Ar rarefeito
Ser Flamengo tem dessas coisas. Para chegar ao bi na Libertadores, começamos logo pelo topo. Foi o que fiz. Aqui estou eu, a 2.800 metros de altitude, já instalado num aprazível hotel em Sucre. Amanhã sigo para Potosí. Acabei viajando sozinho - na última hora, dois amigos peidaram - e foram os putos que botaram pilha. A dor de cabeça é até suportável - chato mesmo é perceber o contraste abissal entre as belas mulheres de Santa Cruz de la Sierra, onde pernoitei, e as da capital constitucional de Bolivia, à qual eu cheguei num vôo da Aerosur.
Ainda vou sair para conhecer a Ciudad Blanca, ver se tomo um chá de Coca para aliviar o mal estar, mas antes aproveito a péssima conexão para comentar coisas desagradáveis e ao mesmo tempo engraçadas. Sim, o que dizer dos bizarros faniquitos da torcida daquele time de São Cristóvão, eufóricos com o gol "990" de Romário?
Não tenho dúvida que o Baixinho vai celebrar o milésimo - mesmo que o 1000 seja resultado de operações matemáticas dignas de um aluno que passa de ano "raspando". O que mais me intriga é a celebração antecipada dos casaquinos. Um sinal de que adotaram para si todos os "990" gols do aludido gênio da área. Significa, portanto, que salvaram nas suas memórias afetivas alguns tentos dos quais jamais esquecerão. Coisas como este gol aqui, aquele ali e mais esse.
Legitimação é isso: "I know, Romário marcou '990' gols, fez a gente ficar sem poder sentar muitas vezes, and I like it", devem pensar os bacalhaus. No mínimo, ao comemorar o gol "mil", esles estarão rendendo homenagens a 204 gols pelo Flamengo, todos comprovados, e nunca contra times de porteiros e garçons.
Ou será mais uma prova inconstestável de que todos nascem Flamengo e alguns degeneram?
Com a palavra, os senhores.
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
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