segunda-feira, 1 de junho de 2009

COLUNA DE SEGUNDA-FEIRA
Hermínio Correa


A estréia em três atos

Olá pessoal, Saudações Rubro Negras!

Primeiro ato: Torcida

Pode parecer redundância mas, que torcida é essa?
Me atrevo a responder. É a maior do mundo. E que não cansa de mostrar isso sempre, ainda mais quando motivada. É apenas a quarta rodada do campeonato Brasileiro, o Flamengo nem anda tão por cima da tabela ainda para se justificar, mas quase 72 mil pessoas estiveram ontem no Maracanã apoiando o time e fazendo uma festa maravilhosa.

É uma torcida de orgulho renovado, de cabeça erguida e identidade cada vez mais autêntica. É uma torcida que foi ver o retorno de um idolo do futebol brasileiro que mostrou ser, acima de tudo, um verdadeiro rubro negro. E tal como deveria ser, essa torcida o reverenciou em sua estréia com a devida grandeza: Com criatividade, amor ao Flamengo e festa, muita festa na favela. O que se viu ontem foi espetacular.

Tomara que a velha química, entre o time em campo e a torcida nas arquibancadas, reacenda a expectativa de ver o Flamengo demonstrando e provando sua grandeza nesse campeonato.

Segundo ato: Partida

Só deu Flamengo. Dadas as várias chances claras de gol, diria até que o resultado de 2x1 pode induzir a se imaginar um equilibrio não percebido dentro de campo. Com um pouco mais de capricho, o resultado teria sido maior. A equipe vem mostrando, jogo após jogo, que está arrumada. Se impôs, como deve ser dentro de casa, já desde o primeiro minuto – exemplo a cabeçada do Léo Moura sendo salva em cima da linha - e deixou claro que agora a preocupação das defesas adversárias tem que ser redobrada com o ataque Rubro Negro. Mostrou volume de jogo, equilibrio nas saídas de bola, boa marcação e maior criatividade no ataque.

Não se pode chamar ainda de “exibição perfeita”, tão pouco o adversário serviu como parâmetro na partida de ontem, mas o Flamengo já mostra ter um padrão de jogo bastante uniforme, sem altos de baixos. Méritos para o Cuca, que conseguiu mudar a cara da equipe nesse período entre o fim do estadual e o atual momento no campeonato brasileiro.

Tomara que a diretoria trabalhe muito bem e consiga que o clube se mantenha fortalecido após a tão famosa janela de transferências, seja liberando aqueles que não tem espaço, mantendo que vem jogando bem e eventualmente trazendo reforços puntuais e de qualidade.

Terceiro ato: O imperador

Quando Adriano anunciou ter perdido a alegria de jogar, muitos – ainda que assustados com tamanha coragem – aplaudiram não apenas o atleta, mas o homem Adriano. Isso porque ele provava que a felicidade do ser deveria vir acima de qualquer valor material. Era uma declaração de abandono ao supérfluo e de retorno às origens, ainda que humildes. E naquele momento mal sabíamos que esse processo de reencontro com a felicidade passaria pelas portas da Gávea.

Gávea esta que poucos anos atrás, por absurdas peripécias de dirigentes, lhe voltou as costas. Usou Adriano como moeda de troca, desprezando mais uma “cria Rubro Negra”. Verdade é que o mundo deu suas voltas. Transformou o “bonecão de posto” em “Imperador”. E mesmo nessas voltas, uma coisa permaneceu viva dentro dele: O amor ao clube que o criou.

E o que aconteceu ontem no Maracanã foi apenas o reencontro.

Adriano mostrou dentro de campo ser o jogador que faltava ao Flamengo. Por ele passaram as mais importantes jogadas da partida, através dele sairam as maiores chances de gol do Flamengo. De sua simples presençana área, sua simples sombra, saiu o primeiro grito de alegria dos flamenguistas na tarde de ontem. E de sua própria cabeçada surgiu o segundo gol, já profetizado em entrevista na saída para o intervalo

E fora de campo Adriano resgata a alegria de ser Rubro Negro, a alegria de ver o Maracanã cheio em dia de jogo do Mais Querido, a alegria de ver o Manto Rubro Negro sendo notícia pelo mundo. Por conta dele, uma narração de gol deixa de ser aquele grito comum para ser uma expressão emocionada: “Aos súditos Rubro Negros, eis o imperador” - Narração do gol, por Eduardo Moreno – Sportv / Premiere.

Por conta dele, faço alusão ao “Habemus Papam” e brinco um pouco com o latim:

“Annuntio vobis gaudium magnum; Habemus Adriano!!”

“Anuncio-vos uma grande alegria; Temos Adriano!!”

Grande abraço, até segunda e Saudações Rubro Negras, sempre!

Flamengo Net

Comentários