COLUNA DE SEXTA-FEIRA - André Monnerat
2008 x 1992
Muita gente reparou na coincidência entre a rodada decisiva deste fim de semana e a que, em 1992, definiu a ida do Flamengo para a decisão em que conquistou seu último título brasileiro. Como naquele ano, os rubro-negros terão agora que torcer para o Vasco conseguir uma vitória em São Januário sobre o São Paulo para continuar com chances de ganhar o campeonato. Até Caio Júnior andou dizendo que está acreditando no poder místico desta repetição de circunstâncias.
Mas é bom dizer que há diferenças bem importantes entre as duas situações. Uma, óbvia: o Vasco, na época, era um grande time, que também lutava pelo título - e não a equipe fraca de hoje, que joga sua vida na luta contra o rebaixamento. E Edmundo, que fez o golaço que definiu o placar da partida enquanto ouvia os gritos de "Entrega! Entrega!" que saíam das arquibancadas de São Januário, era um craque em surgimento, 16 anos mais novo que o atleta em fim de carreira que vemos hoje.
E há ainda mais uma observação importante a ser feita - desta vez, sobre uma semelhança definitiva entre a situação rubro-negra em 1992 e 2008. Assim como aconteceu naquele campeonato, não vai adiantar nada o Vasco fazer seu trabalho contra o time do Morumbi se o Flamengo não cumprir sua tarefa. Na campanha do penta, o Flamengo precisou bater o Santos no Maracanã para que o resultado de São Januário servisse para alguma coisa. Agora, na luta pelo ainda distante hexa, o adversário da vez é o Cruzeiro. Ou o Flamengo ganha, ou a ingrata torcida por Renato Gaúcho e comandados não vai adiantar de nada.
Sei que tem muito rubro-negro que tem urticária só de passar pela cabeça a idéia de torcer pelo time da cruz de Malta. E pior ainda é ter que esperar um resultado deste time do Vasco, seguramente uma das piores defesas que eu já vi na minha vida - incluindo aí todos os times de pelada em que joguei ou que enfrentei. Que o Flamengo não faça essa tarefa inglória de seus torcedores ser em vão.
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