segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Que Arde Cura. O Que Aperta Segura.

Meus amigos e inimigos do Urublog, não existe coisa no mundo esportivo que eu abomine mais que o chororô dos derrotados. Nem mesmo juízes pusilânimes e venais, incapazes de coibir a violência e o anti-jogo (como o banana de ontem, conivente com o imoral rodízio de faltas que parece ser o único recurso tático do safado ixpórti) me deixam tão furibundo quanto ouvir as chorumelas de torcedores de agremiações exóticas e de camisa feia após suas previsíveis e habituais derrotas.

O sentimento que essa falta de vergonha na cara terminal me provoca é mais sutil que a raiva ou a indignação. O que sinto é uma espécie de constrangimento, que alguém já disse ser a vergonha que sentimos pelo mico pago por outrem.

Por isso que, para mim, a parte mais dolorida e menos suportável das vergonhosas amareladas do Flamengo é ter que ler e aprovar centenas de manifestações de rubro-negros que mais parecem grasnidos saídos de algum ovo extraviado de algum ninho suspeito perdido em um lugar inóspito e sem tradição como General Severiano ou até, valei-nos São Judas Tadeu, o Beira-Rio. O pior é que esses chorões rubro-negros, admitamos logo que essa subespécie exista, têm toneladas de razões pra esse comportamento reprovável.

A principal delas é que as amareladas como a de ontem, vergonhas que deviam ser episódicas e manter intervalos de séculos para se repetirem, passaram a ser fatos corriqueiros e habituais no Flamengo do século XXI. Pois até mesmo psicopatas e alienados da realidade como eu e meia dúzia de malucos que confiam cegamente na pretensa inesgotabilidade do poder de auto-reconstituição do Fuderosão já percebemos que tem algo muito errado acontecendo com alguns elementos do nosso atual elenco.

É evidente que o saco da torcida, trançado em fibra de carbono reforçado com adamantium, chegou ao limite com certos uns e outros. E o elenco do Flamengo não pode ser todo jogado no azeite fervente por causa de alguns. Para preservar o que temos de valor, e temos grandes valores, é nossa obrigação afastar alguns elementos cuja influência tem sido perniciosa ao grupo. Se como meros torcedores nos falta bala na agulha para efetivamente afastar quem quer que seja, podemos muito bem estender nosso dedo acusador na direção de quem consideramos culpado.

Pra começo de conversa, já que vamos cagüetar que ao menos sejamos racionais e coerentes. O problema do Flamengo não é o técnico. Parem com essa babaquice de Fora, Cuca! Como é que podemos esperar um bom trabalho se damos pressão no cara desde o dia em que ele pisou na Gávea? As amareladas históricas e micos-leões-dourados se deram também sob o comando de Ney Franco, Joel e Caio Júnior e se recuarmos alguns anos encontraremos Abéis, Ricardos Gomes e até Cucas encabeçando vexames em vermelho e preto.

Mas, infelizmente, aos verificarmos as súmulas achamos alguns jogadores presentes em TODOS os últimos episódios nefandos da história da Nação. Dizer que esse contumaz comparecimento em dias de acidentes que vitimaram milhões de rubro-negros espalhados pelo globo não significa seria o mesmo que assinar um atestado de burro e mandar ao cartório do Márcio Braga para reconhecer a firma.

Encaremos os fatos. Não pode ser apenas coincidência que no 3 x 0 contra o Defensor na Libertadores 2007, nos 3 x 0 do Nacional em Montevidéu e do América no Maraca, do 3 x 0 pro Patético Mineiro, do 3 x 3 com o Goiás, no 2 x 2 contra a Portuguesa, no 3 x 5 pros genéricos paranaenses na Baixada, na ressaca pré-carnavalesca contra o Resende e na ainda inenarrável cagada da Ilha do Retiro as piores atuações nessas tétricas jornadas tenham sido irmãmente divididas entre Bruno, Léo Moura e Juan.

Falemos em bom português, as atuações desse trio em todas essas oportunidades foi nojenta, vergonhosa e diretamente responsável pelo nosso fracasso. No entanto, mesmo com todos esses deméritos em suas fichas funcionais essa tríade permaneceu intocável em sua altamente contestável titularidade.

Ora, se 3 jogadores dos mais caros e melhor pagos do elenco não são jamais sacados do time que mensagem se está passando para o resto do elenco, principalmente para os recém-chegados? Que na zona em que se transformou o Flamengo se você é um medalhão superestimado e de alto salário pode jogar mal, falhar bisonhamente, se ausentar de partidas decisivas e continuar insistindo nos mesmos erros comportamentais que jamais será barrado. Mesmo que suas falhas individuais joguem no lixo o trabalho duro de meses e causem enormes prejuízos financeiros ao clube.

Não nos esqueçamos que o mundo do futebol é uma meritocracia, onde a mais leve subversão de seus estritos conceitos corrói as bases morais de todo o grupo e desintegra qualquer estrutura. Já bateu meia-noite pra Bruno, Léo e Juan, o baile acabou. Hora do berço. Zé Fini. Falo numa boa e sem rancor, porque acho que os 3 são grandes jogadores, mas o ciclo deles no Flamengo já se completou.

Valeu, Bruno, Léo e Juan. Não vou jamais torcer contra vocês enquanto permanecerem no Flamengo. Mas estou feliz porque pela primeira vez na história do Flamengo vislumbro a temida janela de transferências como uma serventia da casa e da causa Flamenga. Vão na paz, mesmo não tendo conquistado um grande título pelo Flamengo essa será uma saída honrosa para todas as partes. Boa sorte nos seus futuros clubes.

Ah, sim. Como vocês são muito perspicazes devem ter notado que dei uma tremenda aliviada no Ibson, apesar de sua presença jogando mal em quase todos os micos e até mesmo em micos ancestrais de 2004 e 2005. Tá todo mundo puto, mas temos que ser justos pra não perder a razão. O Palestino chegou depois. Mas está sob severa observação.

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