quinta-feira, 10 de junho de 2010

Como reformular um time e disputar títulos

No Flamengo, a palavra da ordem é "semana que vem". É justo que o clube engate de vez o planejamento pra lá de tardio de 2010 quando finalmente o diretor-executivo começar seu trabalho oficialmente, mas não faz sentido que o clube espere quase imóvel tanto tempo para resolver seu time.

Lá se vai mais de um mês que o vice de futebol saiu e a grande ação de seus substitutos foi tentar e não conseguir contratar vários jogadores. Com ou sem a contratação de Zico, o clube peca em vários momentos, fazendo parecer que abre mão da defesa do título brasileiro (algo inédito entre os campeões de pontos corridos). Destaco dois:

1- Renovações: tudo devagar quase parando. A diretoria diz uma coisa, os jogadores outra e, normalmente, não são os dirigentes que estão mais próximos da verdade. Se a inevitável venda de Airton - resultado de erros da gestão Kléber Leite no futebol - nos deixou uma lacuna na vaga de volante, a saída de Maldonado não vai melhorar as coisas. Volante técnico, preciso e de um jeito raro de se encontrar, o chileno sai após meses em que ficou "dando mole" para outros clubes. Desse jeito, Juan e outros também saem de graça.

2- Dispensas e contratações: normalmente, clubes que querem se manter na ponta contratam substitutos antes de perderem jogadores. No Flamengo, comemoramos as saídas de Dênis Marques, Mezenga, Léo Medeiros, Álvaro e outros jogadores. Porém, seja por uma questão numérica ou de qualidade, ainda não há substitutos. O resultado é que hoje o único centroavante confirmado para o campeonato brasileiro é Diego Maurício.

Não adiantou sonhar com Vagner Love por seis meses, enquanto Borges esteve disponível apenas pelos salários. Ao mesmo tempo, enquanto o clube tenta Riquelme ou Ronaldinho Gaúcho, dois meias de times do interior paulista (Bruno César e Thiago Humberto) foram contratados ou dão mole. O ótimo é inimigo do bom e não vai adiantar trazer cinco jogadores top de linha no fim da Copa do Mundo e usando o Brasileiro como pré-temporada. O resultado não vai ser bom.

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Nomes como Felipão, Deivid e por aí vai demonstram ambição da diretoria. É louvável. Mas ainda é pouco. De concreto mesmo a gestão Patrícia Amorim demonstrou menos do que o pouco tempo de gestão permitia.

Fica a torcida para que encarem o segundo semestre com a faca nos dentes e não apenas como uma pré-temporada para 2011. Depois de tanta letargia, a diretoria ganhou duas semanas de férias do elenco para trazer reforços que comecem a "nova pré-temporada" junto com o elenco. É fundamental que as contratações cheguem nesse período e não no fim da Copa. O futuro ainda não chegou, mas o presente não pode esperar.

Flamengo Net

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