Volto de curtas férias (em setembro tiro o resto, ainda bem) em meio à crise na Gávea. Uma crise ampliada por vários fatores: excesso de otimismo no começo do campeonato e a ansiedade pra ganhar um título que temos mais que todo mundo (agora junto com o SPFC), além da natural e historicamente justificável expectativa da nação em relação a seu escrete. É isso mesmo, o Flamengo está destinado a ser grande, vencedor, campeão. Quase como um mantra, vamos repetindo: as más administrações recentes têm nos desviado dessa glória. Tudo verdade. Mas eu quero aqui colocar essa crise em perspectiva e tentar chegar a um bom termo com a massa ensandecida de raiva e cheia de razão.
O Flamengo continua uma bagunça, mal administrado, endividado até o pescoço, refém de empresários e mais mil problemas de conhecimento de todos e outros tantos de que ninguém nem desconfia (os piores). Nesse cenário, qual seria o destino de qualquer clube que não seja o Mengão? Acertou quem respondeu rebaixamento. Agremiações menores, mas também tradicionais, como o Corinthians, o Grêmio, o Palmeiras, o Atlético-MG, o Fluminense e o Botafogo já cumpriram esse desabonador roteiro. Pois bem: com exceção do Corinthians e do Atlético, todos os demais melhoraram suas gestões após o fiasco. Isso não quer dizer que o rebaixamento seja remédio infalível para times mal administrados nem que o exemplo deva ser aplicado na Gávea. Nada disso. O Flamengo, como eu disse antes, é muito maior. Justamente por isso se superou nos anos passados e afastou com suas próprias forças a ameaça da vergonha.
Sendo assim, nosso Mengão deve aprender a usar seus superpoderes de forma mais equilibrada, ao longo do ano todo, ano após ano. O Flamengo precisa saber durar mais de 10 rodadas ou os três meses do Estadual. Brasileiro não se ganha em um semestre. Minha tese é: o clube tem de trabalhar com foco e planejamento para sempre ficar entre os quatro primeiros do Brasileiro. Todo ano. Estar sempre na Libertadores. Entrando pra chegar nas primeiras colocações, uma hora vai acabar campeão. Sem contar que, nesse caminho, ainda podemos ganhar uma Libertadores. Nada mal, não?
O time
A volta de Toró e o bom futebol do Juan na quarta-feira foram os destaques positivos da semana. Continuamos com o grave (e já crônico) problema de armação no meio campo. Quando vejo Jaílton e Cristian tentando criar as jogadas fico com vontade de mudar de canal. E o Ibson? O que se passa com ele? Acho que está se ressentindo de falta de alguém mais criativo a seu lado. Nesse cenário, eu tendo a concordar com o camarada Alex do Triplex: improvisar ali o Juan e o Leo Moura faz muito mais sentido que mandar o Fabio Luciano pro ataque.
Mico da semana
Preciso dizer? O atentado sofrido pelos jogadores, em plena Gávea, mostra a bagunça que impera no clube. Quem são esses torcedores? Como eles entraram? Por que não foram impedidos de sair pela polícia. Aliás, por que ninguém chamou a polícia?
Gol da semana
Salários em dia. E até com adiantamento. Espero que vire norma.
Personagem da semana
Vandinho. Entrou contra o Cruzeiro, meteu um gol de artilheiro. Saiu machucado aos cinco minutos no jogo seguinte.
Para ficar ligado
No começo do campeonato falávamos do bom preparo físico da equipe, capaz de correr até o fim. O que aconteceu? Gostaria de ver um desses inúmeros repórteres que cobrem a rotina do clube fazer uma boa entrevista com o Ronaldo Torres pra explicar a queda nesse quesito.
A rodada
Último jogo jogo do turno, muitos desfalques, torcida desconfiada. Se estivesse no Rio, eu iria ao Maraca pra apoiar nossos jogadores. Vamos incentivar, galera. Temos condições, como no ano passado, de conquistar uma vaga na Libertadores. Já foram 18 finais. Ainda temos mais 20. Eu acredito!
Bom final de semana a todos.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
COLUNA DA SEXTA-FEIRA - Ricardo Amorim
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O objetivo é a Libertadores. De 2009, 2010, 2011...
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