Ainda existem boas notícias?
Por Vinicius Paiva
Por incrível que pareça, e apesar da fragilidade institucional que dilacera o clube em tempos de ebulição-política-pré-eleitoreira, a semana teve, sim, boas notícias no extracampo. Pra começar, a aprovação do contrato com a Bozzano renderá aos nossos combalidos cofres a razoável quantia de R$ 2,5 milhões por seis meses de contrato. A lamentar, apenas o fato de o Flamengo ter caído na vala comum dos contratos de conveniência, que se dão por menos de uma temporada. No peito do nosso uniforme, o Olympikus Tube será exposto por apenas três meses, sendo possivelmente substituído pela bandeira de postos de gasolina Ale, a ser estampada por mais três meses; Não estávamos acostumados com isso, após décadas de parceria estável, mas o que se pode fazer? Se esta for a nova configuração dos negócios envolvendo patrocínio no pais, cabe a nós apenas maximizarmos nossas receitas, de modo a buscarmos melhores resultados dentro de campo. O Corinthians, cuja camisa virou um pavoroso outdoor ambulante, mas que vem obtendo excelentes retornos esportivos por conta disto, serve de modelo.
Outro acontecimento digno de nota é a picuinha política – culminando em insultos e arremessos de cadeiras – que vem fazendo situação e oposição se engalfinharem a favor e contra a parceria com a Bozzano. Eu realmente gostaria de entender o porquê de considerarem as exigências da Bozzano tão ruins (estampar sua marca nos backdrops, explorar a imagem do Flamengo e possuir preferência na renovação do contrato). Ora, será que realmente estamos em condição de demonstrar tamanha soberba com relação a um contrato de patrocínio de mangas que, proporcionalmente, é o maior do Brasil (pois equivale a R$ 5 milhões anuais)? Posso realmente estar falando bobagem, e aqueles que vivem o dia-a-dia e os bastidores do Clube de Regatas do Flamengo tem a total de liberdade de me explicarem melhor as circunstâncias desta negociação.
Bom, continuando com as boas notícias, a tão propalada venda dos jogadores Cristian e André Santos pelo Corinthians para o Fenerbahce vem mostrar a vantagem que se pode auferir ao colocarmos “jogadores nossos” em outros clubes de grande visibilidade nacional e internacional. Cristian, que ao negociar sua saída do Flamengo ano passado continuou atrelado a nós na proporção de 33%, agora nos renderá a quantia aproximada de R$ 6,3 milhões. É um dos melhores negócios já feitos pelo Flamengo, e isto não é um exagero. Ao contrário dos clubes do Rio, falidos e sem poder de barganha, os clubes de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul costumam vender seus jogadores por valores bastante superiores. Se por ventura Cristian tivesse jogado bem na Gávea, fatalmente receberia propostas inferiores, entre metade e um terço dos vultosos 7 milhões de euros que os turcos pagaram.
Mas não parou por aí. O mecanismo de solidariedade da Fifa (que infelizmente contempla apenas negócios internacionais, o que fez com que não recebêssemos nada na venda de Felipe Melo, da Fiorentina para a Juventus, por R$ 70 milhões), desta levará o Flamengo a receber um trocado pela transferência de André Santos do Corinthians para o Fener. A legislação, que destina 5% do valor das transferências aos clubes onde os jogadores atuaram entre os 12 e os 23 anos (http://esportes.terra.com.br/futebol/brasileiro/2009/interna/0,,OI3866302-EI13759,00-Entenda+como+funciona+o+mecanismo+de+solidariedade+da+Fifa.html), resultará em quase R$ 70 mil para o Flamengo (0,5% do valor total). Não é nada, não é nada, mas paga pelos menos os atrasados da portaria do clube...
Pra terminar, as novas raspadinhas dos clubes cariocas, lançadas em parceria com a empresa Hebara, são um estrondoso sucesso. Segundo o site do jornalista Sidney Rezende e a coluna “De Prima” do Lancenet, já teriam sido comercializadas 720 mil raspadinhas desde o dia 10 de julho. O Flamengo, como sempre, lidera as vendas, com 35,1% do total, seguido pelo Vasco (23,4%), Fluminense (20,8%) e Botafogo (20,7%). Mantendo este ritmo, o Flamengo arrecadaria R$ 600 mil em um ano, isto sim, nada desprezível. Portanto, cabe a torcida, como sempre, dar aquela força e fazer com o Flamengo abra mais vantagem sobre os rivais. É a prova de que iniciativas deste gênero podem ser bem sucedidas, noves fora o fracasso da Timemania até o momento.
Bom, é isso.
Mas que a conquista de apenas 2 pontos em 9 disputados em pleno Maracanã é algo de matar, isso é....
E-mails para a coluna: viniciusflanet@gmail.com
|