Como todos sabemos — e sentimos — ser Flamengo é um ato de intenso prazer. É viver uma alegria libertária, espontânea, impulsiva, incontrolável. Eterna. E foi ungido por esse latente sentimento de amor e de paixão que resolvi criar, com a cumplicidade de alguns bons amigos, uma boêmia torcida rubro-negra no lugar que ouviu João Gilberto tocar os primeiros acordes da Bossa Nova. No Juazeiro do Nunes e do céu tão próximo que quase se pode tocá-lo, conforme já testemunhara Caetano quando em visita para cantar num famoso festival universitário. Cidade que tem o Flamengo impregnado n’alma. Afinal, quase 70% dos juazeirenses baianos (existem também os juazeirenses do Ceará, tão flamengos quanto) têm pele rubro-negra. Original, ressalte-se.
O desejo pulsava cada vez mais forte inspirado pela missão de retribuir ao Mengo todas as alegrias vivenciadas desde a tenra infância quando os dias e as noites de encantados sonhos eram embalados pelos feitos de um nobre herói chamado Zico. E eis que em 2004 surgiu o embrião da torcida que mais tarde viraria Embaixada da Nação, a FLA-Chico, numa clara homenagem ao nosso sagrado rio. A turma se reunia no FLAmigos Bar, do amigo Rosembergue “Ziinha”, para render homenagens etílicas ao amado clube e ouvir pérolas da MPB. Foi nesse reduto exclusivo aos boêmios flamenguistas da FLA-Chico (quase todos jornalistas e radialistas) que comemoramos o estadual daquele ano ao som de “Levantou Poeira”. No ano seguinte, devido ao novo emprego do estimado FLAmigo Ziinha, o nosso boteco teve as portas fechadas. Nesse período eu já vinha acompanhando com grande entusiasmo o trabalho da Fla Manguaça com o seu novo jeito de torcer organizadamente, colocando o Flamengo em primeiro lugar, transpirando alegria, irreverência, boemia e, além de tudo, sempre levantando a bandeira da paz. É isso! Pensei e logo agi. Após contatos imediatos via e-mails e telefonemas com os diretores Binho e Snoopy, costurei uma tentativa de abrir um “botequim” da Manguaça por aqui.
Estávamos nos aproximando do carnaval e vários foram os pedidos para termos outra vez um bloco rubro-negro na avenida, visto que o extinto “Mengo Mania” havia deixado saudades nos foliões flamengos. Juntou-se a fome com a vontade de comer e antes de ser aberto o botequim flamanguaceiro surgiu o Bloco Alternativo Fla Manguaça, contando com o aval da torcida carioca que chegou até a enviar um bonito bandeirão. Apesar do curto período de produção e concorrendo com os gigantes blocos e suas mega-atrações, conseguimos desfilar no peito, na raça e com muita alegria. O ponto alto foi quando formamos uma enorme roda em torno do bandeirão que foi aberto em frente aos camarotes, rendendo belas imagens na TV São Francisco/Rede Bahia com direito a exibição no programa dos melhores momentos do Juafest 2005.
Apesar do sucesso na avenida e da boa repercussão o “tombo’ financeiro foi forte e dificultou a abertura imediata do botequim, aliada à péssima campanha do Fla naquele ano e da insistência de alguns em criarmos uma torcida com uma cara mais regional. Em 2006, ano do Bi da Copa do Brasil, surge então a Fla Juazeiro. Os encontros passaram a ser nos bares da orla e muitas foram as participações em eventos sócio-esportivos. Em 2007 foi firmada uma parceria com o espaço Estação Nordeste, que contava com uma grande área para eventos e onde poderíamos, enfim, realizar o sonho de um lugar para transmissão de jogos exclusivos à Nação local. Com uma média de público em torno de 150 pessoas, ao final dos jogos havia sempre um grupo de samba/pagode para animar a galera. Apesar do fiasco na Libertadores, fizemos uma inesquecível festa na primeira conquista que deu origem ao Pentatri.
Nesse mesmo período passei a escrever a coluna “Mengo Meu Dengo” no site Flamengo RJ, trazendo crônicas fla-ufanistas, matérias sobre alguns flanáticos da Nação e torcidas espalhadas pelo Brasil. Algumas das quais virariam embaixadas no ano seguinte. E foi através de Mengo Meu Dengo que acabei “chegando” ao Flamengo. Não pelo talento dos pés como sonhara na infância, mas pelo “talento das mãos” como orgulhosamente definiu a minha coruja mamãe. A partir daí os contatos e amizades virtuais foram aumentando vertiginosamente, muitos dos quais devido à generosa cumplicidade da querida Marilene Dabus, que passou a divulgar as crônicas na sua imensa lista e a postar algumas outras no site oficial. Assim conheci o Mário Cruz, conterrâneo e VP de Planejamento do CRF. E assim também conheci o Projeto Nação Rubro-Negra e o Alexandre Moraes, rendendo matéria para a coluna. A essa altura a Fla Juazeiro já estava cadastrada no PNRN e postulava unir-se à FLA-Sampa, FLA-Paraná, FLA-Lages, FLA-BH e FLA-Brusque. Ainda por conta de Mengo Meu Dengo recebi uma correspondência assinada pelo presidente Márcio Braga em agradecimento pelo texto a favor da revitalização da Gávea: Revitalizar para Reabilitar: http://www.flamengorj.com.br/coluna.asp?codColuna=134.
