COLUNA DE SEGUNDA-FEIRAHermínio Correa
Apagão geral
Olá pessoal, Saudações Rubro Negras!
Até então, se havia setor que se destacava nos últimos jogos do Flamengo era o defensivo. Em partidas anteriores, quando o time jogou mal a defesa se salvou, quando o time jogou bem ainda assim era o setor defensivo alvo de muitos elogios, co-responsáveis pelos bons resultados.
Mas ontem...
O início de jogo foi para encher o torcedor do Flamengo de esperanças. Na verdade não havia ocorrido um momento de pressão de nosso time. Mas controlávamos bem a partida, não havia muito espaço para um Sport um tanto quanto perdido em campo e foi só tocar a bola com a qualidade que nossos jogadores têm e saiu o primeiro, com Emerson. Mal deu tempo de comemorar e já saiu o segundo, novamente Emerson, um gol de presença, de atacante de área.
Resultado tranqüilo. Dois gols em apenas dez minutos. E se o Sport estava perdido em campo, com o resultado parecia ainda mais descontrolado. O jogo se abria para o Fla, era ter um pouco de calma, esperar pelo nervosismo do time da casa e matar o jogo.
Mas não foi o que ocorreu. O time foi recuando, foi aceitando a pressão do Sport. E em meio a essa pressão, a primeira falha da defesa. Falta de marcação na segunda trave, Bruno sai muito mal do gol, era o primeiro deles. Um minuto depois, lançamento às costas de um apagado Léo Moura, cruzamento na área. Dessa vez quem falha é Angelim e sai o segundo. Mais três minutos: Um chutão da zaga do Sport leva a bola à intermediaria, Angelim novamente não corta e acaba fazendo falta. E da falta, nova falha de marcação na segunda trave, dessa vez do Airton, e saia o terceiro gol. O quarto sai de um chutão na cobrança de falta do goleiro do Sport, novamente a zaga não corta, dá todo espaço para a linha de frente do Sport trabalhar a bola e fazer mais um. Entre o primeiro e o quarto gol, foram 8 minutos de total desatenção.
Porém, somada a toda essa desatenção e falhas individuais, havia o problema de um meio campo pouco criativo, que não fazia a bola chegar à frente. Havia o problema da falta de apoio dos laterais, em tarde pouco inspirada. Fato é que, apesar dos gols feitos, o Flamengo não jogava.
No segundo tempo, o time não deixou de buscar o resultado. Passou a correr mais, ainda que sem muita objetividade. Mas o estrago já estava feito. O Flamengo voltou aos seus dias de fraco futebol e foi duramente penalizado por isso.
De toda a frustração, quero tentar relevar a atuação da defesa, por mais que tomar quatro gols em oito minutos beire o absurdo. Realmente errou bastante, comprometeu o resultado, mas até pelos últimos jogos fica a impressão que não passou de uma tarde das mais infelizes. Já com relação aos laterais, está cada dia mais difícil não imaginar banco para pelo menos um deles. Léo Moura é sim bom jogador, tem moral nesse time do Flamengo, mas suas atuações são cada dia piores. Talvez seja momento do Cuca repensar a montagem dessa equipe.
O resultado acabou sendo uma ducha fria em toda aquela euforia pela chegada do Adriano, e deixa escancarado que os problemas da equipe de falta de criação no meio campo e mal rendimento de peças fundamentais como os laterais podem sim transformar o Flamengo em uma equipe qualquer, a ponto de perder para o Sport como foi ontem, ainda que tendo sido fora de casa.
O próximo desafio é contra o Coritiba, penúltimo no campeonato, novamente fora de casa. Pelas circunstâncias e pelo momento das equipes, a vitória torna-se necessária para restabelecer os rumos do Flamengo nesse início de Brasileirão. Se entramos nessa rodada cheio de expectativas em alcançar o G4 e saímos dela com um péssimo resultado e na 11ª colocação, já é por si, um grande motivo para rever o planejamento. Ainda bem que há uma semana inteira pela frente para que os jogadores e comissão técnica entendam a importância não só do que ocorreu em Recife, mas do que tem que ser feito já a partir do próximo domingo em Curitiba.
Agora é pagar para ver.
Grande abraço, até segunda e Saudações Rubro Negras, sempre!
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