sábado, 31 de julho de 2010


SÁBADO À TARDE

Sacrificar-se requer, acho eu, um dom especial. Quanto mais intenso o sacrifício, mais aquele que se sacrifica demonstra a grandeza e a intensidade de seu dom.
Qualquer um de nós é capaz de um pequeno sacrifício, um esforço extra, abdicar de alguma coisa por algum tempo, suar mais a camisa em benefício de alguma coisa ou de alguém. De um grande sacrifício, já penso que são em bem menor número os capazes. Já de um sacrifício extraordinário, especial, seguramente poucos, facilmente identificáveis, são capazes.
Pois todos nós conhecemos pelo menos um desses poucos: o nome dele é Arthur. Ele vem se sacrificando para valer, de uma forma até comovente, desde quando ainda era um garoto. Este não é o espaço para a descrição de cada uma das etapas desse sacrifício incomensurável que ele fez por amor à mesma paixão que move a mim e a você. Muitos dos colunistas já relataram algumas dessas epopéias, em POSTS memoráveis que andamos lendo por aqui. Como quando teve sua carreira quase interrompida por uma entrada criminosa de um indivíduo que deve permanecer esportivamente anônimo para o bem da história do esporte. Ou quando começou a ser preparado fisicamente para se tornar o que acabou por ser seu destino glorioso.
Mas esse tipo de pessoa não tem limites em sua dedicação. Sua paixão é infinita, como a nossa também é. Só que ele consegue ir além, em benefício dessa paixão. Consegue aquilo que nem você, nem eu, nem praticamente nenhum outro de nós, espalhados nessa multidão de dezenas de milhões de apaixonados, jamais sonharíamos em alcançar.
E mesmo no sossego de sua maturidade, no momento de usufruir calma e tranqüilamente as glórias e conquistas que alcançou, ainda tem aquele fogo interior para enfrentar mais um desafio e topar mais uma vez ir para o sacrifício.
Mesmo sabendo que vai enfrentar outras bestas-feras iguais aquele anônimo que tentou cortar sua carreira ao meio. Estas, piores, porque muito mais sutis, escondidas nos cantos, fazendo o jogo do faz-de-conta.

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Na minha opinião o POST do Monnerat e as inúmeras manifestações a favor nos comments são suficientes para dizer aquilo que tinha que ser dito.
Resta discutir como vamos ajudar o Galo a fazer o que tem que ser feito. Seria bom achar uma forma de deixar bem claro a ele que a maioria da nação o apóia. Que está do seu lado. Que confia em suas escolhas e em sua convicção. Que aceita os obstáculos que sabe que ele vai atravessar com dificuldades e que vão nos deixar, muitas vezes, temerosos, insatisfeitos, entristecidos, frustrados. Porque sabemos que o resultado final é o melhor. Aliás, é o único. E precisa acontecer.

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Espero que o propósito a que Zico se dedicou possa ser alcançado em algum momento, por mais difícil que seja essa travessia. E enumero duas necessidades que, a meu ver, são imprescindíveis para isso:
a) Blindagem – o bombardeio de fofocas, achismos e outras manifestações idiotas precisa, ou ser minimizado ou ter um contra-peso positivo, para equilibrar a balança e dar gás ao próprio Zico, à torcida e ao time.
b) Imunização definitiva - a garantia de que o que for alcançado não será destroçado mais à frente, como já aconteceu no passado. Provavelmente isso vai implicar em alteração nos estatutos do clube, como o Alex comentou. Talvez se encontre esse caminho na legislação. De uma forma ou de outra, é uma coisa muito difícil de se conseguir dentro da realidade do Flamengo hoje. Mas não podemos correr o risco de atravessar o deserto, liderados por Zico e, depois da longa travessia, quando for a hora de alcançar a terra prometida, vir um aventureiro desconhecido ( ou não ) e começar a destruir as conquistas novamente.
Eu tenho certeza que a maioria da nação acredita que Zico vai conseguir o que pretende. Espero que ele receba essa energia diretamente de cada coração rubro-negro e não desanime. Porque não vai ser fácil. Mas vai ser fundamental.

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