Em 08/07/2004 eu enviei um texto ao Juan Saavedra, concorrendo com alguns outros colegas a uma vaga como blogueiro da Flamengonet. Éramos quatro concorrentes e eles me escolheram, sei lá eu por que.
Ultimamente vi que estamos ameaçados de ficar sem a Jade, a Daniele e o Diego, além do basquete e do futebol de salão. Pior: dizem que a Nike vai melar o pré-acerto com a Olympikus e que a Petrobrás vai reduzir o valor mensal do patrocínio, além de haver cotas do ano passado que ainda estariam bloqueadas. E como desgraça pouca é bobagem, a Timemania micou, o processo de arrendamento do Maracanã parece que vai virar licitação para cessão definitiva do complexo total e vai demorar muito mais tempo do que se pensava.
Fui reler o texto, aquele primeiro, que foi escolhido pela administração do BLOG. Sabe o que mudou? NADA! Continuamos desprezando a torcida mais apaixonada e numerosa do Brasil e, de chapéu na mão, mendigando adiantamentos de cotas de TV e outros que-tais. Republico o texto, quatro anos e meio depois. É triste.
Penso que o tema em si é o maior erro que cometemos, de uma maneira geral: quase todos estamos esperando algo do Flamengo, um evento quase sobrenatural e espontâneo, que mude as coisas e alivie esse incômodo que vai se perpetuando. No máximo usamos alguma mídia para cobrar mudanças ou criticar o que não nos agrada. É uma atitude passiva e reativa. É preciso achar uma forma de canalizar o potencial de criatividade e mobilização que, dentre 35 milhões de torcedores, deve existir, e achar soluções que partam de nós, para nos salvar do abismo em que o clube caiu. Venho fazendo sugestões pelos e-mails do Flamengo, desde a gestão Edmundo. Concluí que eles estão tão ou mais perdidos do que qualquer um de nós. É preciso criar a revolução! Uma continha simples: Precisamos de umas 35 idéias muito criativas, simples de executar, para divulgar até aos mais isolados rincões rubro-negros do país e que resultem no saneamento rápido e definitivo das finanças, na reengenharia da gestão e, principalmente, no direcionamento rumo a um grande time, com peças de reposição constantes e catalisador para uma entidade tão grandiosa quanto nossa torcida e a paixão que ela devota ao Flamengo. E por que 35? Apenas um chute: parece estatisticamente improvável que 0,000001% da torcida não tenha capacidades muito além das normais para propor coisas que revertam o caos e o transformem em ordem, progresso e futebol. Onde estarão esses 35 rubro-negros iluminados? Por que não se apresentam, porque não põe suas idéias num painel para discussão e debate, porque não usam seus dons para liderar essa mudança? Vamos procurá-los, vamos convencê-los a agir. A alternativa é tão triste que eu me recuso a considerá-la. Uma vez perguntei a um primo se ele não pensava em ir para um país do primeiro mundo, ficar rico e famoso, sem os problemas do Brasil Ele respondeu que não e eu quis saber por que. Ele respondeu simplesmente que não tinha nenhum país que tivesse Flamengo, então ele preferia ficar no Brasil.
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