quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Um alento do ano passado


Futebol nem sempre tem muita lógica. Às vezes, mesmo um time fraco consegue resultados surpreendentes. Vide o campeonato brasileiro passado. No dia 5 de setembro, o Flamengo enfrentaria o Figueirense no Maracanã, depois de dois resultados frustrantes: os empates com Botafogo e Sport, verdadeira ducha de água fria numa torcida que vinha embalada por boas vitórias sobre Juventude e Goiás. Não por acaso, apenas 11 mil pessoas se aventuraram a pagar ingresso numa noite de quarta-feira, mesmo sem chuva e com temperatura agradável.

A escalação do time não era nem um pouco animadora. Joel Santana não poderia contar com vários jogadores: Fabio Luciano, Juan, Roger (então titular) e Souza, todos suspensos, e Ronaldo Angelim, lesionado. Maxi tampouco foi aproveitado. A opção foi escalar jovens formados na Gávea, sem a confiança da torcida, como Rodrigo Arroz e Egidio, e outros não muito bem vistos, como o atacante Leonardo.

Claro que o jogo seria difícil. O Flamengo abriu o placar, num gol contra, mas o Figueirense empatou no finalzinho do primeiro tempo. Depois do intervalo, os catarinenses tiveram chances de virar o jogo, mas Obina trouxe o alívio, justamente no momento em que o time sofria mais pressão. Dali em diante, viria a goleada, com gols de Ibson e Paulo Sergio.

Um resultado importante, que tirava o Flamengo da zona de rebaixamento. Começava ali o altíssimo aproveitamento como mandante. Ganharia em seguida todos os jogos contra clubes forasteiros: Cruzeiro, Atlético-MG, São Paulo, Grêmio, Corinthians, Santos e Atlético-PR.

E tudo isso começou com a seguinte formação: Bruno, Leonardo Moura, Rodrigo Arroz, Thiago Sales, Egidio, Romulo, Cristian, Ibson, Renato Augusto (Léo Medeiros), Leonardo (Toró), Obina (Paulo Sergio).

Não temos a pretensão de reduzir a justa revolta de ninguém. A torcida tem que cobrar, mesmo, dentro de padrões civilizados e dos canais adequados.

Só uma coisa: tem muito campeonato pela frente para jogar a toalha.

Nessas horas, o melhor conselheiro é o pragmatismo. Vamos mirar num objetivo realista e coerente, que é a vaga na Libertadores. Impor a conquista do Brasileiro como obrigação é impor uma meta desejável, mas não totalmente factível. Isto porque em momento algum o Flamengo teve status de favorito absoluto - era um dos tantos em condições de disputar o título. E uma das razões dessas reações explosivas, criminosas ou não, é o peso quase insustentável de uma expectativa gerada por 16 anos sem um dos títulos que a torcida quer.

O que vier - de bom ou de ruim - será consequência da somatória de rodadas. E a próxima vale três pontos. Mesmo desfalcado, o Flamengo pode vencer o Atlético-PR, outro que tenta sair de uma crise. Para quem tem pouca fé, aí está o exemplo de uma equipe que, anote, foi escalada com Arroz, Egidio e Thiago Salles.

* LEIA MAIS SOBRE o JOGO: http://www.flamengo.com.br/portal//AgenciaFla/Flamengo-derrota-o-Figueirense-no-Maracana

** VEJA OS MELHORES LANCES:
http://www.youtube.com/watch?v=WRiEyfZJcVs


*** Na foto, o atacante Paulo Sergio.

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