segunda-feira, 28 de julho de 2008

TEXTO DA SEMANA - Ana Lemos

Como descobri o Maracanã

Na minha casa somos quatro filhas, todas flamenguistas. Meu pai era torcedor do América, mas dizia sempre que seu segundo time era o Flamengo. Minha mãe veio de Minas para o Rio e, assim que chegou, apaixonou-se pelo mais querido, paixão esta que legou às quatro filhas.

Passei a minha infância e adolescência acompanhando o melhor time que já tivemos pela televisão, uma vez que nunca fui ao Maracanã ver Zico, Júnior e Cia jogarem. Assim, apesar de morar no Rio, acostumei a ver o Flamengo sempre pela televisão.

O tempo passou e tive o meu filho, que já nasceu Flamengo, é claro. Como cresci longe do Maracanã, me pareceu natural que assim também fosse para o meu filho, pois eu achava perigoso levá-lo. No entanto, meu filho ia crescendo e queria que eu o levasse ao Maracanã, para ver o Flamengo jogar.

Enfim, ano passado, durante aquela nossa fantástica arrancada no Brasileirão, resolvi me render ao desejo do meu filho e o que eu vi foi inesquecível. Um espetáculo maravilhoso protagonizado pela maior e mais bonita torcida do mundo. Nossa, pensei, quanto tempo eu perdi... achava que ver pela televisão era a mesma coisa, vã ilusão!

Além da emoção que é ver o Mengão jogar e ganhar, eu entendi porque todo amigo meu homem sempre queria ter um menino para levar ao Maracanã, porque o futebol une as famílias! Teve um dia em que eu estava com o meu filho na arquibancada e na frente tinha um senhor com um filho dele, já um rapaz, ele me perguntou se eu ia sempre com o meu filho, eu disse que sim e o mesmo falou que eu estava no caminho certo como mãe, pois ele e o filho eram muito unidos, graças ao Flamengo!

Assim, comecei a observar as famílias no Maracanã, algumas vezes presenciei famílias inteiras torcendo juntas, avós, pais e crianças. Outra coisa que me impressionou foi como o espaço é democrático, ali somos todos iguais, médicos, advogados, empresários, pedreiros, porteiros e faxineiros, quando sai o gol todos se abraçam quando o time perde, todos sofrem juntos.

Quanta energia!

Sei que vocês estão pensando que acho tudo muito azulzinho, mas eu também já conheci o lado negro do Maracanã, o sufoco que passamos na fila para entrar, os policiais truculentos e seus cavalos, os que bebem demais e se excedem e as brigas intermináveis.

Enfim, acho que apesar de tudo, recomendo o programa, pois é um espetáculo maravilhoso, cheio de energia e emoção. Melhor do que qualquer emoção que um filme ou teatro possa nos proporcionar e sim, um excelente lugar para levar a família!

Eu tenho muita sorte, pois moro no Rio de Janeiro, perto do Maracanã e sou FLAMENGO DE CORAÇÃO!

* Ana Maria C. de Lemos é advogada, tem 39 anos e mora no Rio de Janeiro.

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