quarta-feira, 9 de junho de 2010

Eu e minha boca grande...
Volto a escrever neste tão conceituado espaço rubro-negro por convite, mais uma vez, do meu bróder Alex do Triplex. E como sempre acontece quando retorno ao convívio do blog como colunista, há uma polêmica envolvendo o Flamengo e a imprensa.
A da vez, como não é mistério pra ninguém, foi detonada ontem pelo jornalista Renato Maurício Prado, que, em seu blog, noticiou que ninguém menos que a mandatária do clube, Patrícia Amorim, teria telefonado para ele, RMP, anunciando que o clube está (estaria? estará? confesso que não sei qual tempo verbal usar) próximo da assinatura de contrato com Luiz Felipe Scolari.
A notícia seria ótima - pra mim então, que sou fã do cara desde muito tempo, e que sempre defendi a vinda dele pra acabar com o que eu chamo de "cultura da bagunça" que impera no futebol do clube desde muito tempo. Porém, como tudo no Flamengo ganha sempre uma dimensão maior, a (in)confidência da presidente causou um mal estar. Sem espaço nos principais clubes de ponta na Europa, Felipão deve mesmo retornar ao Brasil, e, como se sabe, é pretendido por Palmeiras e Inter - e da mesma forma, a imprensa paulista e gaúcha dá "como certa" a contratação do técnico por esses clubes.
Se Felipão vier mesmo - como garantiu ontem e "regarantiu" hoje cedo RMP - será uma bola dentro da diretoria, um verdadeiro golaço, em que pese a tagarelice presidencial. Scolari é um técnico consagrado, competente, vencedor, que teria no Flamengo um grande desafio para a sua carreira - que não engrenou depois da frustrante passagem pelo Chelsea e pela experiência inusitada no Bunyodkor, do Uzbequistão.
Se não vier, por qualquer motivo (não gostar do Rio, da proposta feita pelo Flamengo ou até por ter uma proposta financeira maior), o treinador poderá alegar que o "vazamento da informação", termo utilizado pelo seu assessor de imprensa, contribuiu para esta decisão. Aliás, este termo é uma justificativa que já nos deixou sem muitas "contratações certas" nos últimos 10 ou 15 anos.

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Por falar em contratações, vazamento de informação e imprensa, o pior desse período pré-Copa, enquanto a bola não rola, é a quantidade de boato, chute e "cavadas" que aparecem nos sites esportivos, blogs e no twitter de jornalistas, 'aspiras' a jornalistas e pessoas ligadas, direta ou indiretamente ao clube.
Impressiona, também, a quantidade de dinheiro que seria movimentada pra contratar o monte de jogadores especulados, citados (e até forçados) nesse período. Nos últimos 15 dias já li sobre Réver, Gabriel Paletta,  Mário Fernandes, Renato Abreu, Corrêa, Ibson, Walter Montillo, Jorge Valdivia, Mithyuê, Maylson, Juan Riquelme, Ronaldinho, Felipe, Deivid, Washington, Kléber, Rafael Sóbis, Emerson, Bergson, Magno Alves…
Devo ter esquecido alguém porque a lista é grande e a cada dia surgem dois, três nomes. Claro que não viriam todos de uma vez, mas se fossem contratados quatro ou cinco destes, a folha daria um salto monumental.
Claro que o time precisa de reforços, e dos bons. Dois bons zagueiros, dois bons meio-campistas e dois bons atacantes. Nunca é demais lembrar que o Campeonato Brasileiro não é ganho somente com 11 titulares e que a equipe que conseguir sobreviver mais ao acúmulo de jogos (principalmente em agosto/setembro, onde há uma sequência maior de jogos aos domingos e quartas) chega no final com chances de brigar pelo título.
Considero que a manutenção do Vagner Love é um reforço. Confesso que ano passado, quando o clube se mobilizou pra caramba pra contratá-lo, eu torci o nariz. Seu futebol não me convencia muito. Mas jogando no Fla, este ano, além de ser o principal goleador, é um cara que luta pra caramba, que corre, se dedica muito. Em que pese às vezes escolher a pior opção possível pra uma sequência de jogada (e, invariavelmente, tromba com o zagueiro). Mas se não for possível que ele fique, que venham dois bons atacantes, fazedores de gol.
Agora, a contratação de mestre seria se conseguíssemos mesmo trocar a dívida que o Grêmio tem por conta do Rodrigo Mendes (dívida que já tem quase uma década) por esse Mário Fernandes, que é um zagueiro dos mais promissores. Uma grana que já era perdida viraria um grande investimento.

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Quanto à classificação do time no Brasileiro nessa fase pré-Copa, o 9º lugar, com o time que vem jogando, é o menor dos problemas. Problema maior é a distância pros líderes, que já é de oito pontos; e a situação atual de escolhas equivocadas do Rogério na montagem da equipe. Não vou nem comentar o jogo contra o Goiás, primeiro, por que o apagão nos 20 minutos finais já foi devidamente espinafrado aqui ao longo da semana, desde sábado. Mas são esses joguinhos assim que no final fazem toda a diferença.
E antes que alguém lembre do sprint final no ano passado, basta ver que é pouco comum qualquer time, em um campeonato de pontos corridos, perder apenas um de uma série de 14 partidas. Com o atual elenco que temos, seria um milagre algo do tipo. Com reforços bons e certeiros, eu acredito.

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TRÊS TOQUES
1) Com as saídas de Alvaro, Bruno Mezenga, Gil, Dênis Marques e Léo Medeiros, quanto vamos economizar em salários? Uns R$ 400 mil? Pelo menos, as notícias boas também aparecem.
2) A não ser que haja uma mudança total no cenário, Kleberson foi à África do Sul somente pra comer carne de girafa e fazer safari. Não vai jogar e nem vamos poder fazer uma grana com a venda dele.
3) Modalidade relegada à décimo plano nos últimos tempos no clube, o futsal pode ganhar uma força extra com a chegada de Zico ao comando do futebol. As categorias de base do futsal são subordinadas ao departamento de futebol amador, e servem de porta de entrada para futuros talentos no campo. O badalado trio do Santos formado por Neymar, Paulo Henrique Ganso e André,é todo oriundo das quadras (André, que por sinal, foi meu atleta em 2007, seu último ano no futsal).

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