domingo, 30 de maio de 2010

Não importa como e nem o porquê!

O retorno de Zico é algo assim tão emblemático que faltariam palavras ao melhor dos cronistas para descrever o que significa. Se pensar em Flamengo é se pensar em Zico em um grau muito maior do que qualquer identificação de qualquer jogador com outra camisa.

Porque é como se a cada grito, a cada gol perdido, a cada título que escapasse... a Torcida clamasse pelo retorno do nosso herói. Sim, herói. Porque Zico sempre esteve muito acima do que qualquer ídolo poderia. Sempre foi mais do que atleta, um gênio. E sempre foi muito mais do que um ídolo, foi um exemplo.

E daí está a maior emoção de sua volta. Pouco importa por qual salário, meta ou objetivos ele exigiu. O retorno de Zico é maior do que o próprio fato. Porque traz para mais de trinta milhões de fiéis não apenas o seu maior ídolo, herói e exemplo. A volta de Arthur Antunes Coimbra traz ao Flamengo o Flamengo que a gente sempre quis ver. Traz o Flamengo que nunca renegou seu papel de ídolo e, principalmente, exemplo.

Vale lembrar de uma história pessoal. Uns quinze anos atrás estava no aeroporto bem cedo. Um primo meu apontou para um lado e lá estava ele. Zico. Meu primo me deu papel e caneta e sem desculpas o cutuquei e pedi um autógrafo. O rosto cansado nem hesitou, pediu a caneta e escreveu o recado com o cuidado de perguntar meu nome. "É sem h?", perguntou o Galinho.

E com todo aquele cansaço estampado, me devolveu o papel. Sem saber como encerrar aquele encontro disse quase sem querer: "obrigado por tudo, Zico". E como se todas as horas em que estava de pé sumissem, o galinho sorriu pra mim. Não era um sorriso amarelo ou educado. Era um sorriso moleque, sincero e feliz. Um sorriso de craque.

E aquele riso não sentiu cansaço. Porque não existe hora de ser Flamengo ou de ser Zico. E vice-versa.

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