sexta-feira, 13 de novembro de 2009


EMBAIXADAS DA NAÇÃO - O FLAMENGO ONDE VOCE ESTIVER


Por Vinicius Nagem


Dando continuidade aos posts sobre as Embaixadas da Nação - neste espaço criado aqui no Blog para publicações todas as sextas-feiras - falaremos hoje sobre a FLA-BH, uma das cinco Embaixadas pioneiras, reconhecidas pelo Flamengo em abril de 2008 e diplomadas em agosto do mesmo ano. Com a palavra, João Procópio, Presidente da FLA-BH.

FLA-BH – O MENGÃO NA CAPITAL MINEIRA
* João Procópio - Presidente da FLA-BH

Reconhecidamente a torcida que mais leva público visitante nos jogos fora de casa, a Nação rubro-negra também sempre marcou presença na capital mineira. Pra quem mora aqui sabe que, nossa torcida, de fato, tem sua fatia do bolo. Desconheço estatísticas que comprovam a afirmação que farei, mas os belorizontinos podem confirmar através da simples observação de pessoas vestindo o manto nas ruas. Somos a terceira maior da cidade, deixando pra trás a torcida do América. Nada mal se considerarmos que tal clube era o segundo principal de BH há décadas atrás, tendo no currículo 10 campeonatos mineiros seguidos. Enfim, a intenção aqui não é exaltar o América, que, diga-se de passagem, é até um time simpático, mas sim demonstrar o tamanho da nossa torcida e as dificuldades enfrentadas para chegarmos a esse patamar. Apesar da numerosa torcida flamenguista em Belo Horizonte, faltava um movimento popular para aquecer essa turma.

Foi através da comunidade “Flamengo BH” do Orkut que a hoje “Embaixada Fla BH” deu seus primeiros passos. Ou melhor, foi de lá que ela nasceu, na época, com cerca de 40 membros. Era 28 de março de 2005, e o Flamengo faria o jogo semi-final da Taça Rio contra o Volta Redonda. Quem tiver um calendário velho pode conferir e estranhar. Curiosamente era uma segunda-feira, talvez a única segunda feira que o Flamengo tenha jogado em sua história. E foi nessa data atípica que os rubro-negros de BH decidiram se juntar em um bar pra acompanhar o time em campo pela primeira vez. O local escolhido foi um barzinho de esquina no bairro Floresta, e a compra do jogo foi rateada por todos que lá estiveram. Os cerca de 10 flamenguistas presentes acompanharam com vibração a vitória magra, mas suada de 1 x 0. Talvez só os membros que estiveram naquele dia se lembram dessa história. E foi nesta data, uma segunda-feira, que a Fla BH teve início.

Estávamos na final da Taça-Rio, o adversário era o Fluminense e a vitória nos daria vaga pra final do Campeonato Carioca. Um outro bar foi sugerido, e desta vez um público bem maior marcou presença. Contudo o time não correspondeu às expectativas e sofreu uma goleada, sendo eliminado da competição. Foi um balde de água fria, mas apesar disso o movimento não morreu. Depois de passado o baque, a turma volta a se reencontrar em jogos esporádicos pelo Brasileiro. A partir do segundo turno do campeonato, os encontros se tornaram fixos, numa época marcada pelo bar Rola Papo, no bairro Anchieta. O ano foi chegando ao fim e, conseqüentemente os encontros, que até então só aconteciam no bar, tiveram uma pausa, afinal, o campeonato também se encerrava.

