segunda-feira, 5 de março de 2007

Faz tempo que eu não escrevo aqui na FlamengoNET. Até cheguei a pensar em escrever sobre o jogo contra o Vasco, mas tudo o que eu tinha pra falar basicamente já tinha sido tocado nas colunas de outros, e não escrevi nada.

Agora me sinto compelido a escrever e colocar alguns pontos...

Como pode um time, que supostamente foi "reforçado" para disputar uma Libertadores, perder para o Madureira?

Como pode um time, que almeja ser campeão mundial, não ter praticamente ninguém no elenco que saiba chutar. O Renato sabe chutar, mas infelizmente nos últimos jogos, limita-se a isso, a cobrar faltas. E, diga-se de passagem, de cada dez, ele só acerta uma. As outras nove sequer chegam ao gol.

Algo pode me explicar porque o Renato Augusto, mal-chutador confesso, arrisca tanto chutes da intermediárias? Aliás, porque o Flamengo não forma mais jogadores que saibam chutar e fazer gol? Renato Augusto, Fellype Gabriel, Fabiano Oliveira, Jean, Vinicius Pacheco, a lista é enorme. Há muito, muito tempo, que não produzimos centroavantes e meias de armação e conclusão (o antigo "ponta-de-lança”, camisa 10) que sejam craques, ou, que pelo menos saibam fazer gol. E o que é pior, como é que o Ney Franco aceita como opção tática escalar o dito Renato Augusto como atacante????!!!!

Não assisti ao jogo todo. Só consegui assistir o segundo tempo. O que eu vi? Um típico jogo de ataque contra defesa. O Madureira só defendendo e saindo nos contra-ataques. Sempre é perigoso. Por quê?

Por que o Flamengo não consegue — isso há mais de três anos — montar um sistema ofensivo competente, com jogadores conscientes para tramar jogadas, triangulações, jogadas ensaiadas, lances que surpreendam o adversário, em vez de simplesmente jogar a bola de um lado para o outro. Os técnicos — e que fique bem claro que gosto do Ney Franco, acho que foi corajoso na final da Copa do Brasil — não conseguem solucionar o problema ofensivo. Suas estratégias se limitam em pensar em dois volantes, três volantes, três zagueiros, líbero, etc, mas no ataque ninguém pensa. Estou cansado de ver times como Figueirense, Paraná, Atlético Paranaense, Goiás goleando e o nosso sempre com economia. Dos times grandes do Rio, somos os piores no ataque. E para piorar todo jogador que ameaçar virar goleador e começa a acertar se machuca. Nosso problema não são os atacantes. É claro que dá raiva ver Souza e Roni perdendo gols de todos os tipos, mas todos eles foram artilheiros em outros times. O problema é que simplesmente não criamos muitas situações reais de gol, e nosso contra-ataque sequer chegar à linha do meio de campo, tal a lentidão e falta de visão de jogo. Eu arriscaria escalar o Leonardo Moura no meio de campo, é habilidoso e seria mais útil que o Renato Augusto, este uma peça nula.

Voltando ao jogo de ontem, o que se via era um Flamengo que não conseguia fazer um gol nem que o jogo durasse vinte horas, e um Madureira recuado esperando uma falha do Flamengo para encaixar um contra-ataque. Como a tal falha SEMPRE acaba acontecendo, tomamos o gol.

É preocupante. O time é mediano e limitado, não sei como é que a diretoria pretende com esse elenco disputar uma Libertadores. Este ano não tivemos nenhuma partida digna de orgulho. Não conseguimos golear nem o Maracaibo, um time que deve perder até pro ADESG.

Ah, sim, alguns contestarão e dirão que fomos bem contra o Potosí e o Vasco. Humm...

Os dois jogos foram empates.

Contra o Potosí a comemoração foi muito mais em conseguirmos superar o problema da altitude, e buscar um empate que parecia impossível, do que em sobrepujar o adversário. O time boliviano, muito fraco, se não perdesse tantos gols incríveis, poderia ter metido uma goleada de 5, 6 ou 7 na gente, brincando, brincando.

Contra o Vasco valeu apenas em despacharmos um arqui-rival, e manter a superioridade absoluta em jogos finais. Mas sejamos sinceros. O time começou mal no jogo, e na primeira tentativa fez logo no gol, numa jogada puramente acidental: um chutão para a frente, a bola resvalou em alguém, quicou, enganou dois vascaínos e sobrou pro Obina marcar. Nem na frente do marcador, conseguimos nos impor e explorar o desespero vascaíno. O Vasco foi pro ataque, insistiu, e — COMO SEMPRE — a defesa bobeou e veio o empate. No segundo tempo, valeu a coragem do Ney Franco, que mandou time à frente ganhar o jogo, enquanto o Renato Gaúcho punha o seu time na defesa para segurar o empate. Mas nem dominando conseguimos vencer, o jogo foi pros pênaltis e os vascaínos erraram bisonhamente três penalidades e nos deram de presente a classificação.

Nos últimos seis jogos, só vencemos um, contra o Maracaibo. Francamente, eu acho nosso time fraco e sem grandes recursos, acho muito difícil acreditar num título neste ano, mas como rubro-negro empedernido continuarei torcendo.

E uma lembrança aos torcedores do arco-íris que soltaram gritinhos histéricos com a vitória do Madureira: a decisão ainda tem mais um jogo. CUIDADO. Lembrem-se que o Flamengo não é arqui-rival de todos os outros times à toa.

Flamengo Net

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