Hermínio Corrêa é o novo colunista do Blog
Com a licença-paternidade de Alex Souteiro, o Alex do Triplex, o Blog da FlamengoNET está incorporando um novo colaborador para as colunas das segundas-feiras. O nome dele é Hermínio Corrêa, carioca, 28 anos, hoje morando em Curitiba depois de uma temporada em Belo Horizonte. Sua primeira lembrança em um estádio de futebol foi em 1987, ao lado do seu pai, nas semifinais do campeonato brasileiro, quando viu o Flamengo derrotar o Atlético-MG (3 a 2), com Zé Carlos, Leandro Silva, Leandro, Edinho, Leonardo, Andrade, Ailton, Zico, Renato, Bebeto e Zinho, sim, era essa a formação que vestia o Manto Sagrado em 3 de dezembro de 1987.
Desde então, ele leva a sério o lema “onde estiver, estarei”. Há menos de duas semanas, ele e um amigo dividiram o volante num bate-volta de carro, de Curitiba para São Paulo, só para ver o Flamengo no Canindé. Pouco mais de oito horas depois do apito final de Evandro Rogério Roman, ele já estava em casa, partindo para uma agência da Caixa Econômica Federal, onde trabalha há cinco anos. Seu único vício é colecionar Mantos. O estudante de Economia (UFPR) acumula 87 camisas que guardam um pouco da história do clube mais querido do Brasil.
Alex do Triplex continua integrando a equipe do Blog da FlamengoNET, com posts eventuais e no colegiado da Administração.
COLUNA DE SEGUNDA-FEIRA - Hermínio Corrêa
Tomou um susto com a estranha tabela acima? Infelizmente, não há do que se assustar. Esta planilha (clique sobre a imagem para ampliar) mostra um dos “vários ‘campeonatos’ dentro do campeonato”, como gostam de ressaltar alguns analistas esportivos. São os números da campanha das 20 equipes entre a 12ª e a 17ª rodadas, exatamente as seis deste incômodo jejum de vitórias. Quando o Flamengo começou a descer ladeira abaixo.
O time perdeu peças importantes por causa da tal janela de negociações com o exterior e começou a sofrer com constantes contusões (permitam-me, por favor, esses parênteses: Tardelli, parceiro, você não vinha jogando absolutamente nada, mas independente de qualquer coisa, que Deus te ilumine em sua recuperação). Desde então, nada mais funciona.
É chover no molhado falar da inoperância do ataque ou da ineficiência do meio campo; das falhas de marcação, que sempre nos castigam com gols; ou da incompetência de nossos dirigentes, que assistem à saída de atletas importantes sem que tenham feito o devido planejamento para a imediata reposição.
Queria meter o dedo na ferida, mas para não ser repetitivo, faço coro às palavras do Arthur Muhlenberg em seu post ontem à noite: a verdade é que ninguém está jogando nada!
Até falar disso está cansando. O “sangue nos olhos” pela vitória e a “faca entre os dentes” parecem não existir justamente nesse momento de dificuldades. Campeonato de pontos corridos não premia boas partidas, premia pontos conquistados. E o Flamengo não está fazendo nem uma coisa nem outra.
Passado o estresse mais imediato depois de uma atuação ridícula, já com o sangue mais frio, pensemos unicamente no que nos restou, no time que temos agora. Esqueçam as saídas e desconsiderem qualquer eventual nova contratação. A pergunta que fica é: com esse elenco, a 19ª colocação é compatível? Pensem, analisem, escalem: Bruno; Jailton, Fábio Luciano, Angelim; Léo Moura, Christian, Toró, Ibson e Juan; Obina e Tardelli. Por favor, desconsiderem uma ou outra alteração aqui e ali, apenas tomem como base o time que vinha sendo escalado. E enfim, pergunto: esse time aí é pior do que equipes como Atlético-MG, Ipatinga, Portuguesa, Vasco?
Porque a resposta é “sim”, a considerar as seis últimas rodadas. É incrível, mas o Flamengo que era líder absoluto do campeonato está conseguindo um pior desempenho do que o de rivais nitidamente mais fracos.
Vamos combinar o seguinte: esqueçamos todas as desculpas anteriores como a camisa azarada, os jogadores vendidos, os não contratados, as entrevistas pós jogo com as declarações de praxe – “jogamos bem, pena que não vencemos” –, e a pressão que deixamos de fazer por entrar no gramado do Maracanã há décadas do lado esquerdo das cabines de rádio. Vamos esquecer qualquer dessas desculpas que querem nos empurrar goela abaixo.
Ainda assim pergunto, sinceramente: esse time não poderia fazer uma campanha menos desastrosa nas ultimas seis rodadas?
Um ou outro jogador mal em campo, vá lá. Mas todo mundo mal – diretoria, comissão técnica e jogadores -, não tem explicação. A sensação é de que todo mundo se perdeu, completamente.
Sei que, logo na minha estréia oficial no Blog, é chato deixar uma questão em aberto. Mas confesso que não consegui, até agora, encontrar uma boa explicação para uma queda tão radical, que, em caso de insucessos nas duas próximas rodadas, pode igualar a série de oito jogos sem vencer que, no ano passado, culminou com a fritura e posterior demissão do técnico Ney Franco.
Não tenho uma explicação, mas os responsáveis pelo futebol do clube nos devem uma. E bem consistente.
Até segunda e saudações rubro-negras, sempre!
|