Nação Dividida
Após a tétrica exibição em Maracaibo contra um time de baseball, a cisão filosófica que vem colocando em lados opostos rubro-negros de várias cepas desde o início da Libertadores alcançou seu ponto de ebulição. Basta ler os comentários do blog para se identificar claramente as correntes antagônicas que hoje se abrigam sob o manto da grande religião flamenga.
Em um córner desse ringue estão os que acham que o importante é conquistar os pontos e avançar de fase, não importando a qualidade do futebol apresentado. Alegam que já estamos na final do Carioca e o que vier agora é lucro. A história mostra que esses chamados Imediatistas costumam quebrar a cara na Libertadores assim que o Flamengo tem que enfrentar alguma equipe minimamente organizada e toma uma piaba.
Do outro lado tem gente que está atemorizada porque já percebeu que o sapatinho de cristal se perdeu e que a carruagem vai virar um imenso jerimum em muito pouco tempo. Existem fatos que corroboram essa crença e é inegável que o Flamengo não ganhou de ninguém esse ano (desde quando Paraná é alguém no mundo do futebol?). Sendo assim, a conquista da TG e a boa performance na fase café-com-leite da Libertadores estariam apenas mascarando uma preocupante indigência técnica e tática do Mengão.
Mas esteja você desse ou daquele lado, é impossível não colocar grande parte da responsabilidade sobre os ombros de Ney Franco. Para o bem ou para o mal Ney Franco imprimiu sua marca ao Flamengo. Se o time tem mostrado eficiência (ainda que questionável) nas competições que disputou até agora ninguém discute que foi o time surgido da mente do nosso Rinus Michel de Ipatinga.
O problema maior é que Ney Franco parece que se tornou prisioneiro do seu próprio sucesso. Alguns dos seus jogadores-chave para a conquista da CB e da nossa manutenção na Série A se tornaram vacas sagradas que apesar de possuírem vagas escrituradas no time titular não tem jogado rigorosamente nada. Da mesma maneira inexplicável que mantém esses caras no time, Ney Franco reluta em mudar um esquema de jogo que fragiliza a defesa e não municia o ataque. Se fosse o Telê era teimosia, se fosse o Zagalo era velhice, se fosse o Joel era burrice. Mas é o Ney Franco e grande parte da torcida ainda nem sabe como xinga-lo.
Uma coisa é certa, Ney Franco precisa sair desse chove-não-molha o quanto antes para que o Flamengo volte a ser o aniquilador das alegrias alheias que toda a Nação deseja.
Mengão Sempre
quinta-feira, 5 de abril de 2007
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arthur_muhlenberg
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