União da Fla Juazeiro com a Fla Sertão
Durante a sensacional arrancada “do rebaixamento à Libertadores” nos unimos a uma torcida criada pelos amigos Darlan e Messias, a Fla Sertão. Daí no dia 08 de julho de 2008 passamos a ser FLA-Sertão Juazeiro, contando hoje com mais de 100 cadastrados no site e com os seguintes membros compondo a diretoria: o vice-presidente Cleiton Darlan; Juciê Andrade; Val Caldas; Robério Silva; Carlos Túlio; Luis Roldão; Claudio Araújo e Gean Carlos. Tendo como presidente de honra o radialista Herbet Mouze e como padrinho o grande Nunes, o “artilheiro das decisões”.
Ainda em 2008 participamos com muito êxito da Campanha Nacional do Sangue Rubro-Negro realizada no mês de outubro. No dia 15 de novembro, durante festividades em comemoração aos 113 anos do CRF, em solenidade realizada na Gávea, a FLA-Sertão Juazeiro foi diplomada Embaixada da Nação. Em 2009 as parcerias continuaram acontecendo e os eventos ganharam ainda mais repercussão na cidade. Entre os mais importantes, destacam-se: Mengo Meu Dengo no Rádio, um programa 100% rubro-negro que começou na rádio Cidade AM no dia do meu aniversário (19 de abril) e atualmente é transmitido pela Transamérica FM, com uma estrondosa audiência na região e acompanhado por rubro-negros de várias partes do Brasil; a realização do projeto Futebol Máster Show, trazendo o Fla Master em parceria com a Prefeitura Municipal no dia 15 de julho em jogo-exibição no estádio local; a segunda Campanha Nacional do Sangue Rubro-Negro, dessa vez com uma ampla divulgação na mídia e em parceria com a HEMOBA, além das excursões festivas para jogos do Fla em Salvador.
Atualmente nossos encontros acontecem no Cais do Porto Restaurante e Hamburgueria, situado entre a orla e a praça da catedral, num casarão que nos recebe com a estrutura necessária para vibrarmos com o Mengão dispondo de um espaço exclusivo. Para conferir algumas das nossas atividades é só acessar http://www.flasertao.com/ e depois clicar em Fotos.
E o final de ano ainda promete ser de intenso rebuliço na FLA-Sertão Juazeiro. No próximo dia 05 de dezembro participaremos de um encontro festivo com todas as embaixadas na Gávea, numa grande concentração para o jogão do domingo (06) contra o Grêmio que poderá nos trazer o sonhado hexa ou ao menos confirmar a vaga para a Libertadores 2010. Próximo ao Natal, realizaremos outra importante campanha solidária, dessa vez em parceria com a maior produtora de eventos da região, Pernalonga Produções. A campanha consistirá na arrecadação de 01 brinquedo e 01 quilo de alimento não-perecível durante a entrega das camisas/abadás do projeto “Verão do Pernalonga”, mega-festa indoor para mais de 6 mil pessoas. A idéia é entregar os brinquedos e alimentos para as crianças das creches municipais. Teremos ainda o apoio do Lions Club Juazeiro.
Antes do réveillon, faremos um jantar de confraternização entre os associados e parceiros. Na oportunidade, estarei passando a bola para o companheiro Cleiton Darlan na certeza de ter feito todo o esforço possível para cumprir a missão. Antes, porém, terei a honra de anunciar a criação do nosso primeiro consulado, a FLA-Sertão Petrolina/PE, que hoje conta com um maravilhoso espaço próprio e exclusivo aos flamenguistas da nossa vizinha cidade. Continuarei apenas com o programa Mengo Meu Dengo, na Transamérica FM, e também concluirei a produção do livro homônimo o qual está previsto ser lançado no primeiro semestre do ano vindouro. Entretanto, continuarei me sentido um embaixador, pois tenho imenso carinho e admiração por todas as nossas 34 embaixadas e pretendo virar uma espécie de “porta-voz” desse maravilhoso movimento em prol do nosso Mengão.
SRN e vamos ao hexa!
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