quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Calúnia do Rúbio Negrão

Quem diria... Após devidamente empossado como novo calunista do blog da prestigiosa Flamengonet, eu é que sou obrigado a ler calúnias sobre o alter ego com o qual “nicko”!

E o ingênuo aqui pensando que iria inaugurar uma nova modalidade jornalística, a “calúnia”, quando o Twitter já estava repleto de calunistas muito melhores e mais experimentados que eu!

Admito que pelas referências que somei ao longo de anos de labuta e deslabuta (estes mais numerosos e produtivos), não consigo mais emprego, e nem ao menos voltar a ser sócio do Clube do Ócio, de onde fui expulso por excesso de faltas. Sei que sou um alvo fácil para os calunistas, até por conta da minha imobilidade crônica. Mas não ligo: ter telhado de vidro é muito melhor do que ser sem-teto.

Mesmo assim, tenho todo o direito de me indignar! Apesar de reconhecer que o quadro podia ser bem pior (o índice de acerto do Twitter, por exemplo, podia ser de 100% em vez de 99), até o Oswaldo de Oliveira ou o Paulo Autuori já devem ter ficados pês da vida algum dia!

Mas permitam-me explicar o imbróglio: talvez por só poderem utilizar míseros 140 caracteres, invejosos do Twitter estão tentando difamar a minha desprezível pessoas com vilanias típicas de um Simon sedento de vingança. Refutarei, abaixo, todos os boatos que puderem ser refutados. Ou seja, um total de 8. Quanto aos outros 36 que porventura leiam por aí, peço encarecidamente que me deem o benefício da dúvida.

Boato 1: eu teria feito o “teste do sofá” para conseguir a coluna no blog

Meia verdade. Realmente fiz o referido teste, mas não naquela modalidade em que o atleta precisa relaxar a musculatura posterior da coxa com Hipoglós Amêndoas.

Tentarei ser mais explícito: em nossas tratativas com a administração do blog, o sr. Dão certa feita me disse: “Mermão, o papo aqui é reto!” Foi aí eu pensei com os meus ainda intocados botões: “Ih, lá vem ‘teste do sofá’...”

Mais tarde, para minha alegria, o sr. Hermínio me esclareceu que reto aqui era só o papo, e que o tal teste de admissão consistia apenas em ficar sentado num sofá assistindo aos vídeos dos melhores momentos do Flamengo, repetindo o mantra “Isso aqui é Flamengo, porra!”.

E assim me submeti à lavagem cerebral, que durou uns 20 minutos ou 48 horas (não me lembro exatamente quanto tempo foi), passando com galhardia nessa prova final de mestrado em flamenguismo avançado.

Boato 2: eu não poderia assinar minha coluna como “Trolhoso”

Ora, o meu alter nego, o Rubro-negão Trolhoso, sempre foi um personagem pautado (e bota pautado nisso!) no ideal de vida que todo ser humano deveria ter direito a levar.

Reconheço com tristeza, que infelizmente nem todos podem ter a felicidade de estar desempregados há 3 anos, levando uma vida completamente desregrada e dedicada ao álcool e ao ócio em todas as suas modalidades e categorias mais ordinárias. Mas daí a afirmar que o blog da Flamengonet despreza o Trolhoso vai uma distância enorme!

O que me foi pedido pelo sr. Alex, isto sim, foi para não assinar a coluna usando esse nick obceno e aviltante, levando em consideração que a média do brasileiro comum se situa entre 11 e 16cm. Fui levado a entender que provocações aos demais comentaristas não seriam bem-vindas e muito menos toleradas.

Boato 3: eu não passo de um vagabundo e chinelinho, com uma autoestima digna de um juiz de showball da categoria juvenil

Verdade. Próximo boato, please.

Boato 4: tentei fazer leilão com o meu passe

Outra meia verdade. Não saco nada de leilões, apesar de ser muito bom naquele lance de “dou-lhe uma, dou-lhe duas e dou-lhe três”. O único Leilão que eu conheço é o Leilo José da Silva, segurança da padaria aqui em frente, e que é um negão maior do que eu!

Não houve qualquer stress financeiro durante a negociação com o blog. Como a administração do blog não tinha como pagar o valor pedido, e como o valor que ela podia pagar eu não podia aceitar por uma questão de humanidade com os menos favorecidos, então ficamos no zero a zero.

Uma única e solitária confusão aconteceu durante todo o processo da negociação do meu passe: o sr. Tiago Cordeiro me enviou uma mensagem solicitando que eu entrasse em contato urgente por e-mail, a qual respondi com um “desconheço a razão de estar sendo chamado à chefia, mas só digo uma coisa: NÃO FUI EU!”

Minha resposta, em si, não foi desrespeitosa, mas gerou desconfianças quanto à origem de alguns banimentos sumários que vinham ocorrendo nas madrugas.

Boato 5: eu não passo de um arrivista

Porra, nem sei o que é isso! Mas deve ser mentira, porque quase não leio. A única “arrivista” que eu compro nem é pra ler, é só pra ver as fotos.

Boato 6: só aceito receber em euros ou dólares

Mentira! Aceito €, US$, R$, VR$ (vale-refeição), VT$ (vale-transporte) e até C$ (caixinha, obrigado)!

Boato 7: há dúvidas quanto à minha opção sexual

Outra difamação! Quem me acompanha durante todos esses anos como frequentador ativo, repito, ativo do blog da Flamengonet sabe das minhas aventuras com a sem-teto aqui do meu quarteirão, com a minha faxineira e com as minhas vizinhas universitárias.

Já disse e repito: minha opção sexual é a gratuita.

Boato 8: o futebol nem é meu esporte favorito

Tudo bem, me pegaram nessa meia mentira.

O futebol é, de fato, o meu segundo esporte, mas eu o considero como o primeiro porque o meu esporte favorito, apesar de ser o mais antigo praticado pela humanidade, ainda é muito amador, e não tem regras muito claras: os adversários não usam uniformes, gente que devia jogar no mesmo time às vezes se atraca, o doping para fins recreativos é tolerado, além dos embates nunca passarem no SporTV nas tardes de domingo (até porque a maioria dos narradores e comentaristas da emissora odiaria cobri-los).

E ponto final! Essa foi a segunda e última parte da epopéia da minha contratação pelo blog. Uma contratação aparentemente controvertida, mas que foi, na realidade, tão austera e sigilosa que até agora não sei de quanto será o meu salário.

Mas não importa. Pelo menos aqui eu sou mais querido que suborno, e mais paparicado que esposa traída.

O que importa de verdade é que tudo foi posto em pratos limpos. Espero que na Calúnia da semana que vem eu possa finalmente me dedicar a analisar pura e exclusivamente futebol. Ou seja: quem está dando balãozinho em quem. O bicho que será pago à ex-esposa. Quem deu carrinho, e quem deu carrão. Quem tomou rolinho, e quem levou rolão. Quem é campeão e quem é bi. Quem tá jogando solto, e quem tá mais preso. Quem está comprando, quem está vendendo, e quem está dando de graça. Quem bateu na trave, quem bateu no traveco, e quem entrou com bola e tudo...

Flamengo Net

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