segunda-feira, 14 de julho de 2008

"Imperdível"

















Flamengo e Vasco: o Clássico dos Milhões. O jogo no qual o Maracanã é mais Maracanã que todos os outros. A rivalidade permeia desde os arredores do estádio, até claro, as arquibancadas abarrotadas de gente. A história recente (e a nem tão recente assim) nos ensinou, no entanto, que há uma clara hierarquia nessa disputa. Há o Mengão Campeão do Mundo – PentaCampeão Brasileiro – Maior vencedor de cariocas da História e o Vice, o eterno Vice, cantado em prosa e verso nas arquibancadas. Vice aqui, na sábia linguagem popular-futebolística, não significa apenas o segundo lugar. Vice aqui é aquele eterno subjugado, aquele que contra todas as estatísticas, segue a apanhar inequivocamente jogo após jogo, final após final.

O jogo de hoje tinha todos os ingredientes indispensáveis para um grande clássico. O Mengão em fase esplendorosa, líder absoluto e inquestionável do campeonato e o Vasco renovado, tendo recém expulsado o asqueroso Eurico Vice Miranda da presidência e eleito o vice-ídolo Roberto "Traque de Velha" (como era chamado pelos rubro-negros mais antigos) além de ter vindo de uma boa vitória no meio de semana. Pra completar, uma confusão com jogadores e prostitutas que poderia eventualmente abalar o elenco rubro-negro e equilibrar as forças no clássico desse domingo.

O Maracanã como de hábito em noites de gala vestia seu tradicional vermelho e preto, estando modestamente 70% ocupado pela massa Flamenga. Do outro lado, aqueles pobres coitados do cinto de segurança, aparentemente já sabedores do destino que os aguardava, tamanho o silêncio que emanava do lado português do estádio.

O primeiro tempo foi um massacre, uma aula de futebol e de toque de bola. O Flamengo tomou de assalto o campo defensivo vascaíno, dominou inteiramente as ações no meio campo e só não aplicou uma sonora goleada ainda na primeira etapa porque jogamos nova e inexplicavelmente com nosso centroavante café-com-leite, aquele que não gosta e nem está interessado em fazer gols. O 2 a 0 ficou barato e a festa na arquibancada ditava o tom do jogo. Fábio Luciano e Angelim não davam espaço e o Vasco não conseguia sequer respirar. O domínio era total, dentro e fora de campo, e o único vascaíno que parecia estar muito à vontade em meio àquele baile era o Dinamite, na Tribuna de Honra, talvez por já estar ele próprio muito acostumado a levar bailes de bola do Zicão e cia ltda.
Nenhuma novidade pra ele...

Veio o segundo tempo, e com ele o balaço indefensável do Christian no ângulo direito do goleiro vascaíno selando a contagem para o Flamengo, que veio ainda a sofrer antes do final um golzinho de honra. Partidaço do Juan, que endoidou a defesa vascaína ali pela esquerda, e do Christian, premiado com o belíssimo gol. O garoto Aírton não comprometeu e mostrou muita personalidade ao anular o Edmundo, e o Bruno esteve, como sempre, muito seguro. O placar de 3 a 1 não traduziu o que foi o jogo, faltaram gols para representar a imensa superioridade rubro-negra, mas serviu mais uma vez pra pôr as coisas nos seus devidos lugares, como aliás, elas têm ficado há muito tempo.

O Mengão segue mais líder que nunca, e o Vasco, bom........., segue o mesmo Vasco de sempre, apanhando do Flamengo.

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Ao meu lado na arquibancada hoje, um grupo de meninas de Fortaleza e uns marmanjos holandeses, torcedores do Feyenoord, todos ávidos por saberem a letra de cada uma das músicas cantadas pela massa rubro-negra, e acompanhando como podiam cada uma delas.
Ao final da festa, só deu pra ouvir uma das meninas comentando:
”Bem que meu pai falou que esse jogo era imperdível....”

* tradução do imperdível aqui: impossível de perder; que não perde nunca...

Flamengo Net

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