Nós até começamos bem o jogo, apesar do alto número de passes que errávamos. Marcamos por pressão o Ipatinga, que mal passava do meio-campo, e o gol parecia questão de tempo. Criávamos boas jogadas pelos lados do campo, mas ou errávamos o último passe ou aparecia um jogador do time mineiro para travar as nossas finalizações. O tempo foi passando, o gol não saía e nossa pressão diminuiu. O time caiu de produção e, quando Caio Junior ensaiava a entrada de Sambueza, Marcelinho e Everton fizeram boa jogada que culminou no gol do jogo. Fomos para o intervalo ganhando por 1 a 0 e com a impressão de que o segundo tempo seria um passeio. Não foi.
Eis que nosso treinador resolveu experimentar Fierro, em lugar de Everton. Abriu o chileno pelo lado direito, para jogar junto com Leonardo Moura. Logo no começo, quase o segundo gol. Primeiro com Ibson, depois com Kléberson. Parou por aí. Caio ainda tentou avançar ainda mais o time, tirando Jaílton e abrindo Sambueza pelo lado esquerdo. Também não funcionou. E não funcionou porque tanto o chileno quanto o argentino jogaram abertos pelas pontas. Faltou movimentação, para confundir a marcação. Esse esquema é interessante, mas para que dê certo, precisa de muito treino. Só que, na semana que antecedeu o jogo contra o Ipatinga, em nenhum momento Caio Junior testou essa formação.
E é aí que está o erro. Nosso técnico, durante a semana, testou Marcelinho no meio, com o ataque formado por Vandinho e Josiel. Também é uma opção interessante. Quando mexeu no time, primeiro promoveu a volta de Everton aos titulares em lugar de Vandinho, e depois, sacou Jaílton para a entrada do ex-goleador do Avaí. No jogo fez tudo diferente. Treinar uma coisa durante a semana e fazer outra na hora do jogo não é bom. Soa como invencionice.
Eu gosto do esquema com dois pontas. Acho que o jogo ficará mais fácil, tanto para Juan como para Leonardo Moura. Kléberson e Ibson mostraram que sabem marcar. Ambos roubam a bola o tempo todo. Podem, tranqüilamente, segurar a onda do meio-campo. Desde que os pontas voltem para compor. Para que abramos mão de jogar com o terceiro zagueiro, nossa defesa precisa avançar, marcar mais na frente. Assim, diminuiremos o espaço entre meio-campo e defesa. Seremos mais compactos. Mas para que a coisa funcione, é preciso treino. Muito treino. E não chegar na hora do jogo e tentar, na base da conversa, inventar uma situação nova.
A tabela nos é favorável. Mas vamos precisar jogar mais se quisermos, de fato, aspirarmos ao título. Temos um elenco recheado de opções. Mas Caio Junior precisa escolher um caminho e acreditar nele. Precisamos entrosar as peças. E só conseguiremos isso com muito treino. Não dá para fazer uma coisa durante a semana nos treinamentos e outra, bem diferente, nos jogos. Assim não vai.
Até terça!
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