O debate sobre a recuperação financeira do Flamengo cada vez esquenta mais. O último round começou com aquela entrevista do Leonardo e a tal sugestão de “VENDE”, que ele teria sinalizado como sendo a única saída para o clube. Acredito que ele falou realmente sobre uma quebra de paradigma, muito mais que uma estratégia específica e pré-determinada.
Com tudo o que se publicou na seqüência, esse caminho deve ser levado a sério, fazendo os ajustes que sejam necessários para que se consiga unir todo mundo em benefício do rubro-negro. Uma das idéias é a da Sociedade Empresária, tese de campanha do presidente Márcio Braga. O POST do Vinícius Paiva trouxe mais elementos para a discussão inclusive nos COMMENTS.
Imaginem se Portugal se recusasse a aceitar a independência do Brasil, com base no fato de que a colônia era propriedade da Coroa, e que tivesse armas ( jurídicas e/ou militares ) para fazer valer essa discordância. Os brasileiros iam deixar barato? Seríamos colônia até hoje? Óbvio que não!
O Flamengo que nós discutimos é uma colônia do Clube de Regatas do Flamengo. Só que é muito, muito maior do que parece que os mandatários do CRF gostariam que fosse. A independência é uma necessidade urgente, inadiável. Pode e deve ser feita, preferencialmente de forma amigável, inteligente, criativa e benéfica para ambas as partes. Já passou da hora de termos uma entidade Flamengo profissional, independente, altamente competente e inserida na realidade do FOOTBALL BUSINESS. Uma coisa que consiga crescer e se tornar uma potência futebolística mundial a curto e médio prazos. E, não menos importante, liberando o Clube de Regatas do Flamengo Pessoa Jurídica, dos problemas e amarras que emperram a vida normal de um clube recreativo como dezenas ou centenas de outros pelo Brasil afora, todos bem montados, modernos, atuais, bem freqüentados, com suas finanças em dia e sua realidade própria. Exemplos há aos montes, como o Minas, o Pinheiros, o Monte Líbano, o Tijuca e tantos, tantos outros. Aqui, no interior de São Paulo, na cidade onde moro, com pouco mais de 200 mil habitantes, há dois clubes desse tipo, independentes, pujantes: A Prudentina e o Tênis Clube. E outros menos votados também. A Prudentina tinha futebol. Depois que parou, o clube disparou e hoje é um orgulho para seus associados.
Então, o que está faltando? O grito do Ipiranga, o dom Pedro I do Flamengo, aquele que vai chegar às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, gritar a seus acompanhantes o “laços fora” e proclamar a Independência do Futebol do Flamengo. E convocar a Nação para defender esse direito. Porque é de DIREITO que se trata. O DIREITO de cada rubro-negro voltar a ter orgulho de sua camisa e de seu time. O DIREITO de cada flamenguista de conquistar tudo, com a força de seus 35 milhões de torcedores apaixonados, abandonados pelos que comandam esse organismo, porque o Flamengo hoje é isso, um organismo esdrúxulo, uma criatura que, por ser um híbrido, é por conseqüência, estéril. O DIREITO de participar ativamente, através de um projeto que envolve apenas o futebol, que é praticamente a única paixão que move a maioria absoluta desses torcedores espalhados mundo afora.
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