segunda-feira, 20 de julho de 2009

A mesma idéia de sempre

*Por Lucas Dantas

Queria levantar umas questões para os amigos Flamengos aqui presentes.

Vocês gostariam de algum jogador do Barueri no time? Tem algum atleta ali que você fale “pô, eu quero esse cara lá no Flamengo, pois assim seremos campeões.”? O goleiro é melhor do que o nosso? Os laterais são melhores? Volantes, armadores e atacantes, algum deles é melhor do que os nosso? E o técnico?

Claro que não sou nenhum anormal para chegar agora e falar que eles são melhores, só porque se encontram lá em cima na tabela. Diria, no máximo, que eles estão melhores. Até quando? E o que eles têm que nós não temos?

No ano passado, o Flamengo liderou por diversas rodadas e bastou a janela de transferência chegar para que o clube fizesse a “maior transação da sua história” (segundo o cara lá) e o time despencasse. Como havia acumulado gordura, manteve-se na briga pela vaga na Libertadores até o final melancólico em Curitiba. Obviamente que mesmo em se tratando de um legítimo urubu paraguaio, o Flamengo possuía alguma força e time para se manter nessa briga. E o Barueri?

Ninguém nega que seja uma surpresa. Até bem pouco tempo, toda a imprensa especializada e com diploma os apontava como visitantes breves na primeira divisão. Daqui a pouco eles somam os pontos necessários e continuam em 2010, quando muito time grande afunda na lama.

Eu particularmente não acredito nisso. Acho que por falta de força política, camisa e elenco, o Barueri vai cair em breve. Claro, posso estar enganado. A diferença para o pequeno time paulista e o gigante Flamengo, é que o carioca às vezes consegue se manter na briga intermediária, quando a história mostra que os pequenos lideram um pouco, mas perdem o fôlego e descem a ladeira como uma locomotiva sem freio. Vide Náutico.

Quando precisa acontecer o contrário é que o bicho pega. O Flamengo pode até conseguir se manter quando está em cima, mas para subir, depois do campeonato começado, só com milagre como em 2007.

Estamos hoje discutindo a mesma ladainha de sempre a respeito da troca de treinador. Na boa, se isso fosse solução, o atual tricampeão brasileiro seria o Flamengo, não o São Paulo. Afinal, trocamos de técnico em 2006 (Ney Franco), 2007 (Joel) e 2008 (Caio Jr) durante ou no início da competição. Eles ficaram com o Muricy e venceram. Nós, no máximo, chegamos uma vez à Libertadores.

Aí vão dizer “pô, Lucas, mas o Cuca não dá, precisa trocar. O Flamengo é um bando”. Não que discorde, mas quando que não foi esse amontoado nos últimos anos? É há muito tempo um time de uma jogada só. Quando o Adriano chegou, li aqui e em diversos lugares que agora com um atacante na área as bolas cruzadas pelo Léo Moura encontrariam alguém. Ou seja, a mesma jogada com um molho a mais. Só que esqueceram de avisar pro lateral continuar cruzando. Do outro lado, o Juan continua se achando Junior e jogando como Cássio (eu sei que ele não jogou ontem).

Não vou perder meu tempo escrevendo e pouparei o de vocês lendo. Não falarei (repetirei) do que considero o problema macro.

Acho mesmo é que o time já perdeu a validade. Virou iogurte não vendido no supermercado, aquele que continua na prateleira com preço bastante convidativo, mas você fica cabreiro de comprar e depois passar mal. Claro que não a equipe toda, mas algumas peças específicas. Léo Moura e Juan já podem dizer tchau, como fez o Íbson. Eu sei que escrevi não faz muito tempo que o filho do Ib deixaria saudades, e já li alguns textos que corroboram o que disse, mas chega uma hora que dá. E deu para os laterais (sim, tá, eu já disse que o Juan não jogou ontem, não precisa repetir), para Maxi, Zé Roberto e alguns outros menores.

É tempo de Adriano, Émerson, Airton e um novo time. O Flamengo precisa respirar novos ares dentro de campo. Aproveitar essa janela e dar tchau para as primadonas, e com o cascalho que sobrar trazer nomes diferentes. Ir um pouco contra a maré de “mais fácil demitir um do que onze”, ainda mais quando muitos não querem ficar.

Vamos fazer diferente, Flamengo. Vamos mudar em outro lugar. Não estamos falando de nenhum craque e ninguém vai sentir saudades por muito tempo. Muda o jardineiro, ok, mas dá uma olhada também nas ervas daninhas.

Voltando ao Barueri, eles fazem parte daquela turma de time organizadinho, com estádio pequeno e moderno e blábláblá. Essas coisinhas que a imprensa adora, mas na prática só serve para ganhar série ABC de campeonato paulista. O Flamengo, por outro lado, é a síntese do futebol brasileiro: clube grande e quebrado.

Só que eles costumam seguir um esquema mais organizado e dito vencedor. É mais fácil, pois a pressão lá inexiste e por isso podem contar com jogadores voluntariosos a custo relativamente baixo (ok, recebem ajuda da prefeitura, mas isso é outro papo). É um tipo de modelo que já deu Copas do Brasil para o Santo André e o Paulista, além de colocar o São Caetano na final de uma Libertadores. Serve para o Flamengo? Não sei mesmo. Posso afirmar é que o atual modelo de troca de técnico para resolver tudo não serve e já mostra há anos que não tem conserto.

No final do campeonato, o Barueri deverá terminar na tabela mais abaixo do que nós. O que eu quero saber é se nós terminaremos acima de onde estamos hoje, se mudar só o treinador.

Flamengo Net

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