Meu time para o jogo de domingo
Na semana passada, propus para o jogo contra o Sport uma alteração no esquema de jogo do Flamengo: a ideia, parecida com o que Mano Menezes implantou no Corinthians do primeiro semestre, era passar para um 4-3-3 que, quando o time perdesse a bola, variaria para um 4-5-1 - e, mesmo na hora de atacar, poderia ganhar a cara de um 4-4-2, com os pontas se revezando na tarefa de recuar e ajudar Petkovic na criação no meio-campo. Vocês podem ver a ideia no texto anterior, mas a linha de frente seria formada por Fierro, Adriano e Éverton.
Andrade até mandou o time a campo realmente no 4-3-3 - mas com uma escalação diferente da que eu propunha, colocando Dênis Marques e Zé Roberto ao lado do Imperador. E funcionou, ao menos contra aquele adversário. Para a próxima rodada, ele não vai poder repetir a escalação, pois Zé Roberto está suspenso; de qualquer forma, tenho sérias dúvidas se aquela formação teria as mesmas facilidades domingo, contra o Coritiba.
Isso porque não acredito que Ney Franco vá ser tão bobo quanto foi Péricles Chamusca, que chegou no Maracanã acreditando que o Flamengo teria dois meias de criação e simplesmente não conseguiu enxergar, durante os 90 minutos, que o esquema não era o que ele pensava e o único criador no meio-campo rubro-negro era Petkovic. Com certeza o gringo não vai conseguir passear livremente pelo gramado como aconteceu na última rodada; naquele dia, Zé Roberto não participou da criação no meio e o atacante que mais recuava pra fazer esta função era, vejam vocês, Adriano. Se Andrade não criar opções para dividir as tarefas criativas com Pet, o time pode ter problemas pra andar.
O time provável - embora eu tenha lido alguns comentários por aí de gente temendo que Andrade voltasse a escalar três volantes, o que eu não acredito que ele volte a fazer ao menos no Maracanã - é com Fierro no meio-campo, o que já pode ser uma ajuda; na última partida dele, já gostei mais de sua movimentação à frente, dando bastante opção de jogada pela direita. Mas isso foi mais na hora de pegar a bola no ataque; no duro, em todas as chances que teve ele foi sempre muito discreto na hora de armar o jogo; parece sempre preso, arriscando pouco nos passes e errando muito quando decide algum toque um pouco mais ousado. Vamos ver se o cara consegue se soltar um pouco mais, mas seria bom ter mais opções na manga para que o ataque consiga ser bem abastecido.
Já são três jogos sem levar gol e a defesa parece estar se acertando. O Coritiba está próximo à zona do rebaixamento e tem apenas o 14o ataque da competição, mas já poderá ser um teste mais forte do que Santo André e Sport. Mesmo sendo previsível que joguem mais atrás, esperando o Flamengo, é provável que Ney Franco escale Pedro Ken, Ariel e a dupla de paraíbas Marcelinho e Carlinhos, quatro jogadores bem ofensivos para puxar os contra-ataques.
- ANDRÉ MONNERAT trabalha com marketing e Internet e toca o SobreFlamengo.
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