sexta-feira, 3 de julho de 2009

COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat

Reciclagem de texto

Pessoas, pela segunda semana seguida, devo pedir desculpas: não estou com tempo de realmente escrever uma coluna original pra vocês. Mal aê!

Por conta disso, decidi partir pra reciclagem - e o tema surgiu de uma sugestão de texto que me foi dada aqui mesmo, no espaço de comentários deste blog. Os trechos aí embaixo são de um texto publicado por mim aqui no dia 8 de outubro de 2007. Faz tempo, não? Mas quase tudo continua servindo pro time que vemos hoje, e pra falta de imaginação ofensiva com que convivemos já há alguns treinadores. Curiosamente, republico estas mal-traçadas após um Fla-Flu - e ele foi escrito também após um confronto contra o Fluminense.

Bem, lá vai:

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Muito se fala que o Flamengo está sendo armado para atacar com seus laterais, vistos por todos como principal arma ofensiva do time. Pois permitam-me discordar. O Flamengo está sendo armado para defender sem seus laterais. É diferente.

O time está jogando com três zagueiros (sim, porque o Rômulo se coloca muito mais como zagueiro do que cabeça-de-área - e o posicionamento dele no lance do primeiro gol do Fluminense ontem é só um exemplo disso) e três volantes, além de termos atacantes que voltam pra marcar até a nossa intermediária. Meu irmão comentava que ficou preocupado no jogo contra o São Paulo quando o Maxi saiu, pois era ele que estava cobrindo o Léo Moura

Tudo isso para que o Léo Moura e o Juan possam se lançar à frente como se não houvesse amanhã. Tudo bem, com esse esquema o time está segurando razoavelmente a situação lá atrás (...). Mas e na frente, como fica?

Todo mundo já percebeu que o Flamengo joga em função dos dois laterais. Inclusive os adversários. E toda vez que for preciso sair pro jogo, vamos assistir a um esquema preparado pra anulá-los. A questão é que não há um esquema pronto para atacar com eles, só para cobrir os seus avanços. Na frente, o jogo se resume a dar a bola para um dos dois e ficar torcendo para que resolvam a jogada sozinhos.

Assistam ao vt de ontem: toda hora é bola pro lateral, que encara de frente um marcador adversário, tendo um zagueiro atrás na cobertura. Nenhum jogador se aproxima pra dar opção. O tricolor sabe que a única alternativa de quem está com a bola é partir pro drible, sozinho - ou voltar a jogada. Fica muito mais fácil marcar assim, já sabendo o que o adversário vai tentar. Não há opção de tabela, de ultrapassagem, nada.

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Na época, o técnico era Joel Santana. Antes dele, com Ney Franco, não era muito diferente. Com Caio Júnior, continuou por aí. E Cuca até ensaiou alguma mudança, mas...

Em 2007, os dois laterais acabaram entrando em grande fase num momento decisivo do campeonato e o time arrancou baseado num forte bloqueio defensivo e nas jogadas dos dois. E agora? Dá pra confiar que isso vá se repetir?

Não seria minha aposta.


• ANDRÉ MONNERAT trabalha com marketing e Internet, já escreve aqui no FlamengoNet há um tempão e também cuida do SobreFlamengo.

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