O ano de 2006 chegou trazendo novas perspectivas. Foram realizadas as peladas, o que serviu pra unir a galera ainda mais. O bar da vez era o Boi na Linha, no Lourdes. E falando em bar, é importante ressaltar a dificuldade encontrada para achar um lugar que aceitasse transmitir os jogos do Flamengo com exclusividade. Talvez o pessoal do Nordeste, de Brasília, do Rio de Janeiro, não entenda isso muito bem, afinal, nossa torcida nesses lugares simplesmente humilha todas as outras no que diz respeito à grandiosidade em relação às demais. Não que a nossa aqui não seja grande, pelo contrário, mas creio que o que ocorre aqui, acontece também em cidades como Curitiba, Porto Alegre e poucas outras, onde as torcidas locais são maioria. E torcer pro maior do Brasil, sob essas condições, não é tarefa fácil. As dificuldades encontradas e o preconceito são muitos. Mas voltando ao Boi na Linha, foi lá que a Fla BH começou a ganhar forma. As idéias começaram a sair do papel, e a faixa da torcida foi confeccionada, sendo estreada mais tarde no Maracanã, contra o Corinthians, pelo Brasileiro daquele ano. Foi nessa época que a torcida presenciou através da telinha o maior feito do Flamengo nos últimos anos, a conquista da Copa do Brasil de 2006. Mas antes disso foi realizada a primeira excursão, pra Ipatinga, no jogo semi-final contra o time da cidade. Nos jogos da final o bar esteve completamente lotado, com um público nunca antes visto, causando rebuliço na vizinhança. Entretanto, no Campeonato Brasileiro, tivemos que deixar o bar devido a problemas internos. Mas foi a partir daí que começou a época de ouro da Fla BH.

Foi num barzinho simples, sem mesas, apenas bancos e uma bancada de madeira do lado de fora, situado numa pracinha do bairro Cidade Jardim que a Fla BH abrigou públicos imensos, mostrou sua cara pra cidade e viveu sua melhor época. O bar na Avenida Prudente de Morais não poderia ter um nome mais apropriado. O Quiosque do Churrasco, ou apenas Quiosque como todos conheciam era simples, porém muito agradável. A pracinha dava todo a graça do lugar, e o fato das pessoas terem de assistir o jogo em pé (apenas alguns conseguiam os bancos) num espaço aberto pra quem quisesse ver, não incomodava ninguém. Pelo contrário, talvez isso tenha sido o segredo do sucesso. Ainda estávamos em 2006 e devido a campanha mediana do Flamengo no Brasileiro, o lugar não tinha abrigado um público tão grande até então. Mas em 2007 a Fla BH deu um salto e o Quiosque começou a ser palco de grandes públicos, com a participação do time na Libertadores da América, os jogos decisivos do Carioca, e, mais tarde, a bela arrancada no Brasileirão que assegurou novamente participação na Libertadores. Além disso, foi nessa época que a Fla BH botou outras idéias em prática, como o lançamento da sua primeira camisa e a realização de excursões pro Maracanã.

Em 2008, a pracinha do Quiosque começou a ser quase que completamente tomada pelos rubro-negros de BH nos jogos de grande importância. Nossa presença na cidade era evidente, chamando atenção não só da vizinhança, mas também da mídia. Relatos dão conta de que na final do carioca, mais de 1.000 flamenguistas compareceram, e após o título, a avenida foi quase fechada. A segunda camisa da Fla BH foi lançada, e outras excursões aconteceram em 2008. Também foi neste ano que a Fla BH teve seu trabalho reconhecido pela direção do Flamengo, com o lançamento do Projeto Embaixadas da Nação. A primeira cerimônia, ocorrida em agosto, com a presença de diretores do Flamengo, nomeou, além da Fla BH, a Fla Sampa, Fla Paraná, Fla Brusque e Fla Lages. A contragosto, no final do ano, a Fla BH teve que deixar o Quiosque devido a problemas burocráticos com o locatário do bar e o dono do imóvel. Naquele momento a turma se deslocou para um bar próximo dali, na mesma avenida, o Habeas Copus, que é hoje o bar dos flamenguistas da cidade.

A Fla BH, que tem hoje em sua comunidade virtual quase 3 mil membros, é realmente um grupo de flamenguistas apaixonados pelo time. Além dos eventos relacionados ao futebol, sempre que os times de vôlei feminino e basquete masculino do Flamengo estiveram presentes em Belo Horizonte, a Fla BH marcou presença, apoiando incondicionalmente o time. Os integrantes da Fla BH não são torcedores comuns que torcem apenas para que time conquiste títulos dentro do campo de futebol. O amor pelo clube é maior do que isso. A presença do Flamengo já é algo que os deixa em estado de graça.

Acesse http://www.flabh.com.br/

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