segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Um achado e um conceito

Não se podia exigir muito mais do que isso, um time disposto a correr contra o calor, contra o desencontro de fôlego e cérebro dos primeiros jogos, contra um adversário retrancado. Além disso, era quase certo que levaríamos um gol de Mauro Fonseca (nunca aceitei a intimidade do diminutivo com esse perna-de-pau), e tanto pior que a profecia ("serás poderoso, mas levarás gols de ex-atletas tacanhos") se cumpriu de modo a ficarmos em desvantagem.

O que ficou claro na volta para o segundo tempo foi a questão conceitual. Um time com dois atacantes de área precisa de um armador, e foi isso que Vinicíus Pacheco (!) fez: armou. A virada saiu rapidinho, bom que um tenha sido de Kleberson porque precisaremos dele com moral, justo que tenha outro tenha sido de Fierro, bem demais em sua busca de Copa do Mundo. Mas o mais importante é que precisamos mesmo de um armador, alguém para ser o substituto que Pet inevitavelmente vai pedir em alguns jogos, e embora tenha entrado bem, não creio que Vinicíus Pacheco possa ser esse jogador.

Ainda assim, que o jogo tenha encaixado melhor no segundo tempo, tomamos o empate, que chegou a parecer definitivo. Aí apareceu o Fernando, de quem não se esperava grandes coisas, muito menos gols, menos ainda de cabeça. Apareceu o Fernando e achou uma bola improvável, no segundo andar, cabeceou com estilo de centroavante e a bola entrou cruzada, no canto oposto, na costura.

Bom começar ganhando, e se foi um peladão de início de temporada, valeu pelo conceito da armação e pelo achado do Fernando, de quem eu francamente duvidava. Valeu, Fernando. Que você encontre outras bolas assim pelo caminho.

Mauricio Neves no twitter: http://twitter.com/badsnows

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