quinta-feira, 18 de setembro de 2008
COLUNA DE QUINTA-FEIRA - Raphael Perret
Amor incondicional
Depois de seis partidas invicto, apresentando melhoras evidentes em seu jogo, o Flamengo faz uma atuação sofrível e sucumbe diante do São Paulo, em um Morumbi repleto de rubro-negros. O que aconteceu? Não vou chover no molhado quase uma semana depois.
Só fiquei preocupado ao ver nobres companheiros jogando a toalha e xingando técnico e jogadores, como se lhes faltassem vontade de vencer. Não, não lhes faltam. Pessoal, ainda não é o fim do mundo. Afinal, perdemos para o São Paulo, um bom time (é preciso admitir, por mais repulsa que esse clube cause em qualquer rubro-negro) que atuou com frieza e eficiência no domingo. Catástrofe seria perder no Maracanã para o Ipatinga (toc, toc, toc).
A derrota foi doída porque, além de cairmos muito na tabela, as atuações anteriores do Flamengo nos deram esperanças de jogos cada vez melhores, e as falhas individuais e coletivas do time - e do técnico -, ocorridas de forma tão contundente, expuseram, com muita clareza, os problemas de uma equipe que ainda se acerta depois de receber novos jogadores. Um defeito, pelo menos, foi levantado ainda na boa vitória sobre o Figueirense: a facilidade para entrar na área rubro-negra, denunciando a falta de combatividade do meio-campo. Levamos dois gols de um dos piores times do campeonato, que milagrosamente não aparece na zona de rebaixamento. No domingo, enfrentamos um time conhecido por sua competente postura defensiva, de muita marcação e um posicionamento tão perfeito que forçava demais o erro dos passes do Flamengo. Deu no que deu: 2 a 0, inapeláveis. Logo, cabe a Caio Júnior corrigir os erros e aos jogadores se empenharem na tarefa.
O fundamental, agora, é termos em mente que, apesar do tempo de reação cada vez menor, a atuação desse jogo não acaba com o sonho do hexa ou com a possibilidade da vaga na Libertadores. Lembram-se do primeiro turno? O Flamengo também estava invicto e perdeu no Maracanã para o São Paulo por 4 a 2. Em seguida, aplicamos três vitórias consistentes contra Ipatinga e Sport, fora de casa, e Náutico, dentro do nosso maior templo. Nas nove primeiras partidas do Brasileiro, o jogo contra o São Paulo foi a única derrota. E o desempenho pode se repetir tranqüilamente no returno contra os mesmos adversários.
A tabela até o final do torneio está sob medida. Teremos treze jogos, dos quais nove serão no Maracanã (dois clássicos). Para se ter uma idéia, em 2007, faltando treze jogos para o fim do campeonato, tivemos oito partidas no Rio (dois clássicos). Ao todo, vencemos nove vezes, empatamos uma e perdemos três. Um aproveitamento de 71,7%, que nos levou da rabeira ao terceiro lugar. Se repetirmos essa performance, chegamos aos 68 pontos, um resultado melhor que o do vice-campeão do ano passado. Ficaríamos, ainda, nove pontos abaixo do vencedor de 2007, mas lembremos que o São Paulo levou o título com o pé nas costas. O equilíbrio de 2008 provavelmente terá um campeão com menos de 77 pontos.
A missão é difícil, companheiros. Mas, convenhamos: será mesmo impossível não perder pontos para Ipatinga, Sport, Atlético-MG, Vasco, Portuguesa, Botafogo e Goiás, no Maracanã, e para o Náutico, em Recife? Repetir uma arrancada como a de 2007 só é possível quando os personagens são guerreiros, valentes e heróicos. E poucas instituições são mais míticas do que o Flamengo e sua torcida. Portanto, vamos lá, galera, gritar, apoiar, empurrar o time. Precisamos recuperar a magia de 2007, quando o casamento com a equipe funcionou perfeitamente. A união, hoje, precisa só de alguns pequenos ajustes. Mesmo com suas falhas, o time pode contar conosco. Nosso amor pelo Flamengo é incondicional.
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Ipatinga - a vitória é fundamental não apenas pelo favoritismo ou pela simples pretensão de maiores vôos, mas porque a rodada é ligeiramente favorável: embora enfrentem adversários mais frágeis, todos os times acima do Flamengo jogam fora de casa, com exceção do Palmeiras. Com alguma sorte, conseguimos voltar ao G4 já às 20 horas de domingo. "Basta" que São Paulo, Botafogo e Vitória não ganhem de Sport, Portuguesa e Inter. Ah, e que o Flamengo vença, é óbvio.
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Ipatinga II - acabo de ler que vamos de Josiel e Vandinho na frente, MPB no meio e Everton no banco. Hum... Sei não. O ataque me parece mais pesado (não tanto quanto com Obina, é claro) e acho que Kleberson e Ibson não protegem a zaga com a mesma segurança que Aírton e Toró. Já Marcelinho no meio pode funcionar, porque ele ainda está lento na movimentação no ataque, e sua visão de jogo deve ajudar na construção das ações ofensivas. A conferir.
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Série B - ora, ora, corremos o risco de ver nossos dois grandes rivais na Segundona no ano que vem. Vai ser divertido. O único problema serão os dois jogos a menos no Maracanã em 2009...
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