domingo, 2 de maio de 2010

Manto Sagrado - 3º uniforme

Por Hermínio Corrêa (*)
Administrador do FlamengoNet


Enfim, o novo Manto Sagrado do Flamengo está à disposição dos torcedores. E bastou a torcida receber os emails de algumas lojas de artigos esportivos avisando sobre a pré venda para que o assunto viesse à tona. Muita gente discutindo, elogiando ou criticando o azul e amarelo, então decidi escrever esse texto. Mas uma coisa já é perceptível, ainda que as lojas estejam apenas em processo de pré venda: Esse Manto tem tudo para ser mais um sucesso de vendas, o que é ótimo para os cofres Rubro Negros (ainda que em versão azul e amarelo).

Minha primeira abordagem é pela visão comercial desse lançamento. Algo que o torcedor do Flamengo vem pedindo há tempos é ter a oportunidade de um uniforme alternativo, fato muito comum no mercado europeu e que aos poucos está alcançando também o mercado brasileiro.

A Olympikus parece ter percebido essa demanda e juntamente com o clube trabalharam um antigo desejo de muitos que conhecem os primórdios do Flamengo: Referenciar nossas raízes históricas, e trazer ao torcedor a oportunidade de viver nossas primeiras cores: O azul e o amarelo ouro, cores estas propostas por um dos fundadores do clube - Mário Espínola – homenageando dessa forma o azul do mar da Baía de Guanabara e o amarelo ouro de nossas riquezas. Tempo em que éramos somente grupo de regatas.

E hoje, mais de cem anos depois, proporciona-se ao público um uniforme diferente do tradicional vermelho e preto, em que se busca o resgate de fatos marcantes da história do Flamengo.

Além disso, não havia melhor momento do que proporcionar esse lançamento às vésperas de uma Copa do Mundo – época em que as cores nacionais ficam mais evidentes. Dessa maneira, pode se torcer pelo Brasil usando o azul e amarelo mantendo o grande amor pelo Flamengo, com o belo escudo do remo presente à camisa. É uma boa saída para aquele torcedor mais fanático (e todos nós Rubro Negros assim somos) ser patrioticamente correto. Afinal não nos sentimos brasileiros mais autênticos quando envergamos nosso Manto Sagrado?



Abordando agora aspectos históricos, muito torcedores sofreram certo impacto ao ver um Manto Sagrado que não carrega o vermelho e o preto que nos caracteriza em qualquer canto desse planeta.

Mas volto a ressaltar o respeito pela história do clube. Não buscaram uma combinação qualquer de cores, sem qualquer referência ao passado do Flamengo, ou com responsabilidades meramente comerciais. Buscaram as primeiras cores, inclusive nas mesmas tonalidades. A camisa possui até uma pequena etiqueta com a bandeira, tal qual a primeira de nossa história, listrada em azul e amarelo com as pás de remo em vermelho e preto. Quem já teve a oportunidade de conhecer a sede da Gávea certamente viu essa bandeira em nossa sala de troféus.

Avaliando de uma forma geral, achei de muito bom gosto o lançamento da Olympikus. Inovou ao proporcionar o uniforme alternativo – o que certamente significará mais receitas para o clube – e preservou nossa história. Trouxe ao conhecimento de muitos o fato de que vivemos e morreremos Rubro Negros, mas nascemos azul e amarelo.

Em um tempo de marketing esportivo muitas vezes agressivo, essa camisa serve como exemplo de que respeito às tradições do clube e uma já comprovada competência comercial podem tranquilamente caminhar juntos e alcançar o sucesso.

(*) Hermínio Corrêa é colecionador de Mantos Sagrados, possuindo atualmente em sua coleção cerca de 160 diferentes modelos de camisas do Flamengo, todas usadas por jogadores, a partir de 1968 até o atual modelo.

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