alguns procedimentos e atitudes podem ajudar a criar o clima adequado para vencer o “poderoso” (???) Guarani de Campinas. Vamos a eles:
Criar clima de decisão
Em que pese não estar conseguindo arrumar esse bando em campo, o Luxemburgo é (era?) craque em motivar elencos, tirar a alma de seus jogadores, fazê-los deixar suas entranhas em campo. Essa é a hora, Luxa. Desembale todo seu arsenal de truques de auto-ajuda, neurolinguística, umbanda e vamuláporra e faça esse time correr no sábado. Correr não. Morrer. Pelo time e pela torcida.
Atrair a torcida
Ingresso a R$ 1, promoção com o jogo do Cruzeiro, sorteio de brindes, não sei, que o marketing se vire. No sábado o Engenhão tem que lotar. Todos os times que estão brigando por alguma coisa nessa reta final estão conseguindo encher seus estádios com uma torcida atuante e assanhada. É inconcebível que justamente a maior e mais apaixonada torcida de todas não faça o mesmo. Mas é claro que a diretoria pode, e deve, dar uma mãozinha. Lembrando: sábado é decisão, porra!
Agir nos bastidores
Em vez de demonstrar publicamente sua fraqueza (“estou angustiada”) ou transferir pros outros uma responsabilidade que também é sua (“não chuto a gol”), deixando o ambiente interno ainda mais tenso, a cidadã que responde pela Presidência do clube poderia estimular uma ação nos bastidores, para evitar que se escalem árbitros, digamos, pouco receptivos. Quem se lembra de 2005 há de recordar que essa prática revelou-se fundamental para o time escapar da degola, mesmo com mais de 80% de probabilidade.
Não inventar
A hora não é de soluções extravagantes. O time é esse, é o que temos. Uma ou outra mudança pontual é cabível, mas não dá pra fazer muita experiência nessa hora. Define um time, treina com ele a semana toda, ensaia um ou outro Plano B e é com isso o que vamos. Se esse time não conseguir ganhar do Guarani, que talvez seja a pior equipe da competição no momento (junto com Goiás e Prudente), aí é pra fechar a quitanda.
Bem, é isso. No sábado, estarei lá em vigília esperando, novamente e com paciência, o Flamengo entrar em campo, o que tem sido difícil acontecer. Com efeito, desde que o Adriano perfurou pela quinta vez as redes tricolores naquele célebre Fla-Flu da TG, o que se tem visto em campo é um aglomerado de jogadores conspurcando o Manto. Um ou outro lampejo (a vitória lá no Chile, o triunfo do Paulo Sérgio contra o Botafogo, a goleada no Inter), mas definitivamente 2010 haverá de ser um dos anos em que foi mais difícil ser flamengo. Porque o que se viu em campo na esmagadora maioria dos jogos pode ser qualificado de tudo, qualquer coisa.
Menos de Flamengo.
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