Não gosto de apontar o dedo para esse ou aquele jogador, embora a queda de rendimento de alguns titulares importantes seja flagrante. Prefiro me ater a outro aspecto de nossa queda de rendimento. Nosso técnico, Caio Júnior, parece perdidinho da silva. Um dia Éder começa jogando, no outro sequer é relacionado para o banco de reservas. Tardelli um dia é meia, no outro, atacante. Toró era primeiro volante quando se machucou e entrou contra o Cruzeiro na estranhíssima função de volante-atacante (pelo menos esse foi o posicionamento maluco do jogador na partida). A desesperada idéia de colocar Fábio Luciano na ponta-esquerda foi a cereja do bolo de desatinos que Caio Júnior tem assado.
É chato bater na mesma tecla, mas antes da abertura da maldita janela nosso treinador tinha encontrado a formação certa. Um volante quase como terceiro zagueiro, dois volantes-meias (não em linha, mas um mais adiantado que o outro) e um ponta-de-lança, ou meia-atacante, que deveria encostar mais nos atacantes e entrar na área. Era simples e funcionava bem. Com a saída de Renato Augusto e Marcinho e a contusão de Kléberson, Caio tentou Jonatas, Tardelli e Ibson na posição. Se não conseguiu vencer, pelo menos o time exibia organização em campo e até dominava seus adversários. Mas as vitórias não chegaram, os gols não saíram, os reforços não vieram e Caio perdeu o rumo.
A volta da Tropa de Elite foi um indício. E a escalação bisonha da partida contra o Cruzeiro, a confirmação de que nosso técnico se perdeu. Aírton entrou bem contra o Palmeiras, treinou entre os titulares e, na hora H, ficou de fora. E no jogo, a organização que ainda possuíamos sumiu, graças à confusão inventada por Caio. Jaílton tentava, meio na vontade, escapar pelo lado direito do campo, onde deveria estar Leonardo Moura, que fechava pelo meio sem objetividade alguma, assim como Ibson, que começou o jogo atrás de Toró. Esse não sabia bem onde deveria jogar. Não foi atacante, meia e nem volante, apenas correu – errado – feito um louco pelo campo. Christian era, ora volante, ora ponta-direita, mas, sem cacoete nem vocação, nada arrumava quando subia ao ataque. E Erick Flores, coitado, jogou em uma posição mais louca ainda. Tentando ser um meia para um atacante só, um isolado Obina, que tentava o que podia, mas pouco conseguia.
Para piorar, Caio mexeu mal. Se Vandinho entrou bem, Tardelli não (e ainda deu azar). E nem poderia. O meio-campo continuou a bagunça do primeiro tempo. E como se o horror já não fosse suficiente, assim que fizemos nossa terceira substituição, acontece o que aconteceu com Tardelli e nosso técnico manda o zagueiro para a ponta-esquerda. Foi patético. Junto com a organização, sumiu a confiança. Os jogadores erravam a mais simples das jogadas, o mais óbvio dos passes.
Agora, Caio Junior terá muito trabalho. Precisa, antes de tudo, se reencontrar. Inventar agora tem tudo para dar errado. O negócio é simplificar. Jonatas está mal? Está. Mas o time sem ele consegue ser ainda pior. Não dá mais para acreditar em um meio-campo que tem Jaíton, Christian e Toró. O jogo não flui. Vandinho pode ser uma boa aposta, um bom companheiro para Obina. É hora de acreditar no baiano. Ele já deu a volta por cima antes. E precisa do apoio da torcida, dos companheiros e da comissão técnica para dar de novo. Pelo menos até que cheguem os reforços, é neles que precisamos acreditar.
Até terça!
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