quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ainda existem boas notícias?
Por Vinicius Paiva


O caos instalado no Flamengo - após a série de resultados ridículos no campeonato brasileiro – é algo que realmente nos desanima. Dá pra enxergar alguma coisa boa mediante tamanha maré de incompetência? É técnico fraquejando de um lado, são medalhões realizando partidas risíveis do outro lado, e pra piorar, garotos da divisão de base sendo jogados no fogo, e rendendo bastante abaixo do esperado (apesar da boa surpresa do lateral Jorbison, mal substituído por Cuca, que aliás, insistia no inútil Erick Flores, que eu tenho certeza que não vai dar em nada). Bom, dane-se. Já dei meus pitacos futebolísticos, e aqui no blog tem muita gente mais bem preparada do que eu para isso.

Por incrível que pareça, e apesar da fragilidade institucional que dilacera o clube em tempos de ebulição-política-pré-eleitoreira, a semana teve, sim, boas notícias no extracampo. Pra começar, a aprovação do contrato com a Bozzano renderá aos nossos combalidos cofres a razoável quantia de R$ 2,5 milhões por seis meses de contrato. A lamentar, apenas o fato de o Flamengo ter caído na vala comum dos contratos de conveniência, que se dão por menos de uma temporada. No peito do nosso uniforme, o Olympikus Tube será exposto por apenas três meses, sendo possivelmente substituído pela bandeira de postos de gasolina Ale, a ser estampada por mais três meses; Não estávamos acostumados com isso, após décadas de parceria estável, mas o que se pode fazer? Se esta for a nova configuração dos negócios envolvendo patrocínio no pais, cabe a nós apenas maximizarmos nossas receitas, de modo a buscarmos melhores resultados dentro de campo. O Corinthians, cuja camisa virou um pavoroso outdoor ambulante, mas que vem obtendo excelentes retornos esportivos por conta disto, serve de modelo.

Outro acontecimento digno de nota é a picuinha política – culminando em insultos e arremessos de cadeiras – que vem fazendo situação e oposição se engalfinharem a favor e contra a parceria com a Bozzano. Eu realmente gostaria de entender o porquê de considerarem as exigências da Bozzano tão ruins (estampar sua marca nos backdrops, explorar a imagem do Flamengo e possuir preferência na renovação do contrato). Ora, será que realmente estamos em condição de demonstrar tamanha soberba com relação a um contrato de patrocínio de mangas que, proporcionalmente, é o maior do Brasil (pois equivale a R$ 5 milhões anuais)? Posso realmente estar falando bobagem, e aqueles que vivem o dia-a-dia e os bastidores do Clube de Regatas do Flamengo tem a total de liberdade de me explicarem melhor as circunstâncias desta negociação.

Bom, continuando com as boas notícias, a tão propalada venda dos jogadores Cristian e André Santos pelo Corinthians para o Fenerbahce vem mostrar a vantagem que se pode auferir ao colocarmos “jogadores nossos” em outros clubes de grande visibilidade nacional e internacional. Cristian, que ao negociar sua saída do Flamengo ano passado continuou atrelado a nós na proporção de 33%, agora nos renderá a quantia aproximada de R$ 6,3 milhões. É um dos melhores negócios já feitos pelo Flamengo, e isto não é um exagero. Ao contrário dos clubes do Rio, falidos e sem poder de barganha, os clubes de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul costumam vender seus jogadores por valores bastante superiores. Se por ventura Cristian tivesse jogado bem na Gávea, fatalmente receberia propostas inferiores, entre metade e um terço dos vultosos 7 milhões de euros que os turcos pagaram.

Mas não parou por aí. O mecanismo de solidariedade da Fifa (que infelizmente contempla apenas negócios internacionais, o que fez com que não recebêssemos nada na venda de Felipe Melo, da Fiorentina para a Juventus, por R$ 70 milhões), desta levará o Flamengo a receber um trocado pela transferência de André Santos do Corinthians para o Fener. A legislação, que destina 5% do valor das transferências aos clubes onde os jogadores atuaram entre os 12 e os 23 anos (http://esportes.terra.com.br/futebol/brasileiro/2009/interna/0,,OI3866302-EI13759,00-Entenda+como+funciona+o+mecanismo+de+solidariedade+da+Fifa.html), resultará em quase R$ 70 mil para o Flamengo (0,5% do valor total). Não é nada, não é nada, mas paga pelos menos os atrasados da portaria do clube...

Pra terminar, as novas raspadinhas dos clubes cariocas, lançadas em parceria com a empresa Hebara, são um estrondoso sucesso. Segundo o site do jornalista Sidney Rezende e a coluna “De Prima” do Lancenet, já teriam sido comercializadas 720 mil raspadinhas desde o dia 10 de julho. O Flamengo, como sempre, lidera as vendas, com 35,1% do total, seguido pelo Vasco (23,4%), Fluminense (20,8%) e Botafogo (20,7%). Mantendo este ritmo, o Flamengo arrecadaria R$ 600 mil em um ano, isto sim, nada desprezível. Portanto, cabe a torcida, como sempre, dar aquela força e fazer com o Flamengo abra mais vantagem sobre os rivais. É a prova de que iniciativas deste gênero podem ser bem sucedidas, noves fora o fracasso da Timemania até o momento.

Bom, é isso.

Mas que a conquista de apenas 2 pontos em 9 disputados em pleno Maracanã é algo de matar, isso é....

E-mails para a coluna: viniciusflanet@gmail.com

Flamengo Net

Comentários